domingo, 30 de março de 2003





Que lindo!! Que lindo!!!
Ganhei meu primeiro esteto e meu primeiro esfigmo.

(Agora só falta aprender a usar direito)
2º aula de prática médica, sala com 15 alunos, discussão sobre o contato com paciente que acabávamos de ter (detalhe - já havia passado 3 horas de aula e eu não tinha emitido uma palavra sequer):

Prof.: - Paloma, o que você acha disso?
Eu: - Disso o que?
- Disso que nós estamos discutindo.
- Ah... (pausa) Não sei.
Aluno: - Viiiiixiiii... olha isso!!!

Péssimo, péssimo, péssimo.
Eu até estava gostando da conversa mas acabei dando um viajada. Não consigo compartilhar minha opinião em grupos de discussão e ainda não aprendi a me safar de situações apertadas como essa sem queimar ainda mais minha imagem.

Paciência... eu, que adoro essa aula e absorvo informação pra caramba, vou acabar ficando com notas mais baixas que aquele idiota que acha a maior besteira ficar discutindo relação-médico paciente no 1º ano, não entende metade do que é falado mas vivi dando suas opiniões patéticas só pra mostrar que tá interessado.
Excesso de timidez ou de burrice a minha??? Ainda não descobri...
Palavras de um veterano sabido:
"O verdadeiro aprendizado ocorre de maneira eficiente quando a informação que recebemos é capaz de mudar nossos pensamentos ou atitudes. O bom aprendizado ocorre quando essa mudança é para melhor.
Fico me perguntando, que mudanças esses cursos dos 1º anos da faculdade estão causando em mim?"
"Esses 50 anos foram perdidos. Agora, é preciso reaprender tudo. Vamos la´: A, E, I, O, U"

É nessas horas que a gente percebe quem são as pessoas que realmente gostam da gente e se preocupam. Impressionante. Nunca imaginei que poderia existir uma pessoa tão boa e paciente dentro daquele corpo de mulher sofrida e exigente da minha tia.

quinta-feira, 27 de março de 2003

As coisas estão voltando aos eixos... Claro que não como era antes - nunca mais será - mas acho que depois de tudo que passei esses dias, me tornei uma pessoa mais forte (ou descobri uma força que eu não sabia que eu tinha) e mais humana...

Fiquei esses dias todos praticamente internada num hospital cuidando de minha mãe. Ela teve um derrame cerebral, perdeu todos os movimentos do lado direito do corpo e um pouco da fala e acho que teve a memória um pouco prejudicada também. Foi um terrível choque para mim, ver a mulher mais ativa que conheço, presa numa cama de hospital, sem entender o que estava acontecendo.
Passei as noites e alguns dias cuidando dela até ontem, quando ela teve alta.

Tudo mudou, a mamata acabou e agora é minha vez de cuidar dela assim como ela cuidou de mim todos esses anos. Não sabemos ao certo se ela vai voltar a se mover e falar como antes mas estamos fazendo de tudo para que isso seja possível.

Qualquer dia desses, quando eu estiver aceitando melhor tudo isso, pretendo escrever sobre essa experiência. Agora preciso ir...

(Julia obrigada pela força...)

quinta-feira, 20 de março de 2003

Depois da calmaria vem a tempestade...
E que tempestade!

Talvez eu fique alguns dias sem blogar porque um triste e inesperado acontecimento caiu sobre minha vidinha (que já não existe mais como era até ontem) e da minha família. Desculpem.

E... que fique registrado:
"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há."

(só agora consegui entender que não há mesmo)

segunda-feira, 17 de março de 2003

Estou convecendo o Yaggo a fazer um blog.

"O Yaggo é o cara mais gente fina da face da Terra (para não falar do Universo) e isso reúne tudo (se é que dá para resumir tantas qualidades)."

Obs: Foi ele que escreveu!!!
Pérola dita por mim ontem, após estudar Biologia Molecular: "Que bom! Eu não estava entendendo nada mas agora estou entendendo mais ou menos nada."

