terça-feira, 30 de setembro de 2003

Ai Ai Ai...

Pesadelo?
Sonho?
Os dois misturados

Amigos?
Colegas?
Futuros médicos

Compreensão?
Solidão?
Ilusão
Tô cansada!
Não sei o que fazer, para onde correr... O tal doutor desapareceu de vez e, apesar de eu ter outros jeitos para resolver o problema, eu não quero passar por cima dele, agir como se ele tivesse me abandonado, como se eu não confiasse nele. De repente, o cara teve um outro problema e não pôde resolver o meu naquele momento... mas já faz mais de 24 horas (será que isso é um tempo suficiente?).

Além de ter todos os problemas da minha família, ainda me envolvo com 1,3 milhões de coisas na faculdade e, ao invés de ir fazê-las, fico aqui, escrevendo no blog – aguardando a hora de voltar ao hospital para ver minha mãezinha... Queria tanto ser mais dinâmica...
Pelo menos, agora, aprendi a “repassar” os pepinos. Sei que não posso dar conta de tudo, então, apesar do medo (afinal, é meu nome que está em risco), estou dividindo algumas tarefas e deixando de fazer outras (na esperança que ela se auto-resolvam – haha)

Aliás, esperança virou meu sobrenome. Quem diria???
Além de tudo que já estou passando ainda tenho que lidar com as decepções.
A "profecia" se concretiza: "no comeco do primeiro ano vc vai andar com umas pessoas e depois, quando passar o tempo, vc vai se perguntar como vc foi capaz de conviver com tal ser."
As decepções têm sido muitas. As pessoas que eu achava que seriam minha melhores amigas para o resto da vida, se tornaram quase estranhos, ou pesspas por quem eu só consigo sentir desprezo.
Descobri que alguns são egoístas demais, outros são interesseiros demais, outros falsos demais e outros, ainda, mal carater demais.
Como pude me enganar tanto? Como alcanço tal nível de ingenuidade?
Mas, pelo menos, tem o outro lado. Algumas pessoas por quem eu tinha certo preconceito, de quem eu tinha certeza que não gostaria, se tornaram bons amigos.
Me enganei tanto, tanto, tanto e provavelmente ainda vou me enganar muito mais até encontrar minha "panelinha" quase ideal.

Assim segue a vida.

domingo, 28 de setembro de 2003

(Sexta)

Depois de uma péssima notícia (minha mãe levada para a UTI pela 5ª vez em apenas 22 dias), tive um fim de tarde (na medida do possiível) muito bom - nada como ter bons amigos, né?
Primeiro, fiquei conversando por alguns minutos com a Robis - ela tentando me convencer de descansar, de cuidar um pouco mais de mim, de comer melhor, sair para passear - super preocupada, uma graça.
Depois, o Marcos gentilmente me acompanhou até o Bandejão para jantarmos (fazia muitos dias que eu não via um prato de comida). Fomos andando, batendo um papo pseudo-filosófico com a ´brincadeira` "o que você acha de tal pessoa?", que acabou virando "defina tal pessoa em uma palavra". Foi um dos melhor jantar da minha vida. A comida tava muuuiito boa (ou eu que estava com muuuiiita fome), eu estava precisando de companhia, estava precisando conversar com alguém sobre algumas coisas, queria desabafar, rir, tudo ao mesmo tempo. E o Marcos foi uma ótima companhia, um ótimo amigo.
Na estação de trem, logo que me despidi dele, encontrei um amigo da época de cursinho (atualmente um politécnico). Conversamos sobre nossas pressões na facul e ele conseguiu me convencer finalmente que estudar Engenharia é mais difícil que Medicina (considerando apenas a teoria, lógico). Saí prometendo que eu nunca mais reclamaria do meu curso básico (haha). Além disso, ele me contou que a irmã dele vai prestar Fuvest de novo. Ela fez cursinho comigo também (meu segundo ano), mas acabou entrando em Medicina na Unisa. E parece que se arrependeu, quer voltar atrás porque percebeu o quanto ela está perdendo. Ela quis economizar um ano (não fazendo cursinho de novo) e acabou "gastando" bem mais que isso (sem contar com a grana que ela deixou lá).
Enfim, desejei boa sorte para ela e lamentei por ela não estar feliz onde está.

