quarta-feira, 15 de outubro de 2003

Como a vida é engraçada...
Sexta-feira, fiquei até umas 21h com minha mãe no hospital. Obviamente eu estava exausta e queria chegar em casa o mais rápido possível. Porém, dependo do transporte público e, por isso, não tenho o mínimo controle do tempo que demoro para chegar à minha casa.
Fiquei no ponto esperando, esperando, esperando uns 30min pelo ônibus, que não veio. Resolvi utilizar o caminho mais caro, mas mais rápido: metrô e ônibus. Peguei o monstro comedor de gente, desci no Santa Cruz, comprei um sorvete e subi no ônibus.
Logo atrás de mim, subiram alguns jovens muito alegres, que só depois percebi que eram surdos. Eles estavam conversando na linguagem dos sinais e, imediatamente, me lembrei do quanto eu queria aprendê-la.
Um desses jovens (o menos jovem), começou a distribuir alguns adesivos que ele estava vendendo. Eu peguei um, li, mas não comprei pois, além de não ter dinheiro, eu não concordo com esse tipo de trabalho e não incentivo. Quando o rapaz veio recolher o adesivo, ele tentou “conversar” comigo. Na verdade, tentou me cantar, do jeito dele. “Disse” que eu era bonita, perguntou se eu tinha namorado e que queria ser meu noivo. Imagina só. Foi uma cena interessante e, é claro, o ônibus inteiro parou para assistir.
Eu sinceramente gostei dele. Ele tem 27 anos, é bonito, aparentemente inteligente e muito alegre. Ele pediu meu telefone e me deu o dele (não sei como poderíamos usar esse recurso de comunicação). Ficamos rindo e “conversando” com outro amigo dele, que era uma figura. Foi muito legal. Poucas vezes me diverti tanto numa viagem de ônibus.

Depois, fiquei me lembrando de tantos projetos que eu tinha para pôr em prática durante meu 1º ano de faculdade (por exemplo, aprender a linguagem dos sinais na Fono)... e decidi tentar começá-los agora. Eu sei que tá meio tarde (o ano tá quase no fim), sei que já tenho problemas demais para resolver e tempo de menos (mas tb sei que quanto menos coisas eu tenho para fazer, mais preguiça eu sinto e menos ainda eu faço), sei que vai ser complicado se eu conseguir, mas quero muito, muito mesmo fazer certas coisas...

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