terça-feira, 10 de abril de 2018

Passado retorna

Estava eu aqui fuçando no blog e lendo comentários antigos e achei esse de 2012:



Anônimo disse...
Seu leitor fiel te da os seguintes conselhos :)

1-Quando for comprar outro carro ou mandar o seu para o espaço compre um honda fit :)

2-Calma, se concentre no trabalho que vai passar tão rapido que voce não ira perceber.

3-Relacionamentos são fases e estas passam :)

Boa semana



Óbvio que eu não lembrava do comentário e nem sei quem escreveu.
Mas o engraçado é que eu sempre sonhei em ter um Honda Fit. Pode parecer besteira, mas eu era apaixonada por esse carro.
Nunca comprei porque é muito caro. E eu nunca estive em condições de "desperdiçar" dinheiro assim (dado que carro serve para locomoção e algum mais barato que cumpra seu propósito está ok).

Há duas semanas, depois de tantos anos sonhando, comprei meu primeiro Honda Fit.
Em pensar que já faz uns 10 anos que penso e quero isso, entendi que seria legítimo realizar esse sonho.
Eu não poderia estar mais feliz!!

Apesar de demorar 6 anos pra seguir um conselho simples!!! kkkkkkkk

Diferenças

Apesar da minha idade, tem muitas coisas que ainda não aprendi nessa vida.
Uma delas é a enorme diferença entre as pessoas.

Sempre me senti diferente. Mas só há pouco tempo percebi que todo mundo se sente assim. Na verdade todo mundo é diferente de fato. E isso é bom.
Mas em alguns pontos existe uma maioria. E é essa maioria que "pega" pra mim...

Por exemplo, todo mundo tem falado muito sobre um seriado que atualmente está famoso.
Várias pessoas me recomendaram, todo mundo adorou. Fui assistir.
Meu marido e eu simplesmente detestamos. A gente não conseguia assistir. Não fazia sentido nenhum pra nós.
A história do seriado é mais ou menos a seguinte: um homem inteligente monta uma gangue e planeja um assalto numa casa da moeda (acho que da Espanha). A ideia deles é entrar, fazer reféns e ficar lá alguns dias imprimindo dinheiro. Desde o começo do seriado esse "chefe" diz que fará com que a opinião pública fique a favor deles.
Primeiro ponto pra mim: eu acho meio impossível ser convencida de que eles são vítimas ou bonzinhos se eles estão fazendo reféns e roubando milhões de euros. Então, a premissa já não fazia sentido pra mim.
Durante os episódios, várias coisas vão acontecendo e cada vez fazia menos sentido pra mim e meu marido.

Pois bem. Nós paramos de assistir o seriado e achamos normal. Tem sempre gente que gosta e outras que não gostam. Normal e esperado.

Aí estreou a segunda temporada.
Uma das minhas melhores amigas veio toda animada me falar do seriado, dizendo que tinha amado e que o final era lindo. Daí fiquei muito intrigada... Como assim?
Ela me falou que no final eles conseguem roubar tudo e fugir. O chefe da gangue vai morar no caribe e a chefe da polícia, que cuidava do caso, se apaixona perdidamente pelo criminoso, larga tudo e vai morar com ele como milionários.
Ah???
Como assim é um final lindo?
A opinião pública realmente ficou do lado dos criminosos porque "apesar de roubarem não mataram ninguém". Ah????

Como assim???

Sério... Não consigo entender.
No meu mundo, criminosos são criminosos, tem que ser presos e ponto final.
Eles não mataram mas mantiveram reféns aterrorizados durante dias, restringindo o direito das pessoas.
Como alguém pode achar lindo o criminoso fugir e a retardada da policial ficar do lado dele, apaixonados???

Desculpa mas no meu mundo isso não faz nem uma miséria de sentido.
Realmente a opinião pública ficou do lado dos bandidos (considerando que a maioria ama o seriado e acha o final lindo).
Mas eu não consigo concordar... eu não consigo sequer entender.
E ainda bem que meu marido também não!!
Ufa!!!



terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Apenas reflexões

Sempre tenho muito a escrever mas a preguiça é maior.
Falta um pouco de tempo também. Pra mim, sozinha, eu comigo mesma, pra pôr as ideias em dia.