Terminei meu dia escrevendo aqui no computador, assistindo a novelinha que tá acabando e dormindo bastante - como mandou a Robis, ou melhor, a Dra. Roberta.

segunda-feira, 22 de setembro de 2003

Nossa! Que saudades estou sentindo da Dani-dani ultimamente...
Normalmente, eu já sinto saudades dela mas esses últimos dias está demais. Queria tanto que ela estivesse aqui comigo, que pudéssemos ter uma daquelas nossas longas conversas... que andássemos na rua cantando (ela cantando e eu fingindo, é claro!).
Eu poderia telefonar mas não seria a mesma coisa. Sinto falta da companhia diária dela... Sinto falta daqueles tempos...
Queria tanto que ela estivesse aqui comigo.
(Haha, nem tô pedindo demais, né?)

Sinto falta de tanta gente com quem eu gostaria de conversar como antes pelo menos mais uma vez... Mas nada pode ser como antes porque tudo e todos mudaram muito.
Por que não estabelecer novos contatos, fazer novas amizades, então?
"Porque nesse mar de cobras, é difícil encontrar alguém em quem se possa confiar de verdade. E eu ainda não encontrei ninguém. Até achei que tinha encontrado mas só me decepcionei."
(Não são palavras minhas, são de uma outra caloura que já aprendeu bem algumas lições da faculdade.)
Simples Desejo

Que tal
Abrir a porta do dia
Entrar sem pedir licença
Sem parar pra pensar
Pensar em nada

Legal
Ficar sorrindo à toa
Sorrir pra qualquer pessoa
Andar sem rumo na rua

Pra viver e pra ver
Não é preciso muito, não
Atenção
A lição está em cada gesto
Tá no mar, tá no ar
No brilho dos seus olhos
Eu não quero tudo de uma vez, não
Eu só tenho um simples desejo

Hoje eu só quero que o dia termine bem
Hoje eu só quero que o dia termine muito bem
Hoje eu só quero que o dia termine bem
Hoje eu só quero que o dia termine
Onde está a fronteira entre ser egoísta ou estar se preservando, estar cuidando de você?
Estou cansadíssima, um tanto estressada, não agüento mais essa dupla jornada de hospitais e queria não me preocupar tanto nem me matar para cuidar da minha mãe. Mas estou me sentindo uma egoísta, uma desnaturada porque enquanto ela está lá sofrendo sozinha naquele hospital, eu estou aqui no computador.
No sábado, acordei às 3h30 para estudar para prova que seria às 8h. Fui para a Faculdade fiz a prova, aproveitei para passear um pouco com o pessoal e depois fui para casa. Cheguei às 14h e fui dormir, acordei às 17h, ainda cansada e fui para o hospital. Me esforcei pra caramba para ir até lá, para passar à noite com ela... Lá, ela brigou comigo porque eu me recusei a fazer algo que ela facilmente faz sozinha. Ela gritou, puxou meu cabelo, chorou... nossa como foi difícil! Aí comecei a pensar o que raios eu estava fazendo lá. Sofrer ela estava sofrendo do mesmo jeito (talvez mais porque ela acha que tenho obrigação de aceitar a acomodação e preguiça dela); ajudá-la com comida ou qualquer outra coisa as enfermeiras poderiam fazer; dar apoio não precisa ser 24h por dia e nem de tão perto.
Acabei decidindo que não ficaria mais com ela no hospital. Passarei para visitá-la todo dia, mas não ficarei lá.
Toda essa história, todo meu trabalho, me fez muito mal, desestruturou minha vida, devolveu minhas dores de estômago e não trouxe grandes benefícios pra ela. Pra quê, então? Vou tentar retomar minha serenidade (como se normalmente eu tivesse muita... - haha) e tentar cumprir meus compromissos, minhas obrigações.
Não sei o quanto estou errada, mas estou seguindo o que meu coração me diz...


sexta-feira, 19 de setembro de 2003

O que significa o post anterior?
Nada não.
Apenas quem sabe da história inteira vai entendê-lo bem.
Só que... eu sou a única que sabe da história toda.
Então por que eu publiquei?
Porque eu tenho esperanças...
Também estou me perguntando isso!
Será que eu entendo que lado é esse, que dificuldade é essa, que jeito de ser é esse?
Não penso muito, apenas sinto e... acho que não.

quinta-feira, 18 de setembro de 2003





Minha pilha tá fraca. Tá quase acabando... Cada vez tem mais coisas para fazer e cada vez eu faço menos.
Pelo menos estou me sentindo um pouco melhor, apesar de estar muito estressada.

