quarta-feira, 15 de outubro de 2003

Às vezes acontecem certas coisas que nos fazem repensar toda nossa vida.
Por exemplo, quando morre alguém próximo a nós, ou uma pessoa próxima a alguém que a gente gosta...
São perdas irreparáveis que nos fazem lembrar a importância de cada dia, de cada momento, de cada palavra, de cada lágrima, de cada abraço.
Eu senti tanto o que aconteceu... como se fosse comigo, quase como se fosse a minha mãe.
De repente, tudo está perdido... só restam memórias, só resta saudade, só resta a esperança de um dia voltar a encontrar em algum lugar, em alguma dimensão – todos reunidos sob um céu sem nuvens, sobre uma verde viva grama reluzente.

- Por que você sente tanto, se não é com você, se sua mãe está bem, recuperada, em sua casa??
- Porque há bem poucos dias eu tive que ouvir coisas do tipo “Não há mais nada que a gente possa fazer”, “Eu acho que nós estamos perdendo ela” e “Eu já estou pedindo para Deus levá-la. Eu prefiro que ela vá, mas pare de sofrer. Não agüento mais vê-la nesse estado”. Tudo isso numa mesma madrugada macabra, depois de ter presenciado cenas horríveis, depois de ter acreditado que nós realmente estávamos perdendo-na”. Imagino o que teria sido para mim e para minha família, consigo entender perfeitamente o sofrimento dele, consigo sentir muito próximo o que ele está sentindo agora.
Estamos sim num mesmo barco...

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