Hoje, terça de carnaval, todos em casa dormindo, vamos aproveitar esses minutinhos para relatar os ocorridos de ontem.

Fui trabalhar de manhã e à tarde não tinha nada programado.
Meu marido convidou alguns amigos pra ir em casa (só homens) e não me senti nem um pouco à vontade de ficar lá no meio deles.
Pensei em ir ao cinema mas não achei nenhum filme que valesse o valor do ingresso (e considerando que estou em low carb, nem pipoca poderia comer).
Tinha terapia às 17h. Então acabei optando por ficar no hospital assistindo netflix.

O problema é que estava lá, dividindo sala comigo uma médica muito muito muito chata e escandalosa. Enquanto eu assitia meu filme, ela gritava no telefone, gritava com auxiliar de enfermagem, gritava batendo papo... só gritava.
Fui me irritando e acabei indo embora de lá umas 15h.
Estava muito cedo para ir à terapia, então simplesmente entrei no meu carro e fiquei jogando candy crush. Sim!! Fim de carreira total!!!

Perto do horário da terapia, me direcionei para a clínica e fique lá esperando. Esperando... esperando... esperando.
A psicóloga não apareceu!!! Legal, né?!
Ela me esqueceu.

Mandei mensagem pra ela e ela disse que tinha trocado de agenda e não sei mais o que e acabou esquecendo...
Não sei se isso significa alguma coisa, se eu deveria me preocupar... sei lá.
Me senti rejeitada. Claro! Como as tantas outras vezes em que me esqueceram por aí (sim! acontece com uma certa frequência). Mas não fiquei brava nem nada. Fui pra casa e sentei no sofá do lado dos "meninos" que se divertiam jogando vídeo game há horas.

O que penso sobre o esquecimento dela é que é natural. Era segunda-feira de carnaval, ela não tinha outros pacientes, estava na casa dela curtindo a vida. Talvez muitas pessoas na mesma situação esqueceriam. É um trabalho. Não sou amiga, irmã, filha dela nem nada. Sou paciente. Sou trabalho. E ninguém quer trabalhar no feriado. Só marquei porque não tinha nada pra fazer e porque ela ofereceu.

Ela ficou extremamente constrangida. Me mandou várias mensagens com desculpas e dizendo que se isso tiver estragado nossa relação ela ia entender. Eu morri de rir!!! Como assim estragado nossa relação??
Meu marido disse que se fosse com ele, ele teria ficado puto. Mas não entendo... de que adianta  ficar puto? Não vai trazer de volta o tempo que fiquei esperando nem vai amenizar a sensação de abandono (recorrente). Foda-se.
O constrangimento dela me fez pensar sobre a maneira como ela me enxerga.
É estranho... tenho pensado muito nisso. Às vezes me dá a impressão de que ela acha que sou um cristal que vai se quebrar, que sou uma menina bobinha e inexperiente.
Sou uns 10 anos mais velha que ela e ela me trata como se soubesse mais, como se entendesse melhor, como se fosse melhor. Isso me incomoda. Eu sei que esse é o papel dela como psicóloga e que tem que se mostrar forte e experiente para passar credibilidade. Mas não sei...
Acho que preciso conversar melhor com ela sobre isso.
Não sei se consigo confiar no trabalho de uma pessoa tão jovem (penso isso desde o início)... e não sei se gosto da abordagem indireta dela em relação as coisas.
Às vezes acho que ela deveria criar um caos dentro de mim e ver no que dá.
A gente precisa enfrentar as coisas... enfrentar a realidade e não ficar pintando, desenhando, fingindo que as coisas não existem...



quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Fobia social?

Ontem aconteceram duas coisas que me deixaram mal...

1) Minha cunhada me ligou e eu não atendi. Não atendi porque odeio telefone, porque não queria falar mesmo, porque me sinto meio acuada e envergonhada perto dela... Só fui falar com ela à noite, depois que meu marido chegou em casa e obriguei ele a ligar pra ela pra descobrir o que queria comigo. Ridículo!!! 

