sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Faltam 2 dias para a tão temida prova.
E não consigo mais estudar.
Toda vez que faço uma prova pra treinar, erro muitas besteiras. Quase nunca erro conceitos ou condutas.

Se eu não passar vai ser por nervosismo ou falta de atenção (ou auto-boicote).
O que é muito triste, porque estudei pra caramba.

Mas agora só quero mesmo é comer e dormir até chegar a hora da temida. Esperar pra ver.
Conhecimento já não entra mais.
Concentração é minha meta na hora da prova.
Se eu conseguir me vencer, consigo vencer qualquer coisa!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A grande maioria das pessoas já sonhou em viajar no tempo.
Poder consertar um erro, reviver um momento especial ou ir para o futuro.

Às vezes a gente pensa que era mais feliz há x anos atrás e tem vontade de viver aquilo de novo.
Mas, certamente, se vivêssemos aquilo de novo, da forma como somos hoje, não seria a mesma coisa. E talvez uma memória que era boa, se tornaria no mínimo não tão boa assim.

Aprendi isso hoje.

Passei anos da minha vida esperando que a Globo reapresentasse "Mulheres de Areia". Foi a novela que mais amei na minha vida. Na época, eu tinha várias revistas, sabia tudo dos personagens, cheguei a decorar as falas do último capítulo (gravado apenas em som num radinho que eu tinha).

Os anos foram passando e desisti de rever minha novela querida.

Qual não foi minha surpresa esses dias quando descobri que ela estava passando finalmente? Nossa! Fiquei mega animada em rever os capítulos, rever a brilhante atuação da Glorinha Pires.

Putz...
Viajar no tempo não é tão legal. Mesmo!
Que decepção!
Achei a trama fraca, os personagens bobos, o enredo ruim.
Ai, tristeza!
Aquela que era para mim a melhor novela de todos os tempos, passou a ser apenas uma novelinha boba, quase infantil.

Não é culpa da novela (claro!), não é culpa de ninguém. O tempo faz isso com a gente. É inevitável.
Quase 20 anos se passaram. Eu não sou mais a mesma. A TV não é mais a mesma. A realidade e a tecnologia não são mais as mesmas.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Sobre a USP e seus alunos "mimados"

Ok, demorou à beça pra eu comentar os últimos fatos ocorridos na USP.
Não tinha feito isso ainda porque até então estava tentando entender.
Na verdade, acho que não vai dar pra entender todo contexto, simplesmente porque não estou inteirada do assunto como gostaria, não participei de nenhuma assembléia, li poucos artigos da imprensa.
Mas, vamos a minha visão.

Desde a primeira vez que ouvi falar em "maconheiros invadindo a reitoria pra exigir a saída da polícia da USP", uma luzinha acendeu na minha cabeça. Certamente tinha mais nessa história do que estava sendo divulgado pela imprensa.
Primeiro: "maconheiros" (pelamordedeus o que significa esse rótulo???) não invadiriam o prédio da reitoria se denominando "movimento estudantil (ME)" (partindo da premissa que você, leitor inteligente, sabe que não existe relação direta entre o ME e a maconha), correndo o risco de serem presos por invasão, pelo direito de poder fumar nas ruas do Campus sem serem presos. Isso não faz sentido algum. Se eles não queriam ser presos, por que fariam algo que possivelmente os levaria à cadeia?
Segundo, conhecendo minimamente o movimento estudantil, eu sei como ele é articulado, como ocorrem as assembléias, como as pautas são discutidas e votadas. Pra se iniciar um movimento em prol de uma causa, não é um bando de malucos que resolve uma coisa e saem por aí tocando o terror de graça. Tudo tem que ter um motivo digno.
Existem malucos? Claro! Querendo fazer as mais variadas loucuras. Mas é pra isso que existe reunião, assembléia, discussão, votação. Pra evitar que cada maluco faça sua maluquice sem sentido. "Ah... mas a assembléia tinha decidido que os alunos deveriam desocupar o prédio da FFLCH, não que seria ocupada a reitoria". Não sei o que foi decidido e discutido nessa suposta assembléia porque eu não estava lá. O que sei é que o prédio foi invadido por muita gente do ME, não apenas meia-dúzia de malucos. Então, foi no mínimo articulada.
E, na verdade, todo o problema começou bem antes da invasão da FFLCH...

