sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Passeio de Natal

Há alguns anos adquiri o hábito de passear pela Av. Paulista próximo do Natal. Me encantam os enfeites, as árvores, as esculturas de recicláveis, os corais e teatros na rua, a felicidade da pessoas em ver tudo isso...

Mas o passeio de hoje foi o melhor, sem dúvida!
Comecei tomando um sorvete enorme no Alaska, depois passei na exposição Cinema Sim - Narrativas e Projeções no Itaú Cultural (imperdível e grátis).
São 3 andares de interação mídia-arte. Projeções dentro de gavetas, pés dentro de lâmpadas, montagens e desmontagens, aparelhos arcaicos transformados em peças divinas... Tem uma sala fantástica: totalmente escura, com dois projetores ao fundo, que formam figuras simples (circinferências, elipses, triângulos e formas mistas) na parede oposta. Mas não são simples projeções. Há uma "fumaça" por toda a sala e quando você se coloca entre o projetor e a tela de projeção, sente como se estivesse num túnel, como se aquilo fosse concreto. Conforme as imagens mudam, a sensação dentro do túnel (que pode deixar de ser um tunel) também muda. No primeiro momento quando entrei senti angústia. Era como se estivesse presa em um lugar apertado. E à medida que caminhava em direção ao projetor era como se estivesse caminhando em direção à luz branca da morte. Bizarro. Mas depois comecei a sentir uma paz intensa, o silêncio, a fumaça, as formas... Sensacional!

Saindo de lá, visitei a exposição de Natal do Banco Real. Maravilhosa como sempre. Esse ano o tema é sobre as diferentes culturas durante a comemoração de Natal.
Não fiquei para o coral de crianças porque queria ver a apresentação do Bradesco.
Uau! Teatro, dança, música - muita arte. Muito bem produzida e com homens gatíssimos no palco.

Caminhei pelo resto da Paulista, vendo os enfeites, fotografando as árvores. Visitei a Livraria Cultura no Conjunto Nacional, o Parque Trianon, Shopping Center 3 e terminei meu passeio no HSBC Belas Artes, onde pretendia assistir ao filme Romance. Mas, claro, não cheguei a tempo de pegar a sessão (mas nem me importei).

Caminhei um pouco mais pela Paulista e voltei para casa feliz e saltitante. Domingo pretendo voltar lá. Para tirar fotos com uma máquina decente, aproveitar as feirinhas e os artistas de rua. Depois, quero ver se consigo assistir ao filme e ver os enfeites de Natal à noite (dizem que o parque Trianon está divino).

Para quem estiver em São Paulo, ficam essas dicas. Passem pela Paulista, num dia sem chuva para se deliciar com tantas atrações culturais que ela oferece. E não deixem de ir ao Itaú Cultural ver a exposição de Cinema.
Uma outra dica é o museu da Língua Portuguesa. Se tudo der certo irei semana que vem para ver a exposição de Machado de Assis.


Ah, não posso deixar de comentar algumas situações que me chamaram atenção nesse passeio:
1) Vi um motorista de ônibus dar uma fechada num motoqueiro (não sei se ele não viu ou se fez de propósito). Uma cena trivial não fosse o fato de que, minutos depois, vi o motoqueiro com uma sacola verde nas mãos. Ele arremessou a sacola contra a janela do motorista. De repente, vidro, pedras, objetos ponte-agudos voaram para o meio da rua. Bizarríssimo! O motoqueiro simplesmente tinha em sua mão uma sacola cheia de pedras e pérfuro-cortantes e atacou o motorista com aquilo. A janela dele se desfez em cacos.
Acho que ele não se machucou porque tentou correr atrás do motoqueiro com seu ônibus gigante em seguida.
Mas fico me perguntando "o que faz um motoqueiro sair de casa com uma sacola da morte nas mãos?". Claro que ele já foi pra rua com a intenção de machucar alguém... como pode?

2)Vi uma lixeira pegando fogo no meio da rua e ninguém deu a menor importância. Algum idiota provavelmente jogou uma bituca de cigarro acesa dentro da lixeira que continha papéis e o fogo se fez. Avisei um policia do posto próximo, mas ele deu de ombros. Fiquei sem saber o que fazer. Se ele que é o cara que deveria zelar pela segurança das pessoas não se importa, o que eu poderia fazer? Chamar os bombeiros?

3)Um cara com uma bicicleta, falando no celular parou do meu lado no farol. Ele estava falando sobre o trânsito e terminou dizendo algo parecido com "Eduardo não sei de que, repórter não sei de onde para o jornal não sei o que".
Ele era um repórter e estava gravando (ou ao vivo, sei lá) para um programa de rádio.
Acho que sou ignorantona, mas não sabia que os repórteres, depois de fazerem faculdade, estudarem tanto, saiam pela ruas de bicicleta só para informar que o trânsito na Paulista está lento porque é horários de pico. Dããããr...

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