2) Fui levar meus cachorro na pracinha para passear e lá estava, com sua linda filhinha pequena, um ex-professor meu da faculdade. Quase amigo. Meu cachorro foi direto brincar com a menininha. Gritei pra ele voltar, o professor me viu, acenou, fez um gesto que ia se levantar pra falar comigo. Acenei de volta, gritei pro meu cachorro e saí andando rápido para o outro lado pra não precisar falar com ele.

O que há de errado comigo???

Pensando agora parecem duas atitudes bem sem sentido e até engraçadamente trágicas. Mas na hora fazia todo sentido...



Alguns anos depois...

Novamente a depressão.
Dessa vez intensa, descontroladamente desesperadora.

Recomecei a fazer terapia. Dessa vez com uma moça, indicação de uma senhora psicóloga muito confiável.
Ela é ótima! (como todos nos primeiros meses)
No começo, cerca de 2 meses atrás, eu estava aberta ao tratamento. Lidei com algumas questões iniciais, assumi que quero sim engravidar e ter um bebê, descobri que a origem das minhas grandes questões tem muito mais a ver com a minha mãe do que com meu pai (o que foi uma descoberta que mudou o rumo de tudo).

Conforme foram passando as semanas, comecei a dar demonstrações de que as coisas estavam intensas demais. E comecei a descompensar da depressão.
Desde meu último episódio, cerca de 4 anos atrás, estou tomando a mesma medicação e estava ótima! Namorei, casei, terminei minha especialização, comecei ótimos trabalhos e estava feliz com meu salário.
Do nada, comecei a deprimir. Comecei a ficar triste, dormir muito, comer feito um porco. E a tristeza só foi piorando. Cada vez mais intensamente.
Procurei psiquiatra, aumentei a dose da medicação. Diminuímos o ritmo da terapia (ao invés das conversas pesadas, passamos a pintar, desenhar, fazer mosaicos... terapia não verbal)...

Até que terça-feira passada surtei completamente. Completamente!
Acordei tensa, meio que sem conseguir prestar atenção no que estava fazendo.

Fui para o trabalho e no caminho... bati o carro. Estraçalhei meu retrovisor na traseira de um ônibus parado. Não desci para olhar, não falei com o motorista do ônibus... simplesmente fui embora.
Cheguei no estacionamento, vi o estrago, deixei o carro lá e fui trabalhar normal.

Conforme fui fazendo os exames, uma sensação estranha tomou conta de mim. Comecei a chorar sem parar... na frente de um paciente.
Decidi que não tinha condições de trabalhar... pedi pra remarcarem todos, avisei meu chefe, liguei para meu marido pedindo que me buscasse e fui pro banheiro chorar...
Chorei chorei chorei descontroladamente. Meu marido chegou e fomos para casa. Eu não sabia o que estava acontecendo. Simplesmente tive um surto. Um dos maiores que já tive. Surtei total.
Consegui um encaixe com a psiquiatra. Ele me levou.
Conversei com ela, chorei mais um monte.

Ela me falou sobre nosso juiz e sobre nosso lado espontêneo.
O juiz está ali na sua orelha o tempo todo, falando o quanto vc é ruim, o quanto vc comete erros, apontando cada coisinha errada que vc faz (mesmo que não seja um erro verdadeiro), o quanto vc é preguiçosa e não ajuda os outros.
Sua parte espontânea seria aquela que quer fazer o que vem na cabeça, considerando sua inteligência, seu lado bom. Só que com um juiz tão forte que eu tenho, meu lado espontâneo fica acuado, não consegue agir. E como ele é infantil e meio mimado ele diz: se não posso ser eu mesmo, se estou sendo tão acuado, vou começar a mandar nos outros.
Daí começo a tratar mal algumas pessoas (aquelas que me incomodam ou tentam ser autoritárias, ou as que se parecem muito comigo).






