quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Medo constante

Estou aprimorando a arte de não perder tudo que tenho em assaltos.

No primeiro, mês passado (acredite se quiser, o primeiro assalto da minha vida - mesmo sendo paulistana!), levaram meu celular e meu velho mp3. Consegui salvar a mochila com meu palm, carteira, materiais da faculdade, muita coisa de valor sentimental.

Dessa segunda vez, ontem, consegui salvar tudo. Não me levaram nada.
Sei que é uma enorme burrice resistir a assaltos, não recomendo para ninguém, principalmente (mesmo!) se tiver arma envolvida. Mas, poxa, nesses que me aconteceram, simplesmente não dava para obedecer o ladrão.

O primeiro aconteceu numa avenida movimentada, em plena luz do dia. Dois moleques. Nenhuma arma. O maior (uns 14 anos) ameaçou me dar uma facada, mas não mostrou faca nenhuma. Eu, que nunca tinha sido assaltada, fiquei muito nervosa, claro. Mas só conseguia pensar "meu palm não! meu palm não!". E me recusei a dar minha mochila, continuei andando em direção a pessoas e joguei meu celular para eles (que era o objeto principal do assalto) para que me deixassem em paz. Ok. Me salvei, nenhum arranhão (a não ser o trauma - nunca mais passei por aquela rua).

Nesse segundo, era noite, num ponto de ônibus hiper movimentado. Tinha pelo menos 20 pessoas ao meu redor. Coladas em mim. E o cara de pau chegou do meu lado, disse que ia dar um tiro no meu pé se eu não lhe desse dinheiro. Na verdade, primeiro ele chegou pedindo dinheiro para pegar ônibus, eu disse que não tinha, ele pediu meu cartão do ônibus, eu disse que, se desse, não teria como chegar em casa, então ele pediu meu celular e veio com essa história de dar um tiro no meu pé. Eu, morrendo de medo, disse que não tinha nada (estava com a mesma mochila preciosa nas costas) e que não daria meu cartão de ônibus. Todo mundo em volta ficou assistindo e ninguém fez nada, claro! Mas o cara também acabou se afastando e nem sequer tentou encostar em mim.

Obviamente agora, vivo em estado de vigilia permanente. Horrível. Em qualquer lugar que eu esteja, em qualquer horário e situação, estou constantemente tensa, esperando o momento em que vão me assaltar com uma arma de verdade - e aí vou acabar entregando até minhas roupas de baixo...

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