E a minha mãe?
Bom, cada dia arrumam uma hipótese diagnóstica diferente para ela, cada uma mais grave que a outra. A de ontem à noite foi a pior - nunca imaginei algo semelhante.
Ela saiu de e voltou para a UTI várias vezes...
Já não sei o que posso fazer, fica tudo, a cada minuto, mais nublado.

Uma boa notícia, que me animou um pouquinho, é que consegui ajuda de um médico muito bom e muito legal. Ele vai acompanhar tudo de perto e "decodificará" as informações para mim - acompanhadas de uma explicação ótima, como só ele sabe dar - além de estar me dando muito apoio.

quarta-feira, 17 de setembro de 2003

Estive pensando em censurar o post anterior pelo excesso de carência e pelo clima deprê. Porém, acho que ele foi bem fiel ao que eu estava sentindo naquele momento, então, vou mantê-lo aí, arcando com as possíveis conseqüências...
Desculpem pela má produção intelectual dos últimos tempos.(quem vê pensa que antes eu tinha uma fantástica capacidade de escrita e idéias mirabolantes - haha)

terça-feira, 16 de setembro de 2003

Mais uma batalha perdida nessa luta tão difícil. Parece que a guerra está chegando ao fim e nós iremos perdê-la, inevitavelmente.
"O que é que a gente pode fazer, doutor?
- Nada, infelizmente."
Isso é o mais duro - assistir a tudo sem poder fazer absolutamente nada, a não ser esperar... e sofrer.

Foi a madrugada mais difícil da minha vida, a mais sofrida, a mais desesperadora.
Os dias passam, as coisas passam e voltam, passam e voltam, passam e voltam...
Quando vai acabar esse tão terrível pesadelo?

Alguéns me perguntam:
- Paloma, você está precisando de ajuda? Está precisando de alguma coisa? Quer conversar? - pessoalmente, pelo telefone ou com um e-mail lindo e inesperado.
E eu respondo:
- Não, não, obrigada. Estou bem. - querendo dizer: preciso sim e preciso muito, preciso de alguém que me abrace, que me ouça, que me entenda, que me ajude a ultrapassar essa barra... preciso de um colo, preciso de um conselho, preciso de um médico... - nenhuma palavra parecida sai da minha boca porque eu simplesmente não consigo falar nesse assunto sem derramar um mar de lágrimas, porque eu não consigo pedir ou aceitar ajuda, porque eu tenho algum problema mental que me faz dizer o contrário.
Alguéns respondem:
- Se precisar, é só ligar ou me procurar, tá? Pra qualquer coisa mesmo, nem que seja pra conversar. Vai dar tudo certo.

Certo? O que é o certo???

sexta-feira, 12 de setembro de 2003

Ah, tenho que deixar registrado para a eternidade: estou aprendendo a ser mais tolerante. Depois de todas as vezes que a Mi me falou para eu não brigar tanto com as pessoas, para eu tomar cuidado, consegui evoluir um tanto.
Essa semana fui obrigada a ouvir de uma pessoa estressada, coisas nada agradáveis e suficientes para, em outros tempos eu ter explodido e acabado com ela. Pois bem, consegui perceber a besteira que eu ia fazer e, com a ajuda da Felícia, consegui perceber o quanto a menina estava estressada.
Não que vá ficar barato, que eu vá esquecer isso e fingir que nada aconteceu. Não vou porque não acho certo. Mas soube me acalmar na hora e saberei esperar a hora que ela estiver mais calma para conversarmos numa boa - sem o típico corte de relações que costumava fazer nesses casos.
Acreditam que eu até me dispus a tentar ajudá-la a ultrapassar a situação difícil que ela está vivendo, mesmo depois do ocorrido?
Acho que estou progredindo bastante e continuo me esforçando para isso.
Gostaria de publicamente agradecer novamente à Milene pela pessoa maravilhosa que ela é, por todo apoio que tem me dado, pelo seu caderninho lindo e tão bem organizado e pelas "terríveis" xerox em inglês (hehe-brincadeirinha, Mi), pela disponibilidade de me ajudar a estudar, pelas raras e curtas mas importantes conversas que temos... por tudo mesmo.
Sou muito sortuda por ter uma amiga tão admirável como ela (e por ela estar no 3º ano, é claro).