segunda-feira, 30 de junho de 2014

Reflexões pós-terapia

1) Somos todos pardoxo!
Sempre me achei muito indecisa, o tipo de pessoa que muda de ideia o tempo todo ou aquela que acredita numa coisa mas faz outra e fica se perguntando "como pude?".
Mas a verdade é que todos temos nossos paradoxos. Nós somos paradoxos e podemos conviver bem com isso.
Quando vc conhece uma pessoa, você quer formar uma imagem dela e tenta colocar numa caixinha todas as qualidades e defeitos que aquela pessoa tem. Todos fazemos isso, pra tentar dar sentido e "saber com quem estamos lidamos".
Mas aquela pessoa, sempre alegre e gentil, num dia ruim, pode gritar com vc, ser mal-educada. E vc vai dizer "nossa, fulana enlouqueceu!".
Quando as pessoas me conhecem (meu eu atual, não meu eu nos meus primeiros 30 anos) e tentam me colocar nessa caixinha, elas tem certa dificuldade. E o que mais escuto falarem é "nossa! vc é doida!".
Talvez eu realmente seja doida. Mas antes de ser doida, eu sou simplesmente incoerente.
Até pouco tempo atrás, eu lutava contra essa incoerência, eu mesma tentava me colocar numa caixinha mas não conseguia... Porque gosto de mudar de ideia. Gosto de achar o azul bonito hoje, mas adorar o preto amanhã. Adoro pizza mas não gosto mais. Adoro sexo e faço loucuras entre quatro paredes, mas sou puritana.
Sou incoerente. Sou um paradoxo. Adoro ser e me sinto bem assim.
Lamento aos que se sentem mal por não conseguir me colocar em suas caixinhas. E, só tenho uma coisa a dizer: se a gente olhar de perto, ninguém cabe de verdade nas caixinhas. Somos todos paradoxos. E temos direito de ser.

2) Sobre a felicidade e o se sentir bem...
 Desde que compensei minha depressão de vez (cerca de 4 meses atrás), me sinto feliz. Me considero uma pessoa sortuda na vida e muito feliz.
Mas olhando de perto... isso que eu sinto não é felicidade genuína. O que eu sinto é bem-estar. Me sinto bem comigo mesma. Me sinto bem com o mundo e sigo vivendo.
Só que felicidade... Ah... felicidade é outra coisa.
Felicidade é algo que dá trabalho, que precisa ser construída e que precisa de manutenção.
Ser feliz dá trabalho, exige energia.
Ser infeliz é fácil. Vc se joga no sofá e diz "não consigo ser feliz". Porque dá preguiça construir e manter a felicidade.
É para poucos!
Eu ainda estou começando a tentar construir a minha....

3) Sobre a depressão
Quando penso nessa questão de felicidade e bem estar sinto um medo absurdo.
Estou tratada da minha distimia há menos de 6 meses. É muito pouco tempo pra me sentir segura, é muito pouco tempo pra achar que a vida é bela e os pássaros cantam.
Estava discutindo sobre isso hoje com meu terapeuta. Disse a ele que tenho medo de que esse meu bem-estar seja falso. Que ele seja "produzido" pela medicação. Que ele seja apenas uma ilusão.
Meu terapeuta (homem inteligente totalmente fora da caixinha!) acha que a distimia é de certa forma uma decisão. (Tirando toda parte da doença e considerando num contexto de bom tratamento).
Coisas ruins acontecem com todo mundo, todo dia. Mas a decisão de como vc vai olhar pra isso e sentir isso é só sua.
As coisas pra mim hoje, tratada, tem uma cor completamente diferente do que tinha antes, na minha vida acinzentada. Não sei dizer o que nem como mudou. Mas se um dia as coisas voltarem a ficar cinza de novo, a decisão de acreditar que aquela é a cor basal é minha!
Eu posso achar que aquele jeito cinza que eu via o mundo antes, é como ele é de verdade, e voltar a viver com esse parâmetro.
Ou eu posso admitir que estava doente antes e passar a acreditar que as cores que eu enxergo hoje são as verdadeiras, passar a viver com esse basal, olhando pra um horizonte diferente!
Bom, pelo menos é nisso que acredita meu terapeuta. Ainda estou processando essas informações.

4) Voltando à questão da vulnerabilidade
 Hoje disse pra ele que não sei se entendia bem o que ele considera essa vulnerabilidade que conversamos antes.
E ele tentou me explicar que a vulnerabilidade é na verdade, derrubar as máscaras, os escudos, quebrar os muros. Como abrir a porta para o mundo.
E eu respondi que quando olho pra essa porta, tenho a impressão que de lá de dentro vai sair um monstro que vai me destroçar. Como aquela fumaça de Lost, sabe?

