segunda-feira, 30 de junho de 2003

“O Brasil saiu da UTI” (Antônio Palocci – Ministro da Fazenda – médico nas horas vagas)

Considerando que ele se baseia no valor do dólar, no Risco-Brasil e na quantidade de exportações, não fico menos preocupada.

(Post em construção)

Estou numa correria...
Amanhã tenho prova de neuroanatomia, aquela matéria dificílima cujas aulas não assisti e cujo professor é o mais carrasco (disse à graduação que nossa turma é a pior que ele já pegou).
Estou entrando em desespero e para me aliviar um pouco resolvi dar uma passadinha aqui no blog para dar um oi.
Tenho mais uma prova na sexta, 4 trabalhos de neuro para amanhã e um relatório de Bio Mol (pelo menos esse vou fazer com prazer e entendendo um pouquinho).
Estou quase sentindo saudades do cursinho...

Assim que eu ficar de férias prometo escrever mais e colocar algumas novidades no blog. Estou com umas idéias legais e espero que dê certo.


sábado, 21 de junho de 2003

“A grande diferença entre os alunos da USP e os alunos da maioria das universidades particulares é o ESFORÇO. Para entrar aqui os alunos precisaram se esforçar, estudar muito, se dedicar para atingir seu objetivo e isso é levado para a vida toda, principalmente na atividade profissional. Claro que tem aqueles que acham que porque entraram na USP estão feitos na vida, não precisam fazer mais nada – esses ou vão descobrir que estão errados depois de levar alguns tombos ou vão ser profissionais medíocres. Mas a maioria de vocês vai traçar metas, definir objetivos, lutar, se dedicar à profissão, ultrapassar as dificuldades de cabeça erguida e serão ótimos profissionais, médicos admiráveis – não só porque estudaram na USP e sim porque essa é a personalidade de vocês.”

Esse momento, essa visão de futuro, vinda de um médico tão bom e tão experiente fez todo esforço valer a pena... mais uma vez.

(Isso não quer dizer que médicos formados por faculdades particulares sejam piores.)
O garoto, nos seus 12 ou 13 anos de vida sofrida, se arrastando no chão com sua caixinha e escovinhas, dizia:
- Deixa eu só tirar a poeira. É só 5 centavos. Só pra incentivar meu trabalho. Se o senhor não gostar não precisa pagar.”
E passava de pé em pé em busca de seus 5 centavos pelo seu humilde trabalho.
E a música tocava ao fundo: “Somewhere over the rainbow”...
E os meus olhos se encheram de lágrimas. E o meu coração ficou apertadinho por não poder fazer nada por aquele garoto – ou por não saber o que fazer.

terça-feira, 17 de junho de 2003

+ Indicação de Blogs muito legais

Kioshi.org

Doctor Kaoki

Marco Terra

Desse jeito nunca vou conseguir me livrar do vício em blogs.

Greve de metrô. Não fui para aula de Neuro novamente...

A idéia era vir para a faculdade e ficar estudando Neuro até às 12h quando tenho uma aula de Exame Físico de Pediatria (muito legal!!) e uma reunião de um possível grupo de pesquisa científica que quero muito fazer. Duas coisas para fazer ao mesmo tempo, novamente. O que vou fazer? Tentar ir às duas - de algum jeito... À tarde pretendo "continua" estudando Neuro, mas como já deu pra perceber eu ainda nem comecei...

Falando em fazer duas coisas ao mesmo tempo, ontem às 12:30 eu tinha uma reunião de orientação em matérias de prática médica com a professora mais atenciosa, bem disposta e engraçada que já conheci (uma mulher realmente admirável) e, ao mesmo tempo, reunião com o pessoal do E.M.A. (Extensão Médica Acadêmica) que tenho toda semana (mas na semana anterior não fui pois tive Assembléia da Liga de Pediatria Comunitária) pois é... acabei não conseguindo ir a nenhuma direito.

segunda-feira, 16 de junho de 2003

Estou triste... todo mundo da net está me abandonando. Tudo bem que eu não costumo escrever comentários nos muitos blogs que leio mas acostumei com as pessoas que sempre escreveram no meu e gostaria que elas continuassem a escrever.
O que me preocupa é saber que essas pessoas podem não estar mais lendo meu blog. Isso sim me deixaria realmente deprimida.

