sexta-feira, 25 de janeiro de 2002

TEMPOS DIFÍCEIS

Como foram difíceis essas últimas semanas: pressões, medos, incertezas, brigas, provas, derrotas (Unicamp), familiares doentes, um triste falecimento... entre outros acontecimentos e sentimentos. Acho que foi a fase mais difícil da minha vida até agora.
Sinto como se tivesse acabado de sair de uma guerra.
Nos dias que se seguiram depois da 2ª fase da Fuvest eu percebi que estava "fora de mim", acho que tinha perdido o controle. Eu não conseguia dormir à noite, quando dormia tinha pesadelos horríveis, tinha emagrecido (mais) alguns quilos (estou parecendo uma caveira ambulante), minha pele estava (ainda está) horrível, meus hábitos estavam péssimos, me sentia profundamente deprimida... Não sei como me deixei chegar a esse ponto. E o pior é que ninguém, absolutamente ninguém, conseguia entender o que se passava comigo. Todos diziam que eu tinha que me "acalmar e ir comer".
Esta perda de controle obviamente não foi só por causa do vestibular, já vi muitos prestarem e não ficarem loucões assim. Acho que é isso que me preocupa mais. Eu não sei exatamente o que, além do vestibular, me fez chegar a esse ponto. Mas, por enquanto isso não importa tanto.
Ainda estou meio anestesiada por causa das provas mas já consegui tomar algumas decisões importantes. Agora, é só esperar pelas listas de aprovados e aproveitar essas "férias".
Pelo menos um resultado bom esses "tempos difíceis" já trouxeram. Depois de viver na racionalidade quase total e me dizer atéia, voltei, finalmente, a conversar com Deus, queria fazer isso a algum tempo (ano passado até estudei um pouco sobre religião) mas acho que não tinha coragem. Agora estou pensando em entrar para a religião budista, que é a que mais me atrai mas primeiro preciso saber o que será da minha vida esse ano.
Vou ficando por aqui na esperança de que esse ano eu possa finalmente deixar de ser uma "futura futura médica" para me tornar uma futura médica, como diz a futura médica Milene.