E ele me disse que quando o monstro sai é porque ele está indo pra outro lugar. Vc para de guardar aquela coisa ruim e deixa ela sair, ir embora. Você olha de frente o furacão e diz pra ele "pode vir". Se vc deixar, ele pode sim te destruir. Mas mesmo que ele te destrua... o que tem de tão ruim nisso? Você não vai morrer. Levanta, recolhe os cacos e se prepara pra um eventual segundo monstro que esteja escondido atrás da porta.

Doidera!!!!



terça-feira, 24 de junho de 2014

Sumo mas sempre volto!!!

Estou transbordando de novas ideias e preciso dar vazão a elas, então vamos lá.

Mais uma vez, comecei a fazer terapia. Dessa vez com um homem (inédito).
E não é que o cara tá me impressionando!!!
Achei alguém que pensa mais fora da caixinha que eu. Ele é um gênio! Estou amando!!!

Algumas de suas ideias que tem me martelado a cabeça:

1) Ninguém precisa ser o melhor, viver acima da média. Você pode viver na média ou até abaixo dela e ser até mais feliz.
De fato, a gente passa boa parte da vida tentando ser melhor em algo, tentando provar nosso valor. Mas pra quê? Pra quem?
Se você é o melhor em algo, sorte sua! Seja feliz!
Mas se você não é tão bom e fica se esforçando pra ser melhor que os outros pela simples vaidade de ser, você provavelmente está perdendo seu tempo.
Eu nunca gostei de chamar muito a atenção. Por isso provavelmente nunca quis ser a melhor em muitas coisas.
Mas sempre me senti mal quando tirava uma nota média na prova ou quando não era a escolhida para um trabalho ou algo assim.
Estou começando a entender que isso não faz o menor sentido. Posso ser feliz fazendo as coisas do jeito que eu acho correta, tentando melhorar minha capacidade e não tentando melhorar em comparação aos outros.
Não preciso ser melhor do que os outros em nada, nem sequer acima da média.
Só preciso tentar ser cada dia melhor. Eu em comparação comigo mesma, nas coisas que me fazem bem.
Simples assim.

2) Pessoas deprimidas são, na verdade, mimadas.
Da primeira vez que ele me falou isso, achei um absurdo! Depressão é uma doença. Não dá pra reduzir tamanho sofrimento numa ideia simplista assim.
Mas, quer saber? Ele tem razão!
Tirando a parte dos desequilíbrios dos neurotransmissores, nós, pessoas deprimidas, somos na verdade bastante mimados. A gente queria que o mundo fosse como a gente sonhava, que as pessoas agissem de acordo com nossas expectativas, que nossos problemas se resolvessem sem tantas enrolações e dores.
Atualmente estou tratada (e bem tratada!), tomando medicação direitinho e bem compensada (pela primeira vez na vida!). Mas mesmo assim, às vezes me pego com "tristeza do mundo" pelas coisas não serem como eu gostaria. Puro mimo!!

3) A gente sempre sabe. Sabe mas faz errado porque temos mania de "seguir nosso coração".
Você não precisa dar vazão a todas as suas vontades. Às vezes usar um pouco a cabeça faz bem.
Sabe quando você, por exemplo, entra num relacionamento e começa a fazer um monte de besteiras com a justificativa de que está apaixonado e por isso ficou bobo?
Pois é... se você é um adulto, isso é ridículo!!
Por exemplo, eu estava há 7 meses num relacionamento com um cara que não queria assumir compromisso.
Além de eu saber que essa frase significa "não gosto de você tanto assim", nessa convivência de meses deu pra eu perceber que ele seria um péssimo companheiro, um pai ausente, um marido pouco carinhoso. Ele é egocêntrico. Ele se coloca em primeiro lugar sempre e faz tudo do jeito dele sempre.
Não adianta. Eu sabia desde o segundo mês que essa relação não teria futuro. Eu sabia! Simplesmente sabia.
Mas continuei insistindo porque estava apaixonada e achava que não deveria desperdiçar  esse sentimento tão lindo e puro.
Ridículo!!!
Terminei com ele há um mês e estou muito bem, obrigada!
Claro que sinto falta, claro que já quase tive recaídas, claro que a solidão também não é legal.
Mas só o fato de eu ter me aberto a outras possibilidades, voltado a conhecer outras pessoas (aliás, tinder é demais!!! rsrsrs) e me libertado daquela prisão em forma de paixonite, já fez valer a pena!!!

