Ontem, eu comecei a sentir uma profunda tristeza. Eu não estava suportando a dor. Comecei a chorar, chamei minha irmã para me dar um abraço. Ela veio, eu me acalmei, ela levantou e entrou no banheiro (ia tomar banho). Eu deitei. Passados 2 minutos, ela voltou chorando muito, soluçando, me abraçou e ficamos lá chorando um tempão. De repente, ela levantou e saiu do nosso quarto, entrou no quarto do meu irmão ainda chorando e soluçando. Ele ficou assustado, perguntou o que tinha acontecido, meu pai apareceu lá. Ela falou: “a Paloma tá lá no quarto chorando também”. Eu levantei, saí do quarto e dei de cara com meu pai. Ele me abraçou e me levou até meus irmãos. Ficamos os quatro sentados na cama do meu irmão, eu e a Jé chorando, meu pai e meu irmão tentando nos acalmar.
Meu pai falou que tinham dito pra ele que agora ele teria que ser mãe e pai mas ele acha que não vai conseguir “Mal consigo ser pai direito e agora vou ter que ser mãe? Não vou conseguir, mas eu quero que vocês saibam que sempre estou aqui pra vocês, sempre que vocês precisarem, quero que venham me procurar. Eu não tenho toda a sensibilidade da sua mãe, aquele jeitinho de falar, provavelmente vou falar da maneira rude como os homens falam, mas vou tentar ajudá-los, aconselhá-los.”
Foi um momento único, especial. Nunca tínhamos passado por nada parecido. Eu nunca tinha ouvido meu pai falar daquela forma, eu nunca tinha ouvido meu pai falar nada de nos ajudar. Nós nunca tínhamos nos apoiado tanto. Pelo menos uma coisa boa, toda essa desgraça trouxe: a união.
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