Julia, Otavio (principalmente), Rafael, Juliana, Martin, estou sentindo muita falta de vocês.

sexta-feira, 13 de junho de 2003

Como é bom quando seguimos nossos impulsos e tudo dá tão certo.
Hoje, depois de uma semana de correria, resolvi ir à aula o dia inteiro. Eu tinha um monte de coisas para fazer, para resolver, para estudar e fui à Cidade Universitária pensando em ir à noite para faculdade pois tinha que resolver 2 probleminhas (desmarcar uma reunião e tirar xerox de um trabalho que deve estar pronto segunda-feira) e queria pegar uns livros.
Passei o dia todo sem decidir se ia ou não para a facul, pois podia desmarcar a reunião por telefone e podia deixar o trabalho pobre mesmo do jeito que está. Saí da aula de Bio Mol, fui ao ponto de ônibus que estava cheio de gente da minha sala e fiquei pensando pra onde ia - o mais provável é que ia pra casa. O ônibus para faculdade chegou e quase todo pessoal entrou nele. De repente, me deu a louca, entrei no ônibus e fui com eles - nem sei por quê.
Foi a melhor coisa que poderia ter feito. Dentro do busão estava o veterano com quem precisava falar para desmarcar a reunião - primeiro problema resolvido. Consegui tirar xerox do livro e fui para o computador. Li meu blog e encontrei o comentário do Hellz e entrei no blog dele. Lá tem links para outros blogs maravilhosos. Adorei!!! Não pude ler tudo que quis mas descobri que tem muito mais gente legal nesse webmundo do que eu poderia supor. Aliás, encontrei no blog do Kaoki um post que vai me ajudar no meu trabalho de Prática Médica que tenho que apresentar na segunda-feira e ainda nem comecei a fazer.
Assim que eu puder, vou dar uma olhada com mais calma nos blogs encontrados e depois coloco links aqui. Vocês vão adorar.

terça-feira, 10 de junho de 2003

Calouros revoltados (post não recomendado a vestibulandos)

É incrível como uma prova pode causar tamanha revolução. Na verdade, não foi só uma prova. Pelo que notei e pelo que vivo (afinal também faço parte da turma e também estou revoltada) toda decepção das primeiras matérias, todas as reclamações contra professores, matérias, desorganização, provas, todas as angústias dos primeiros meses foram sendo acumuladas, acumuladas nos coitadinhos dos calouros que, hoje, resolveram explodir.

De manhã, fizemos a famosa prova de Neuroanatomia – projeção de imagens (15 segundos para cada) – onde teríamos que demonstrar todo nosso enorme conhecimento sobre as estruturas do sistema nervoso central – tudo que aprendemos nas aulas, hahaha.
As aulas são podres, os professores falam, falam, falam e mostram fotos sem que ninguém entenda nada daquilo para depois irmos ao laboratório, termos que enfiaram nossas mãos naqueles baldes nojentos e “se virem”.
As revoltas foram:
- contra o professor que deu zero para todos que chegaram atrasados
- contra os colegas que mostraram que a competição por nota é muito mais importante do que amizade e companheirismo (uma história complicada que não vou explicar agora)
- contra o sistema de provas (todas) que não avalia conhecimento nenhum – na faculdade, você pode estudar pra caramba, saber muito sobre a matéria e tirar nota menor ou igual do que alguém que nem foi às aulas, não estudou direito, decorou algumas coisinhas de cadernos alheios. Exemplo, nessa prova eu tirei 4,5, a mesma nota da melhor aluna da sala. A diferença é que eu assisti a uma aula apenas, não sei nada da matéria, decorei algumas coisas que eu já sabia que ia cair enquanto ela estudou muito e sabe pra caramba
- contra os professores. Essa foi a pior mas acho que mais correta. Desde o começo do ano reclamamos dos professores antididáticos, pesquisadores que não sabem dar aulas mas são considerados conceituadíssimos. As aulas são mal dadas, ninguém entende nada e somos aprovados assim. Ano que vem virá a próxima turma, que terá as mesmas aulas horríveis, não vai aprender, será aprovada enquanto a gente estará correndo atrás de livros para tentar aprender essa matéria por conta própria.

O sentimento de inadaptação é geral. Ninguém está se sentindo bem aqui mas também não sabemos como mudar a situação. Estamos sendo bombardeados com informações desconexas, tendo que estudar feito malucos, sendo mal tratados por professores e ainda ouvindo dos veteranos que “é assim mesmo, depois vocês vão se acostumar e aprender a lidar com isso; se preparem que ainda virá coisa pior”. Não nos interessa saber se é assim mesmo. Não nos sentimos bem, não achamos certo que isso aconteça e não queremos aceitar.

segunda-feira, 9 de junho de 2003

Acabo de visitar o blog da Anita (www.bonecas.blogger.com.br).
Fiquei muito feliz e um tanto impressionada em saber que ainda existem meninas que brincam de boneca, adoram e não tem nenhuma vergonha em dizer isso. (A Anita é filha do ilustre Psiquiatra Dr. Isaac Efraim (www.ansiedade.com.br) e da ilustríssima jornalista, apresentadora de tv, publicitária e física nuclear (pela USP) Rosana Hermann - pessoas realmente admiráveis.)
Eu já tinha perdido a esperança de encontrar crianças como as do meu tempo (“ó a véia falando”) que gostam de brincar de boneca e carrinho, pular amarelinha, imitar professores, montar quebra-cabeças... Ultimamente só tenho visto criança brincando de luta, grudadas na tv ou no computador (com joguinhos de luta) e... namorando. Tudo bem que as bonecas de que a Anita gosta são um tanto moderninhas mas isso pode até ser visto como uma coisa boa pois quer dizer que os tempos mudaram, as bonecas mudaram, sem levar embora a magia do brinquedo.

