quinta-feira, 6 de março de 2003

Finalmente consegui me libertar do vício da televisão.
Eu realmente era viciada nessa maquininha de imagens e ela representou um dos meus maiores desafios na época de cursinho porque quando ia estudar em casa eu acabava ligando a tv para assistir 15 minutinhos e ficava durante horas.
Sempre critiquei a programação, falei mal do sensacionalismo e da futilidade dos apresentadores. Falava mal porque eu realmente conhecia, assistia a quase todas as porcarias que aparecia.

Mas agora, acho que posso me considerar liberta desse vício. Faz duas semanas que não sento na frente da tv para assistir nenhum programa inteiro ou por mais de meia hora (nem durante o feriado). Mesmo os programas que eu adorava como Gilmore Girls, telejornais, Metrópolis e Ação não assisti esses dias. Acreditam que até de Sandy e Junior eu esqueci um pouco? Deve ser por causa da Faculdade e de tudo que estou vivendo e que ainda é muito interessante.

Ano retrasado eu pensei em parar totalmente de assistir tv quando conheci uma professora de Matemática que tinha essa "filosofia". Na casa dela não havia televisões e ela mal sabia quem eram os atores ou as músicas que estavam em moda. Depois, pensei melhor e achei que isso seria muito radical e que, apesar das podridões, há programas educativos e informativos bastante úteis. Costumava dar muito valor ao telejornais porque achava importante saber sobre o que está acontecendo no mundo, no país, na cidade... Mas, de repente, percebi que não é tão importante assim. Me angustia ver tanta desgraça, tanta violência, tanta corrupção. O principal, que é saber que essas coisas existem, eu já sei. Quando acontece algo realmente grande e importante de alguma maneira vou acabar sabendo e se eu quiser me informar melhor, procuro na net, em qualquer horário. Então, pra que grudar nesse aparelhinho viciante e perder horas do meu dia desaprendendo, para em troca receber um tantinho de informação e entretenimento?

Na verdade, não parei de assistir televisão porque decidi assim. Foi algo natural, sem eu ter forçado. Toda a "filosofia" veio depois, quando me dei conta do fato. O aparelho do meu quarto ainda está intacto, assim como o vídeo cassete (que trabalhou inutilmente algumas vezes nesses dias - cheguei a gravar alguns programas mas não tive paciência de assistir e acabei desgravando). Talvez daqui a algumas semanas, quando passar a euforia da minha nova vida, eu talvez volte a esse meu vicío. Mas, por enquanto, mantenho a tv desligada, a mente mal informada, o coração adormecido (é bem mais difícl encarar a solidão quando se vê, o tempo todo, casaisinhos felizes curtindo um romance de novela, mesmo sendo ficção) e os sentidos ligados no mundo real.

Ah, não posso deixar de comentar da tal novela que eu queria tanto assistir: música linda, atores consagrados, abertura razoável mas diretor ruim - suficiente para tornar uma perspectiva de sucesso num verdadeiro fracasso. Assisti uns 20min e odiei, sem comentar daquele médico ridículo e mal retratado que denigre a classe desses ótimos profissionais (na maioria). (Que bonitinha... já tá defendendo os futuros colegas... quem diria, eh?! - só quero ver até quando...)

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