sábado, 1 de novembro de 2008

Vou encontrar meus amigos hoje.
No lugar onde menos desejaria.
Por que será que a gente tem que passar por isso?
Por que será que a gente tem que passar por isso tantas vezes?

É a quinta vez que nos encontramos lá. Quinta. Não acho que isso seja natural, normal. É sofrimento demais para um grupo já tão machucado...

Por quê?

Não consigo parar de chorar. Minha alma está despedaçada. De novo. Quinta vez;

Na primeira, foi a mãe de um amigo. Tive um ataque lá. Perdi o controle. Já sabia que a próxima vez seria a minha.

Na segunda, quase não chorei. Estava em frangalhos como nunca imaginei que poderia... Mas me mantive em pé. Estava certa antes: dessa vez era a minha mãe.

Na terceira, a Florzinha estava despedaçada. Tão meiga e sofrendo tanto. A mãe dela havia partido também.

Na quarta, foi um pai. Pai daquela menina aparentemente tão indefesa, mas que segurou a barra da família inteira.

Na quinta, hoje, outro pai. Com aviso prévio de 2 meses, quando a própria filha, uma das minhas melhores amigas, diagnosticou nele um câncer de pâncreas. Simplesmente o chão se abriu e fomos todos engolidos.
Me mantive distante. Não sabia o que fazer. Já não nos víamos há algum tempo e não a encontrei nesses dois meses. Fui visitar o pai uma vez na enfermaria. Mas ela não ficou sabendo.

Hoje, então, vamos nos encontrar de novo. Nós 5 e mais alguns, sortudos, que ainda não precisaram passar por isso. Entre eles, alguns não tão sortudos assim, que mantém-se em stand by, sabendo que o momento está muito próximo, tentando evitar como podem...

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