Por aí se vê o grande progresso.
Pequena conversa sob minha janela ontem à noite:
Um pequeno alguém: "Você aceita mesmo? De verdade?"
Outra pequena: "Claro. Já disse que sim... mas só quando a gente crescer, tá?"
...
Eram duas crianças de cerca de 8 anos. Uma graça. Me lembrou Casimiro de Abreu (FT e Heric):
"Ai, que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais.

domingo, 16 de março de 2003

Será que sou tão lenta? Ou meu excesso de perfeccionismo é que me atrapalha tanto?
Às vezes tenho uma idéia, tento colocá-la em prática, sem fazer muito barulho, arrumo tudo, preparo o terreno e, quando já está quase tudo pronto... vem outra pessoa e divulga a minha idéia como dela. Geralmente, a outra pessoa nem sabe que tive a mesma idéia antes, mas, enfim, fico com a fama de "copiona".
Fazer o quê?
Não vou deixar de realizar meus projetos só porque alguém falou algo parecido antes.

Nossa, faz um tempão que eu não faço isso.
Estava até agora numa sala de bate-papo... Acho que há uns 3 anos que não entrava numa sala dessas para conhecer pessoas. Foi divertido.
Mas acho que vai demorar mais uns anos para eu fazer de novo.
E eu deveria estar estudando para a prova...
Queria comer um misto quente mas estava com preguiça de fazê-lo. Fui à cozinha coloquei uma fatia de queijo no meio do pão e vim pra frente do computador. Por um descuido a metade de cima do pão caiu e a fatia de queijo estatelou-se no chão. Acabei perdendo meu pseudo-sanduíche.
Por que sou tão preguiçosa?
Se eu tivesse feito meu misto, o queijo derretido teria segurado o pão e eu estaria, agora, me deliciando...

Quantas oportunidades de fazer coisas agradáveis perdemos na vida por simples preguiça???
Essa semana li uma ótima reportagem na revista Superinteressante sobre "Viciados em remédios". Interessantíssimo.
A matéria fala do poder e da irresponsabilidade das propagandas e de médicos que abusam da ignorância dos usuários criando um novo tipo de vício, a farmacodependência, além de tratar das relações fabricante-pesquisador, fabricante-médico e médico-paciente.
Nos acostumamos a tomar comprimidos para qualquer sintoma, como dor de cabeça, numa atitude imediatista e perigosa. Os laboratórios aproveitam-se disso nos empurrando mais remédios.
A reportagem foi muito bem feita e eu gostaria de comentá-la mas acho mais válido recomendar a leitura.
Se quiserem, leiam e podemos discuti-la depois.
O link para a matéria é:
Viciados em remédio

Não deixem de comentar.

Ai, ai, ai como estou cansadinha...
Cheguei em casa às 4:30h da tarde, comi e fui dormir. Acordei às 9:00 e já queria dormir de novo. Mas não posso pois tenho algumas pesquisas na net para fazer e preciso estudar para a prova de Bioquímica (ai, meu deus!).
Hoje, "atendi" meus primeiros pacientes no projeto de Extensão Acadêmica. Foi muito bom e muito gratificante mas percebi o quanto terei que aprender para fazer algo direito.
O desastre do dia: fui tentar medir a pressão de uma senhora, me atrapalhei toda, soltei o ar do manguito de uma vez e, obviamente, não consegui medir pressão nenhuma. A senhora olhou para o veterano e disse: "xiii, essa aí tá mal, né?!". Eu não sabia onde enfiar minha cara. Foi engraçado. Acho que terei de arrumar algumas cobaias antes de querer me meter a medir qualquer coisa dos pacientes.

segunda-feira, 10 de março de 2003

Acabo de me lembrar: uma vez (há quase um ano), escrevi um blog dizendo que tinha criado coragem para voltar a fazer terapia... Que grande mentira!!!
Hoje, voltei a pensar no assunto e ainda morro de medo de me encontrar comigo mesma. Problemão.
Dia Duro (não recomendo a leitura)

