terça-feira, 16 de dezembro de 2003

Professor com cara de bonzinho, inicia seu curso com uma gentileza admirável e uma incrível boa vontade. Aos poucos, vai mostrando suas garras, sua falta de ética, seu autoritarismo.
Dois alunos, querendo ajudar uma amiga, vão ao professor pedir um auxílio por ela. Ele, consciente de toda fraqueza de alunos desunidos, imaginando-os bobinhos e "politicamente vulneráveis", responde:
- Impossível! Não posso fazer isso. Eu sinto muito mas não poderei ajudá-la. Eu até entendo que o problema é grave e sinto muito mas não posso fazer nada. O que vocês estão pedindo é totalmente inviável.
OK, OK. Os aluninhos ingênuos, voltam com o rabinho entre as pernas dizendo "sentimos muito mas não teve jeito. Ele disse que não dá. Acho que você está ferrada."
A pequena garotinha, baixinha e magrinha, no auge de sua sensibilidade, mas já com plenos conhecimentos de politicagem, vai em busca de uma outra ajuda - digamos, mais poderosa.
Com um simples telefonema e falando-se em nome de deus, do "deus da graduação", consegue-se ouvir gentilmente daquele mesmo professor das garras:
- Ah, ela está precisando disso. Claro, claro. Podemos fazer quando ela quiser. Não se preocupe. Pode dizer para ela ficar tranqüila e vir me procurar, depois, que resolvemos tudo facilmente.

É o cúmulo! O cúmulo do absurdo! O cúmulo da politicagem barata! Como alguém com uma respeitável imagem de professor de uma das universidades mais conceituadas do país, se submete a tal coisa?

Mais um aprendizado: não importa o problema que você tenha na faculdade, é só falar com a pessoa certa, que tá tudo resolvido facilmente, sem o menor esforço. "Se era só esse seu problema, você não tem mais problemas. Está tudo resolvido, deixa por minha conta que vai dar tudo certo. E, se você tiver qualquer outro problema, pode vir me procurar que resolvemos rapidamente". Ser bem relacionado é o que há. Infelizmente.

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