O que quero dizer é que eu sabia que existia um motivo maior por trás de tudo isso. E que esse motivo não era simplesmente a maconha.
Fui pesquisar, conversar com amigos, ler relatos. De fato, existem outros motivos legítimos, existem outras reivindicações.
- Esses estudantes são contra a presença da PM porque defendem capacitação, preparo, disponibilidade de materiais para a guarda da USP. Já existe pessoal contratado pra exercer a segurança dentro do campus. Porém, eles são mal preparados, não possuem equipamentos, ganham pouco. Com o passar dos anos se tornaram apenas "guardinhas" que não servem pra nada porque a Reitoria permitiu que isso acontecesse.
- Há diversas outras propostas dos estudantes pra melhorar a segurança no campus - como melhorar a iluminação, possibilitar maior circulação de pessoas, melhorar o policiamento nas regiões próximas etc... Mas nada disso é feito simplesmente porque custa dinheiro. Por mais que você levante a bandeira de que a PM é necessária para garantir a segurança dentro da Cidade Universitária, há de convir comigo de que outras melhorias deveriam ser feitas associadas. Não? Mas a reitoria não as faz e usa a presença da PM como resolução de todos os problemas de segurança da Univerisidade.
- Desde que entrou no campus, relatam-se diversos atos de truculência da PM contra os alunos. Não estou falando aqui de "maconheiros", nem de barbudos da FFLCH. Estou falando de estudantes, por exemplo, negros, que apenas por seu tom de pele, são "enquadrados", revistados, humilhados e liberados (claro, porque só estavam indo para suas aulas). Você pode estar com mochila, livros, pode até ter cara de nerd - mas se for negro a polícia considera bandido. Alguém pode argumentar "ah, mas o trabalho deles é garantir a segurança e às vezes vão precisar abordar suspeitos". É exatamente essa a questão. A polícia pode considerar suspeito quem ela quiser (não deveria ser racista mas não vou entrar nesse mérito), porém, não tem direito de maltratar nem humilhar ninguém, muito menos um estudante que está dentro de sua própria universidade (depois de toda a luta pra passar no vestibular) e que passa a ter medo de andar sozinho na sua segunda casa, por medo da polícia, por medo de sofrer mais humilhações, não por medo de bandidos.
Há outras reivindicações e discussões mas não vou dissertar mais sobre esse ponto. Se quiser saber mais, faça uma pesquisa na internet, procure pelo site do DCE, ou dos centros acadêmicos.

Por outro lado...
Sou totalmente contra os alunos esconderem os rostos pra invadir a Reitoria. Se acreditavam que o que estavam fazendo era legítimo, não deveriam se esconder. Quem se esconde, assume que o que está fazendo é errado. Eles podem dizer "mas se as câmeras nos filmassem, poderíamos sofrer punições".
Meus caros, se vocês se propõem a fazer uma invasão, por melhor que seja sua reivindicação, vocês tem que estar preparados pra enfrentar as consequências. Existem diversas formas de evitar as punições, se for uma causa legítima - discutir propostas, no momento de negociar o fim da invasão é uma delas, por exemplo. Só consigo pensar que quem se esconde está de antemão mal intencionado.
Sou contra depredar qualquer coisa, principalmente patrimônio público. Há quem diga que quem quebrou cadeiras e outros equipamentos da reitoria foi a PM. No facebook está circulando um relato de uma menina do Jornal do Campus que afirma isso, mas ela é bastante contraditória em seu depoimento (primeiro fala que ficou no portão da reitoria, depois fala que antes da polícia não havia nada quebrado - mas se ela não entrou... como pode saber?). E, pelo que conheço do ME, não sei não... a PM pode ter até quebrado algumas coisas, mas não tem como alguém controlar 60 estudantes, alguns alcoolizados (sempre tem sem-noção que bebe pra caramba). Eu já participei de encontros estudantis de 3-5 dias e, mesmo sendo momentos pacíficos, dentro de nossos centros acadêmicos, sempre saem móveis quebrados, sempre sai desordem, assim sem querer. Por que numa manifestação não sairia?
Sem comentar que pichação também é depredação e com certeza não foi a PM que entrou lá e pichou aquilo tudo!