Depois da fantástica aula de prática médica, com o perfeito professor... cai meu mundo.
Saí com dor de cabeça, aliás nunca achei que fosse possível adorar fazer algo mas sair tão mal. Acho que o problema foi meu excesso de preocupação com a imagem que passo, com minha carreira (a preocupação em "manter o amor de hoje pelo resto da vida médica"), o susto pelos terríveis casos apresentados e o grande, enorme, colossal contingente de informações recebidas (mas, infelizmente, nem todas gravadas pois não tenho capacidade para isso) e não anotadas.
Primeira reunião de Panela do E.M.A: pessoais legais, cheias de boas intensões mas... nem rolou (para mim). Péssimo.
Corri à procura de um cartão telefônico, acabei comprando num camelô pois não encontrei lugar melhor. Só que, aí, tive que correr atrás de um telefone que aceitasse o cartão. Achei, liguei, me arrependi... (atrapalhei alguém, me senti pior e não resolvi o problema que devia ter resolvido) além de tudo o telefone comeu quase todo o cartão - sobraram 2 unidades, que mal deram para eu ligar para minha dentista.
Já eram 13:40h. Desde às 6:00h eu não colocava nada na boca - nem água - estava quase desmaiando de fome e sede. Quando finalmente pude almoçar... fila no bandeijão. Foi durante essa nova espera que me dei conta do quanto estava mal. A dor de cabeça tinha se tornado uma leve dor generalizada pelo corpo, uma sensação de fraqueza, tremedeira, olhos inchados...
Almocei lentamente e decidi parar um pouco, sozinha, para escrever, desabafar. Fui para a mesinha do jardim da Saúde Pública (ocupada por uma população de chatas formigas) e por lá fiquei uns minutos. Até que (pelo menos uma coisa boa) apareceu uma veterana de bom coração para me resgatar. Fomos conversando até a facul, debaixo da chuva, e me acalmei um pouco.
Tinha que encontrar duas meninas do meu grupo para fazer um relatório de Bioquímica. Pra quê? Quando as encontrei, o relatório (em grupo) já estava feito. Fiquei brava, discuti com elas pois mal sabia o conteúdo do bendito e estava realmente afim de fazê-lo. Criei um mal estar total e justamente com elas que são tão legais comigo. Fiquei me sentindo um lixo.

Queria muito ir para minha casinha mas está chovendo, é horário de pico e não quero ficar 2 horas no trânsito, no busão lotado. Enquanto espero passar, fico aqui filosofando sobre minha incapacidade de lidar com pessoas.

Fico pensando... se, por causa de coisas tão simples como estas, eu fico inevitavelmente tão mal, imagina quando eu tiver que dar plantão, resolvendo milhares de problemas na mesma hora, com real responsabilidades... em vez de médica, vou acabar me tornando paciente interna da Psiquiatria.


Que dia péssimo que estou tendo...

domingo, 9 de março de 2003

Estive pensando...
Quais seriam os mecanismos psicológicos motivadores que nos levam a gostar tanto de blogs?
Eu estou completamente viciada. Passo meus horários de almoço na Faculdade e horários livres depois das aulas, procurando um computador que me permita blogar e ler meus blogs preferidos. É algo incontrolável.
Sem contar que já estou tentando convencer várias pessoas da faculdade a fazerem blogs e estou tentando criar outro com alguns amigos.
Acho que se continuar assim, terei que fundar a Associação dos Blogeiros Viciados Anônimos...
Papo filosófico com minha irmã (15a) (duas ignorantes sem religião tentando conversar)
(...)
Ela: - E se eu já tiver morrido e outra alma tiver entrado no meu corpo?
Eu: - Mas, aí, essa outra alma não teria as memórias da sua vida.
- Quem disse? As memórias ficam gravadas no corpo.
- Mas as memórias não fazem parte da alma?
- Não. As memórias fazem parte da mente. Alma é outra coisa.
Eu: - Então, o que caracteriza a alma? Pra mim, são as lembranças da pessoa que caracterizam a alma.
Ela: - Ah, eu não sei. Mas acho que as lembranças da pessoa ficam no corpo e quando a pessoa morre a alma vai embora sem elas. Afinal, quando a pessoa reencarna ela já não lembra de nada da outra vida.
- Claro que não. A pessoa morre e a alma leva as lembranças mas para reencarnar ela tem que esquecer... Se ela lembrasse ela enlouqueceria.
- É por isso que existem pessoas loucas? ... Não. Acho que não.
(...)
Eu: Por que que a gente não pode pensar com o coração e sentir com a cabeça?
Ela: Você já percebeu quantas vezes eu tive que pegar na borracha desde que você chegou (ela estava desenhando)? Você tá me atrapalhando com todo esse papo maluco. Vai embora, vai.