Mi, queria que soubesse que independente de tudo isso, te adoro muito.

quarta-feira, 10 de setembro de 2003

Para uma amiga muito especial:





Desculpe por tudo que aconteceu quarta passada.
Desculpe por não ter cumprido minhas promessas.
Desculpe por ter sido fraca, medrosa.
Desculpe por não ter podido ser, naquele momento, a amiga que você precisava.

Desculpas eternas a alguém que merecia muito mais.

terça-feira, 9 de setembro de 2003

E assim a vida segue.
Depois de terminar de colocar título nos links do blog e colocar "meu humor", numa tarde com tantas coisas para fazer e nada sendo feito, agora, vou para a biblioteca estudar (se eu não encontrar ninguém que me desvie pelo caminho, é claro).
Me entreguei ao cansaço e ao desespero.
Não fui na minha Liga hoje, não estou conseguindo estudar direito e não sei mais o que fazer. Meu pai não quer transferir minha mãe para o HC e está preocupadíssimo com o que pode acontecer: "A cada dia aparece um problema novo. Não sei mais para onde correr."

Queria viver sem parar para pensar, fazer as coisas no automático, ir resolvendo os problemas que vão aparecendo e aproveitando os bons momentos e oportunidades mesmo que o resto não esteja bem. Só que esse pensamento desconsidera que eu tenho sentimentos, que meu coração interfere muito no meu dia-a-dia.

Para onde correr...

segunda-feira, 8 de setembro de 2003

Pessoal, a partir de hoje vou responder aos comentários, nas caixas de comentários mesmo.
Sempre quero respondê-los mas nunca arrumei uma boa forma. Então, quando escreverem alguma coisa, depois de alguns dias, abram de novo o comentário que fizeram para ver se eu já respondi, OK?!
Encontrei!!!
Maravilhosa!!!
Quem se habilita a traduzi-la para mim?

"Je n'ai pas passé un jour sans t'aimer ; je n'ai pas passé une nuit sans te serrer dans mes bras ; je n'ai pas pris une tasse de thé sans maudire la gloire et l'ambition qui me tiennent éloigné de l'âme de ma vie. Au milieu des affaires, à la tête des troupes, en parcourant les camps, mon adorable Joséphine est seule dans mon coeur, occupe mon esprit, absorbe ma pensée. Si je m'éloigne de toi avec la vitesse du torrent du Rhône, c'est pour te revoir plus vite. Si, au milieu de la nuit, je me lève pour travailler, c'est que cela peut avancer de quelques jours l'arrivée de ma douce amie, et cependant, dans ta lettre du 23 au 26 ventôse, tu me traites de vous.
Vous toi-même ! Ah ! mauvaise, comment as-tu pu écrire cette lettre ! Qu'elle est froide ! Et puis, du 23 au 26, restent quatre jours ; qu'as-tu fait, puisque tu n'as pas écrit à ton mari ?... Ah ! mon amie, ce vous et ces quatre jours me font regretter mon antique indifférence. Malheur à qui en serait la cause ! Puisse-t-il, pour peine et pour supplice, éprouver ce que la conviction et l'évidence (qui servit ton ami) me feraient éprouver ! L'Enfer n'a pas de supplice ! Ni les Furies, de serpents ! Vous ! Vous ! Ah ! que sera-ce dans quinze jours ?...
Mon âme est triste ; mon coeur est esclave, et mon imagination m'effraie... Tu m'aimes moins ; tu seras consolée. Un jour, tu ne m'aimeras plus ; dis-le-moi ; je saurai au moins mériter le malheur... Adieu, femme, tourment, bonheur, espérance et âme de ma vie, que j'aime, que je crains, qui m'inspire des sentiments tendres qui m'appellent à la Nature, et des mouvements impétueux aussi volcaniques que le tonnerre. Je ne te demande ni amour éternel, ni fidélité, mais seulement... vérité, franchise sans bornes. Le jour où tu dirais «je t'aime moins» sera le dernier de ma vie. Si mon coeur était assez vil pour aimer sans retour, je le hacherais avec les dents.
Joséphine, Joséphine ! Souviens-toi de ce que je t'ai dit quelquefois : la Nature m'a fait l'âme forte et décidée. Elle t'a bâtie de dentelle et de gaze. As-tu cessé de m'aimer ? Pardon, âme de ma vie, mon âme est tendue sur de vastes combinaisons. Mon coeur, entièrement occupé par toi, a des craintes qui me rendent malheureux... Je suis ennuyé de ne pas t'appeler par ton nom. J'attends que tu me l'écrives. Adieu ! Ah ! si tu m'aimes moins, tu ne m'auras jamais aimé. Je serais alors bien à plaindre."
Como terminou minha semana de "folga"???

