domingo, 14 de dezembro de 2008

Fantasmas voltam para puxar nosso pé

Minha mãe sempre me disse (e atualmente minha madrinha também) que não adiantava tentar ignorar as questões mal resolvidas da vida (principalmente aquelas envolvendo pessoas), porque enquanto não resolvêssemos, elas sempre voltariam a nos atormentar. Cedo ou tarde.

Eu, sempre preguiçosa e tentando evitar a fadiga, sempre acreditei que com o tempo essas questões iriam embora e eu não precisaria me dar ao trabalho de mexer com elas. São sempre coisas que demandam muita energia e paciência...

Por um lado, estou certa. Com o tempo as questões e as pessoas se vão... Mas, minha mãe estava mais certa ainda: elas sempre voltam.

Hoje, um lindo domingo sem sol, resolvi ir ao cinema aproveitar minha tarde. Fui tranquila e contente... e não é que dou de cara com uma das minhas questões até então deixada de lado.
Dei de cara, literalmente, com um ser humano que eu não via há algum tempo. E que eu não estava com muita vontade de encontrar. Pior é que não tinha nem como fingir que não vi...
Cumprimentei o cidadão, rolou aquele clima estranho de "não temos mais nada para conversar depois de tanto tempo", perguntei como estava a vida dele, o amigo dele chegou em seguida e ele saiu andando para o lado oposto.
Nossa! Fiquei sem rumo. Comprei meu ingresso, saí do cinema e fiquei uns 30 minutos vagando pela rua. Foi péssimo.

Mas, pensando em tudo que aconteceu, relembrando e tentando digerir novamente, acho que posso me libertar da culpa que tenho carregado comigo por tê-lo chateado. Olhando o todo de longe hoje, acho que ele mereceu sim o que ouviu. Não contei nenhuma mentira, falei o que falei para me proteger, porque ele estava tentando me magoar e eu já estava ferida demais para lidar com aquilo naquele momento.

Ok. Passou. E espero não tê-lo que encontrar mais.

No fim, me deliciei com "Vicky Cristina Barcelona". E me senti melhor ainda com meu novo "insight". Adoro minha liberdade, meu jeito meio doido de lidar com a vida e com as pessoas, não gosto de rótulos nem de convenções (apesar de por vezes tentar me incluir nas convenções e grudar rótulos na minha própria testa). Adoro ser eu anyway!

Penelope Cruz em "Vicky Cristina Barcelona"

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