sábado, 8 de março de 2003

Nenhuma novidade mas fiquei assustada do mesmo jeito... não é fácil ver (ou ler) fatos desse tipo (mesmo sabendo que a matéria é meio sensacionalista).
Saúde Mental do Médico e do Estudante de Medicina


Um trecho do texto:

"Uma alta prevalência de suicídio, depressão, uso de drogas, distúrbios conjugais e disfunções profissionais em médicos e estudantes de medicina tem sido relatada na literatura.
(...)
Os resultados revelaram que os médicos, especialmente aqueles que tinham prática clínica, apresentavam casamentos mais instáveis, usavam drogas e álcool de forma abusiva e procuravam psicoterapia em proporção maior do que os controles. Ao discutir estes resultados, os autores assinalam que embora estas dificuldades sejam, com frequência, atribuídas às vicissitudes do exercício da Medicina, a sua presença ou ausência estava fortemente associada à adaptação na vida anterior à escola médica; sòmente os médicos com adaptações instáveis na infância e adolescência revelaram vulnerabilidade às solicitações da profissão."
(fonte: www.terravista.pt)

Como é bom ter idéias...
Bom?
Nem sempre.
É horrível ter idéias - boas idéias - quando não podemos pô-las em prática imediatamente. Pior ainda é saber que a prática também vai depender de outras pessoas, ou seja, ainda vai demorar...

Só espero que até lá essas boas idéias não se transformem em mais lembranças perdidas.

quinta-feira, 6 de março de 2003

Finalmente consegui me libertar do vício da televisão.
Eu realmente era viciada nessa maquininha de imagens e ela representou um dos meus maiores desafios na época de cursinho porque quando ia estudar em casa eu acabava ligando a tv para assistir 15 minutinhos e ficava durante horas.
Sempre critiquei a programação, falei mal do sensacionalismo e da futilidade dos apresentadores. Falava mal porque eu realmente conhecia, assistia a quase todas as porcarias que aparecia.

Mas agora, acho que posso me considerar liberta desse vício. Faz duas semanas que não sento na frente da tv para assistir nenhum programa inteiro ou por mais de meia hora (nem durante o feriado). Mesmo os programas que eu adorava como Gilmore Girls, telejornais, Metrópolis e Ação não assisti esses dias. Acreditam que até de Sandy e Junior eu esqueci um pouco? Deve ser por causa da Faculdade e de tudo que estou vivendo e que ainda é muito interessante.

Ano retrasado eu pensei em parar totalmente de assistir tv quando conheci uma professora de Matemática que tinha essa "filosofia". Na casa dela não havia televisões e ela mal sabia quem eram os atores ou as músicas que estavam em moda. Depois, pensei melhor e achei que isso seria muito radical e que, apesar das podridões, há programas educativos e informativos bastante úteis. Costumava dar muito valor ao telejornais porque achava importante saber sobre o que está acontecendo no mundo, no país, na cidade... Mas, de repente, percebi que não é tão importante assim. Me angustia ver tanta desgraça, tanta violência, tanta corrupção. O principal, que é saber que essas coisas existem, eu já sei. Quando acontece algo realmente grande e importante de alguma maneira vou acabar sabendo e se eu quiser me informar melhor, procuro na net, em qualquer horário. Então, pra que grudar nesse aparelhinho viciante e perder horas do meu dia desaprendendo, para em troca receber um tantinho de informação e entretenimento?