Vida eterna aos brinquedos!!!

sexta-feira, 6 de junho de 2003

Sou conservadora demais para aceitar toda essa mudança do blogger sem reclamar muito.
Isso aqui está uma porcaria!!!
Ultimamente tem sido dificil postar. A faculdade esta sugando meu tempo e minhas energias quase totalmente e a tendência é piorar nessas ultimas semanas do semestre. Ontem, fiz uma tabela com todas as provas, trabalhos e seminarios que tenho que fazer até fim desse mês e posso garantir que nao sera nada facil.
Estou dizendo isso para me desculparem pela reduçao no numero de posts e para prometer que assim que a poeira abaixar voltarei a escrever com mais freqüência.

Alias, digo que a faculdade esta me sugando tempo mas nao consigo saber como. Ontem, uma menina da minha turma trouxe todas as fotos que ela ja tirou na faculdade (3 albuns) e adivinhem em quantas eu aparecia... 2 – da semana de recepçao (fotos coletivas).
Isso é um absurdo. E o problema nem foi eu estar ou n?o nas fotos, o problema é saber que eu nao estava em nenhum dos sociais, nem naquelas aulas, nem nos almoços.
Onde é que eu estava? Sinceramente nao sei.
Acabei sendo zuada pelos meninos que me intimaram a comparecer nos proximos sociais. Eu realmente gostaria... ou vou acabar ganhando mais um rotulo – Anti-social. (Ergh!!)

RÓTULOS
É incrível como as pessoas adoram colocar rótulos umas nas outras. Parece que todos têm que ser enlatados com o grupinho de pessoas semelhantes, rotulados e mantidos lá, estáticos.
Nessas últimas semanas parece que eu fui a escolhida para rotularem: primeiro foi “caoqueira”, depois, “menina da turminha da frente”, “turista” e por último “mocó”. Vamos aos comentários e explicações:
1) Na faculdade existem vários “setores” como Atlética, Centro Acadêmico (CAOC), Departamento Científico, E.M.A, entre outros. Existem alguns que acham que quem é da Atlética não pode ser do CAOC ou quem é do E.M.A não é da Atlética... pura bobagem. Então, eles rotulam as pessoas chamando-as, principalmente, de atletiqueiras ou caoqueiras. Eu nunca, nunca mesmo, participei de nenhuma reunião do CAOC, só entrei lá uma vez para falar com o Presidente, não fiquei nem 3 minutos. Mas, só porque participei de uma reunião de um projeto que um dos meninos da diretoria está fazendo e incentivei as pessoas a participarem da segunda reunião... fui tachada de “caoqueira”. Quero deixar bem claro que não tenho nada contra o pessoal do CAOC, até gosto deles, mas eu realmente não faço parte de nada de lá e, mesmo que fizesse, não aceitaria o rótulo.
2) “Menina da turminha da frente” - essa foi péssima. Geralmente, considera-se turminha da frente aquele pessoal que fica excluído do resto da turma, só estuda e vive puxando saco de professor. Tudo bem que eu sento na segunda fileira e que até pouco tempo eu não conhecia muita gente, mas eu não sou uma “nerd”, bitolada.
Bom, mas, ao que tudo indica esse rótulo já foi retirado.
3) “Turista”??? Como assim turista??? Como vocês devem supor, são considerados turistas aqueles alunos que só aparecem em dias de prova ou aulas legais. Tudo bem que eu não tenho ido a todas as aulas, mas me chamarem de turista foi demais. Só porque semana passada fui à aula segunda-feira de manhã e só voltei quarta-feira à tarde? Isso é pouco, vai... sejam tolerantes.
4) “Mocó” são os alunos que ficam puxando o saco de professores com segundas, terceiras e quartas intenções. Falaram isso de mim só porque eu conhecia o médico professor e coordenador da Liga de Insuficiência cardíaca (ele é médico da minha mãe).

Enfim, como dizia Renato Russo, “Rótulo é pra remédio”.
Não gosto de ser rotulada, não pertenço a nenhum grupinho fechado e muito menos estou presa à alguém ou em alguma lata. Então, por favor, não me rotulem e não se deixem ser rotulados.