sábado, 1 de novembro de 2008

Banalidades para superar as agruras

Fiquei realmente mexida com tudo que aconteceu hoje.
Desamparada.
Sozinha.

Recusei qualquer companhia que me ofereceram.
Recusei ajuda a dois amigos que me pediram: um está com o pai internado no hospital (será que ele também se vai logo?); o outro está prestes a terminar um namoro de 5 anos.
Desculpem, mas simplesmente não tinha energia para nada, nem ninguém.

E, como estou sozinha (agora, nesse momento, gostaria de estar acompanhada - não preciso conversar, não preciso dar risada, não preciso comer, não preciso de nada... só queria um colinho confortável onde pudesse me aconchegar e esperar passar), vou aproveitar o aconchego do meu bloguinho para escrever banalidades... e esperar passar.

Banalidade nº 1:
Semana passada voltei a acessar meu MSN - que estava esquecido há meses.
Tenho algum problema com comunicação - não é possível. Quase todos os contatos da minha lista estão bloqueados. E não sei por que. Fui bloqueando aos poucos em algum dia em que não queria conversar com tal pessoa, outro dia bloqueava outro e, de repente, estavam quase todos bloqueados.
Problemática.
Acho que simplesmente não gosto de conversar mesmo.
Mas agora desbloqueei vários. Vamos ver por quanto tempo...


Banalidade nº 2:
Sinto uma saudade enorme da época em que meu blog tinha 30-40 visitas por dia, recebia diversos comentários, fazia muitos amigos virtuais e era acompanhada por muitos não virtuais também.
Tudo acabou quando os posts que eu publicava começaram a virar polêmica e me prejudicar e quando meus amigos também começaram a ser perseguidos por pessoas sem noção e decidiram encerrar seus blogs. Acabou nossa "liberdade de expressão".
Tudo foi se perdendo no tempo.
Só eu me mantive forte aqui. E fechada (só "reabri" meu blog para sites de buscas esse mês).
Essa semana, fui conversar com uma amiga. Nos conhecemos na net, através dos blogs e depois nos tornamos amigas reais. Hoje, estamos na mesma panela, trabalhamos juntíssimas. Uma linda história.
Perguntei pra ela se não tinha saudades dos blogs, sugeri que ela voltasse a escrever.
Ela me disse: "Sinto muita saudade sim. Sabe, quando escrevia no meu blog era como se conversasse com um amigo, desabafava, me sentia mais leve depois. Era tão bom... e as pessoas comentavam, interagiam, me faziam sentir especial. Parei por causa daquelas pessoas idiotas que começaram a deixar comentários me xingando, me enchiam o saco... Cansei de lutar".
Que droga, né?! Pessoas desocupadas, idiotas, más, conseguiram acabar com algo tão bonito, tão especial. Uma pena mesmo.
O mal venceu mais uma vez.
Por que será que a gente dá tanto mais valor para as coisas ruins, né?! Nós recebíamos o triplo de comentários bons. Mas os ruins mexiam muito mais com a gente. Nos tirava do sério. E nos tirou do mundo virtual.
Só me resta lamentar.
E lembrar.


Banalidade nº 4:
Estava conversando com um amigo esses dias. Ele namora há um tempão, está feliz e tal.
Mas no relacionamento anterior dele, ele foi traído. A então namorada ficou com o cara mais cafa do colégio. E até hoje ele não entende por que as meninas gostam de cafas.
A conversa era sobre isso. Não sei como começou mas ele estava falando mal das mulheres, dizendo que nós éramos burras porque nos envolvíamos e, pior, nos apaixonávamos por caras que não valiam nada e que nunca nos dariam valor, enquanto caras bonzinhos/certinhos por aí só se ferram.
Tentei explicar-lhe o seguinte:
A questão não é que nos apaixonamos por cafajestes. Não é por ele ser cafajeste ou fazer sucesso entre as mulheres que nos sentimos atraídas.
É simplesmente porque eles são charmosos e usam esse charme para nos agradar. Quando um cafa está tentando consquistar uma mulher ele é gentil, agradável, nos mima, fala baixinho no nosso ouvido, liga para dizer algo fofo, nos abraça com carinho tentando demonstrar que se importam.
Nos apaixonamos por esse personagem que eles criam e que, não por acaso, é o "homem dos nossos sonhos". Por eles não terem nada a perder (afinal, se não conseguirem essa, tentam a próxima), eles arriscam, eles se sentem seguros em seguir sua intuição do que vai nos agradar e simplesmente nos fazem felizes.
Nos apaixonamos porque somos bem tratadas, porque nos sentimos valorizadas, porque somos felicitadas com presentes inesperados, com carinhos.
Sim, no fundo a gente sabe que seremos mais uma conquista sem importância. Mas sempre temos a esperança de que ele pode se apaixonar reciprocamente e que poderemos viver aquela fantasia de "rainhas" para sempre. A única coisa que queremos é ser felizes e eles nos fazem felizes enquanto estão nesse jogo.

E um certinho, o que faz?
Ele fica olhando de longe, tenta puxar uma conversa forçada, fica todo inseguro, fala que gosta de coisas que a gente sabe que ele nem conhece direito só para nos agradar. Ele não nos liga por ligar (porque tem medo de demonstrar seus sentimentos ou de estar sendo pegajoso), ele não nos dá presente por nada (por medo não sei de que), ele não sabe como nos agradar, não tem a percepção do que nos faria feliz porque está preso em sua insegurança.
Enquanto o cafajeste nos observa com atenção e usa cada sinal que damos para nos agradar, o "certinho" está preocupado se está usando a camisa certa para a ocasião, se não está falando merda, se não está sendo desagradável ou deixando evidenciar seus defeitos.
Ou seja, enquanto o cafajeste está pensando na gente durante a conversa, o certinho está pensando nele mesmo. O fim do cafa é agradar a ele mesmo, é atingir seu objetivo de mais uma conquista. O fim do "certinho" é agradar a gente, é nos fazer felizes para que eles fiquem felizes. Mas o meio (o momento ali, daquela conversa) é o que conta nessas horas.

Por que os certinhos não podem aprender com os cafas? Todos ganharíamos e seríamos muito felizes. E os cafas iam sobrar.
Só queremos ser bem tratadas, nos sentir amadas.

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