Na verdade, não parei de assistir televisão porque decidi assim. Foi algo natural, sem eu ter forçado. Toda a "filosofia" veio depois, quando me dei conta do fato. O aparelho do meu quarto ainda está intacto, assim como o vídeo cassete (que trabalhou inutilmente algumas vezes nesses dias - cheguei a gravar alguns programas mas não tive paciência de assistir e acabei desgravando). Talvez daqui a algumas semanas, quando passar a euforia da minha nova vida, eu talvez volte a esse meu vicío. Mas, por enquanto, mantenho a tv desligada, a mente mal informada, o coração adormecido (é bem mais difícl encarar a solidão quando se vê, o tempo todo, casaisinhos felizes curtindo um romance de novela, mesmo sendo ficção) e os sentidos ligados no mundo real.

Ah, não posso deixar de comentar da tal novela que eu queria tanto assistir: música linda, atores consagrados, abertura razoável mas diretor ruim - suficiente para tornar uma perspectiva de sucesso num verdadeiro fracasso. Assisti uns 20min e odiei, sem comentar daquele médico ridículo e mal retratado que denigre a classe desses ótimos profissionais (na maioria). (Que bonitinha... já tá defendendo os futuros colegas... quem diria, eh?! - só quero ver até quando...)

domingo, 2 de março de 2003

Finalmente, adicionei alguns links de blogs interessantes que encontrei por aí. Espero que gostem.
Nunca quis colocar imagens no blog porque acho que ele fica muito pesado. Mas vi essa imagem na net e tive que publicá-la.
Olhem que linda!!





Primeiro teste que faço na net e olha o resultado...







Faça você também Que
gênio-louco é você?
Uma criação de O Mundo Insano da Abyssinia


O engraçado é que por muitos anos (na adolescência) me identificava um pouco com Van Gogh e seu sentimento de inadaptação.
Amo sua arte e o considero o melhor pintor de todos os tempos. Mas, já não me acho parecida com ele...

sábado, 1 de março de 2003

Minha cara feia está aparecendo na tv e em outdooors por toda cidade... que ridículo!!! Só porque estou pintada com "Medi - USP - Unifesp", me torno mais importante e chamativa.
Este é o mundo da publicidade!!
Foi mais rápido do que imaginei

Antes de entrar na faculdade eu pensava: "não vou ser igual a esses estudantes relapsos que vivem perdendo aula e só estudam na véspera da prova, vou estudar todo dia um pouco e me preocupar em aprender e não só em tirar nota". Mas eu sabia que ia acabar mudando de idéia e estudando um pouco menos do que o previsto.
A mudança foi mais rápida do que imaginei. Depois da primeira semana de aula, já desencanei de ficar estudando todo dia e assistindo todas as aulas. Claro que não vou abandonar os estudos pois adoro ficar enfiada nos livros mas vou me preocupar mais em aproveitar esses meus últimos 4 anos de vida em liberdade. Sim, porque pelo que um veterano do 5º ano me falou ontem, no internato (e depois durante toda a carreira médica) você passa a ser escravo da Medicina, tendo que se dedicar a ela 24h - o que eu sempre quis, mas não agora, é claro.
Depois de 3 anos de cursinho, quando estive presa pela fantasia de cursar Medicina na USP, não fiz mais nada além de estudar exaustivamente. Quase não fui ao cinema ou teatro, não namorei, dormi mal, comi mal, ou seja, vegetei esse tempo todo. Portanto, agora é hora da recompensa (além de estar estudando na melhor faculdade de Medicina do Brasil). Vou sair mais, conhecer lugares novos, viajar, aprender línguas diferentes, ir a baladas... Aliás, não pretendo aparecer na Facul dias 6 e 7, quando teria aula de Bioquímica, Bio Celular e Bio Molecular. Só vou se naõ arrumar nada melhor para fazer.

Pode parecer que não estou gostando da Faculdade ou das aulas mas isso não é verdade. Estou adorando tudo. Até as aulas de Bioquímica, que disseram que são péssimas, eu não achei ruim (aliás, não teve nada da tal discussão de caso). Só que tem matéria que realmente não vai me ajudar a ser melhor ou pior médica. Por exemplo, ficar olhando para uma clavícula tentando encontrar a tal linha trapezóidea (que o professor jura que existe), ou ficar construindo gráficos de titulação não vai me ajudar a curar ou melhorar a vida de ninguém. Vou estudar e aprender o máximo que conseguir mas sem ficar me estressando e deixando de aproveitar a vida, como eu fazia no cursinho.