- sexta-feira acordei cedo para redigir meu projeto de pesquisa e para fazer os exercícios de um curso extra-curricular da faculdade
- cerca de meio-dia recebi um telefonema de meu pai e saí: minha mãe havia piorado e foi internada. Daí vieram as 26 horas ininterruptas dentro do quarto de um hospital idiota, com médicos-fantasmas que "examinam" os pacientes e prescrevem sem que ninguém os veja, nem o paciente que supostamente foi examinado; com médicos-entrega-rápida, que passam perguntam algo e saem correndo, sem que ninguém saiba quem é a tal figura apressada; além da médica "temos um problema grave aqui" que quer encontrar doenças e esquece das coisas normais e simples - típico! (a desligada veio com cara de preocupada e pose de "sei tudo", me perguntou várias coisas da medicação anti-coagulante da minha mãe, discutiu comigo, para no final me dizer que no exame de urina dela havia sangue. Óbvio que havia sangue na urina! Minha mãe estava menstruada)
- fui para casa no sábado à noite, descansei, tive uma dor de barriga horrível (provavelmente por causa daquela lanchonete enjoante)
- domingo às 7h da manhã já estava de volta ao hospital e de lá só saí às 17h.

Dureza!!

Um final cinematográfico, eu diria - de um daqueles dramas terríveis, obviamente. Hoje, recomeçou a luta na faculdade e, novamente, minha jornada dupla de cumprir as atividades da facul e cuidar da minha mãe no hospital.


quinta-feira, 4 de setembro de 2003

Acabei de ler a descrição da Milene, de suas aventuras na Intermed... Fiquei com uma peninha de eu não ter podido ir.
Eu tinha programado tudo, mas minha mãe piorou de saúde e ahei que não seria nada bom abandoná-la. Enfim, fica pra próxima. Mas parece que está sendo muito bem aproveitada por todos, não?

Estou muito feliz! Com aquele gostinho de "dia bem aproveitado", com a certeza de que a vida vale a pena e de que estudar é algo que se deve fazer fora de semana de descanso (não adianta, por mais que eu me programe, nunca dá pra estudar em feriado - e agora acho que nem devo).
De manhã, vim para faculdade para ficar na internet arrumando o template do Galera da Medicina, que tinha sido zuado não sei como. Como todos já devem saber, eu adoro aprender mais sobre HTML e acho o máximo ficar mudando pequenas coisinhas no código para ver os resultados. Enfim, gastei um tempão mas consegui "ajeitá-lo".
Depois, me encontrei com a Felicia e com a Robis para irmos à exposição do Napoleão na FAAP. Foi muuuuuuuuito legal. Acabei me apaixonando por uma "holoimagem" horrorosa e que "dava medo" (de acordo com a Robis), mas, como o amor é cego mesmo, eu achei maravilhosa. Era imagem de um cara que recitava em francês (lindo!!) uma carta de amor que Napoleão escreveu para Josephine. A declaração mais linda que já ouvi e li.
Saindo de lá, depois de ter ouvido várias vezes a carta, fomos comer e tomar sorvete. Uma delícia!
Eu e a Fê voltamos para a faculdade - para a internet, é claro. Fiquei insanamente, durante horas, navegando pelo mundo todo em busca da tal carta do Napoleão. Até arrisquei a ler alguns sites em francês... Esforço quase em vão: acabei achando a carta em inglês (não era o que eu queria), mas mandei um e-mail implorando à alguém da FAAP para me mandarem uma cópia dela.
Bom, depois de toda loucura (cheguei ao ponto de achar que todo mundo a minha volta estava falando francês de tanto que tinha tentado ler os tais sites), comecei a visitar os blogs preferidos e descobri mais coisas muuuuito legais, que dispensam comentários. Adoro blogs!!! Adoro meus amigos!!! Adoro blogueiros!!!
Sobrando um tempinho (antes da biblioteca fechar), acabei descobrindo mais alguns blogs legais, que em breve pretendo linkar.