4) Vulnerabilidade é bom. É estando no ápice da vulnerabilidade que floresce a criatividade, o amor, você mesmo.
Bom, essa é a maior doideira e a coisa mais genial que já ouvi!
Passei a minha vida inteira tentar mascarar minha vulnerabilidade, construir muros, me defender, me esconder...
E a pergunta essencial aqui é "pra quê?"
Por que não se deixar vulnerável? Por que não correr o risco?
Você se abre pra uma pessoa (existem milhares de jeitos dessa abertura ocorrer) e o que de pior ela pode fazer com você???
O que de pior pode acontecer?
Ainda estou digerindo isso, mas as conclusões que cheguei até agora foram em prol da ideia.
Deixa entrar e vê o que acontece. Mesmo com todos os cuidados que a gente toma nas mais diversas situações da vida, coisas ruins sempre acabam acontecendo com todo mundo, mas pelo menos você se permitiu a novidade, a experiência, a vida!
As inúmeras coisas que a gente perde tentando se preservar, se proteger de um risco imaginário potencial, é um preço muito alto a pagar.
















quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Pela terceira vez na minha vida, estou cometendo o MESMO erro.
As pessoas envolvidas são diferentes, eu sou diferente, mas o erro  é absolutamente o mesmo!

Das duas vezes anteriores eu me dei mal. Muito mas muito mal mesmo.
Então por que raios estou fazendo isso de novo??? 
Pior do que cometer um erro repetidamente é estar consciente dele e não parar. Eu simplesmente não consigo parar. 
O máximo que estou conseguindo é não comentar isso com ninguém (ou quase ninguém) e caminhar devagar, sobre ovos, um passo de cada vez.

Preciso parar, esquecer essa história, antes que outro relacionamento exploda sobre a minha cabeça, antes que minha carreira seja prejudicada, antes que as pessoas percebam!

Mas como faz pra saltar de um trem em movimento? 


terça-feira, 4 de junho de 2013

Simplesmente sensacional!

Assistam a esse vídeo.
É uma apresentação de dança genial, emocionante, admirável, perfeita!


domingo, 2 de junho de 2013

A vida é engraçada demais!

Tem tempos em que a gente simplesmente esquece que o mundo dá voltas...

Hoje, numa manhã chuvosa de domingo, saí para trabalhar pouco antes do sol nascer.
Entrei na clínica, ainda sonolenta e... dei de cara com um homem que eu nunca tinha visto. Tímido, carinha de nerd, do jeitinho que eu gosto.
Peguei meu capuccino, loguei meu computador e... puxei conversa.

Que cara interessante!
Que sotaque interiorano mais fofo!

Infelizmente, justo hoje, me colocaram pra trabalhar numa sala mais afastada. Tive que deslogar, dizer até logo e fui ver meus pacientes.

Na hora de ir embora, voltei lá na sala central pra pegar meus impressos.
Ele deu um leve sorriso quando me viu.
Enrolei com minha confusão de papéis, pensando no quanto eu gostaria que ele me chamasse pra almoçar (ou no quanto eu gostaria de ter coragem para convidá-lo).

Quando tomei um pinguindo de coragem e ia puxar assunto de novo, entrou uma auxiliar de enfermagem e ficou lá plantada, se intrometendo no nosso momento de possível conexão.

Acabei desistindo.
Falei um tchau bem sem graça e saí sorrindo.

Desde então, não consigo evitar o sorriso quando lembro dele.

Pode ser que ele seja casado...
Ou um maluco pedófilo...
Ou gay...
Ou um serial killer...

Mas, por hoje, isso não tem importância! Porque ele me fez sorrir.
E vou esperar ansiosamente pela próxima vez que nos encontrarmos.
Considerando que faz 2 meses que trabalhamos no mesmo lugar mas nunca nos vimos, isso talvez demore um pouco pra acontecer de novo.

Quem sabe o destino não dá um empurrãzinho...


segunda-feira, 20 de maio de 2013

Sobre a solteirice e outros devaneios

Já contei aqui que comecei a fazer terapia finalmente?
Pois é...
Na mesma semana que me separei, achei melhor começar a me tratar antes que me matasse de vez.