Qual a minha opinão afinal?
Sou a favor de medidas de segurança na USP.
Sou a favor que a reitoria passe a olhar esse assunto com mais cuidado.
Sou a favor da polícia na USP. Mas não essa polícia truculenta, racista, preconceituosa. Mas sim uma polícia melhor preparada, articulada com a guarda da USP (e que essa receba treinamento e equipamentos). Uma polícia preparada pra lidar com estudantes, aceitar que ali é um espaço de ensino e manifestações pacíficas e não a rua. Dentro do campus os estudantes e funcionários expressam suas opiniões das mais diversas formas, legítimas, que não exigem nenhuma interferência policial.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Assim sou eu...

É... definitivamente, o grande problema é que não gosto de pessoas.
Pessoas em geral.
Elas estão tão presas ao seu mundinho louco que não conseguem perceber o outro, os limites e as dificuldades do mundo do outro.
As pessoas não estão preparadas pra viver em sociedade. Elas estão preparadas pra viver num mundo onde todos a sirvam, sejam gentis e alegres com elas, sem que elas precisem ser com os outros.

É claro que isso vale pra mim também. Não sempre, mas algumas vezes.
Talvez se as pessoas se expressassem melhor, com mais sinceridade, o mundo seria melhor.
Considerando, é claro, que sinceridade não é grosseria (porque tem aquelas pessoas que dizem "não gostam de mim porque sou sincera" - mas na verdade são grosseiras).

Se um dia você me vir de mau humor, pode ter certeza: ou é porque tive que fazer faxina ou porque tive que entrar em contato com alguém que eu não queria entrar (o que, em geral, inclui todos os desconhecidos, muitos  conhecidos e alguns amigos). O que te leva a deduzir que estou de mau humor com muita frequência, considerando que não se pode viver num casulo sem interação com a sociedade.
Fato: estou quase sempre de mau humor.
Coitado do namorido que convive comigo e tem que aguentar essas agruras da minha vida.

Mas por que estou dizendo tudo isso?
Porque essa semana fui à faculdade. Ao chegar, 15min antes da aula, simplesmente não havia ninguém. O anfiteatro estava ocupado por outras pessoas. Não sabia onde ia ser a tal aula, nem sequer sabia se ia mesmo haver.
Aí, encontrei 2 conhecidos. Pessoas até que legais. Dei um tchauzinho de longe mas ficou aquela situação estranha: eles lá parados de um lado do corredor, eu do outro lado. Resolvi, educadamente, ir até lá. Cumprimentei ambos, comecei a puxar assunto... e simplesmente não rendeu. Ficou aquele clima esquisito. Chegaram outras pessoas que não conheço, resolvi sair à francesa.
Foi um esforço pra mim ir até lá puxar assunto só por educação. Mas fiz porque percebo que é isso que os outros esperam de mim - o mínimo cumprimento e simpatia. Só que pra mim, no meu mundo, isso não é educação, mas sim, esforço mesmo.

Em seguida, encontrei um amigo. Comecei a conversar com ele mas também ficou meio esquisito. Depois veio outro conhecido e mais outro. E tudo estava muito esquisito. Sentia que simplesmente não tinha mais nada em comum com aquelas pessoas. De fato, eu nem sequer gosto muito de algumas delas...

Descobri onde ia ser a aula, encontrei mais um conhecido - mas aí eu já estava muito cansada de me esforçar tanto pra ser educada e acabar mal, que nem tentei muito. Claro que mais uma vez foi uma conversa furada e vazia. Entrei no anfiteatro, sentei sozinha entre desconhecidos que não queriam falar comigo nem puxar papinho, me senti finalmente confortável e a aula começou.
No fim, saí, exausta, com a sensação de que ninguém gosta muito de mim. O que deve ser verdade considerando a provável reciprocidade. Mas me senti rejeitada. Meio triste.
Não sou simpática por natureza, mas tento ser por educação. Só que daí me esforço tanto que acabo transparecendo que na verdade não queria mesmo falar com ninguém.

Sei lá.