Que a semana acabe tão bem assim, para todos!
Atendendo a pedidos... Aí vai uma música-poema:


Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber
e ter que demonstrar sua coragem
à margem do que possa parecer
e ver que toda essa engrenagem
já sente a ferrugem lhe comer

Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal
e correm através da madrugada
a única velhice que chegou
demora-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou

O povo foge da ignorância
apesar de viver tão perto dela
e sonham com melhores tempos idos
contemplam essa vida numa cela
esperam novas possibilidades
de verem esse mundo se acabar
A Árca de Noé
O dirigível
Não voam nem se pode flutuar

Ê..ôô..vida de gado
Povo marcado esse
povo feliz
Ê..ôô..vida de gado
Povo marcado esse
povo feliz
(Zé Ramalho)

Estava me lembrando dessa música, ontem.
Ano passado no cursinho, um dos professores que eu mais gosto, o Fred, cantou essa música na minha sala e disse que, para ele, ela significava muito, e que ele achava que ela tinha muito a ver com a nossa vida e com a vida dos vestibulandos.
Nesse dia ele estava inspirado, falou muitas coisas bonitas, animou-nos pra caramba.
Aquele jeitinho caipira de falar, aquele rostinho branquinho... que saudades.

Tenho muita coisa para consertar na net e pouquíssimo tempo... Por que alguns dias não podem ser de 40 horas?

terça-feira, 2 de setembro de 2003



BODAS DE PRATA
Beijando teus lindos cabelos
Que a neve do tempo marcou
Eu tenho nos olhos molhados
A imagem que nada mudou
Estavas vestida de noiva
Sorrindo e querendo chorar
Feliz, assim, olhando para mim
Que nunca deixei de te amar

Vinte e cinco anos vamos festejar de união
E a felicidade continua em meu coração
Vai crescendo sempre mais o meu amor por ti
Eu também fiquei mais velho e quase não senti

Vinte e cinco anos de veneração e prazer
Pois até nos momentos de dor
O teu coração me faz compreender
Que a vida é bem pequena para tanto amor

Estavas vestida de noiva
Sorrindo e querendo chorar
Feliz, assim, olhando para mim
Que nunca deixei de te amar
(Carlos Galhardo)


Hoje meus pais completam 25 anos de casados.
Quanto tempo para uma união, não?
Sempre planejamos que em 2003 faríamos uma grande festa para comemorarmos juntos os 50 anos da minha mãe (dia 24/08), meus 21 (dia 01/09) e as bodas de prata deles.
Ao invés de festas... "visitas" aos hospitais e a inevitável frase da minha mãe: "quando eu ficar boa a gente faz a festa, tá?".

segunda-feira, 1 de setembro de 2003




Momento de reflexão:
"E se um dia eu acordasse na rua, sem nada – sem identidade, sem família, sem amigos, sem faculdade – só com as roupas do corpo e com as lembranças. Do que e de quem eu mais sentiria falta? A que eu atribuiria maior valor? O que eu tentaria recuperar primeiro?"

É interessante pensar nisso... pode-se chegar a conclusões surpreendentes.
Fiquei "encanada" com uma coisa em relação a minha doença: sexta-feira quando eu estava na faculdade, já passando mal, com febre, me sentindo horrível, cheguei a falar sobre isso com algumas pessoas e ninguém se importou (a não ser Pri... mas à noite quando liguei para ela para repassar um recado, ela já tinha esquecido que eu não estava bem). Por que será?
Levantei duas hipóteses:
1) Pode ser que eu sempre esteja com cara feia como naquele dia, como se estivesse chateada ou doente e, aí, quando é de verdade ninguém acredita
2) Ou, ninguém de lá se importa mesmo comigo, se estou bem ou mal, desde que eu não esteja atrapalhando-os

Fica a pergunta: por que ninguém deu atenção?
Se alguém puder responder (com sinceridade, é lógico), principalmente alguém que estava lá, eu agradeceria muito.