Faz quase 2 meses... (só!)

Pois é...
 
Acabei de decidir parar de fazer terapia.

Eu nem tenho dinheiro e nem necessidade suficientes que me mantenham nesse "tratamento".

Tenho me sentido muito bem ultimamente.
Mesmo detestando fazer residência. Mesmo exausta de tanto trabalhar.
Dadas as devidas condições, estou legal!

Talvez eu esteja bem justamente porque estou em terapia. Sim! Já pensei nisso!
Mas, quando chequei minha conta no banco, vi que não tinha nada a ver. 
Quer dizer, não faz a menor diferença se estou bem por causa da terapia. Simplesmente porque não tenho dinheiro para pagá-la mês que vem. Então... deixa quieto!

Estou bem porque estou bem e vou continuar ótima!


Mudando de assunto...
Andei pensando sobre essa tal solteirice.
Alguém me perguntou esses dias: "vc já chegou naquela fase em que está decidida a ficar solteira por um tempo? curtindo a vida sem ninguém pra dizer o que ou como fazer?"

Bom... curtindo a vida eu realmente estou.
Já era hora!
Mas "decidir ficar solteira" não é algo que eu ache válido nem sequer de ser considerado.
Não acho que as pessoas decidam isso aos 30 anos.

Porque simplesmente não há nada a ser decidido.

Eu quero sim ficar solteira no momento.
Mas, se por acaso aparecer uma pessoa que me desperte, que me complete... Posso deixar de ficar solteira no mesmo minuto, querendo ou não.
E se não aparecer, posso continuar solteiríssima e feliz!
Não é algo de que se tem controle.
E não é algo que eu queira controlar.

Tenho muito claro pra mim o que quero da vida agora e que tipo de pessoa quero do meu lado.
Tenho muito claro também que não dá pra saber "de que tipo" é cada pessoa assim de repente.
E por isso estou disposta a conhecer, me encantar, me enroscar... antes de julgar ou sonhar.

Recebi alguns convites pra sair.
E fiquei impressionada com a forma como lidei com eles.
Antes, quando me chamavam pra sair, eu ficava ansiosa, já começava a pensar o que será que o cara quer de mim (se só quer me comer ou se está disposto a me conhecer), sonhava em como seria, ficava nervosa em pensar na situação (acho que pelo medo).

Agora, simplesmente acho legal.
- Vamos sair?
- Vamos!

E vou.
Não penso no que ele vai querer, não penso no que vai ser.
Simplesmente vou pra me divertir.
Sabendo o que EU quero, o resto fica mais fácil.

E o que eu realmente quero é simplesmente ser feliz!




Sobre a vinda de médicos estrangeiros sem revalidação de diploma.



quarta-feira, 8 de maio de 2013

Sobre a nova palhaçada do nosso governo

Acabo de tomar um susto enorme lendo, no Facebook, pessoas inteligentes, com mente aberta e politizadas defendendo a vinda de médicos estrangeiros para o país SEM prova, sem nada que garanta que eles tenham mínima capacidade de atuar no país.

Eu não sou contra médicos cubanos, bolivianos, americanos, ou de qualquer outra nacionalidade, virem trabalhar no Brasil.

Eu sou contra médicos sem conhecimento mínimo das doenças infecciosas locais ou sem preparo prático comprovado atuarem onde quer que seja.

Quer trabalhar no interior do Brasil?
Ótimo! Seja bem-vindo!
Faça a prova de revalidação de diploma e seja feliz!
(A discussão se a prova é adequada ou não é outra e seria infinitamente mais pertinente do que a atual sobre os cubanos)

Sabe o que vai acontecer com os médicos estrangeiros que vierem por esse novo "programa" da nossa querida presidenta?
Eles vão ficar 2 anos no interior (se forem obrigados a tal) e depois vão se mudar para as grandes capitais, aumentando a superlotação médica que já há em boa parte dessas cidades.
Sabe por quê?
Porque ninguém, absolutamente nenhum médico que tenha um mínimo de estômago e coração, suportaria trabalhar por muito tempo numa região inóspita, sem condições mínimas de atendimento, sem um hospital de referência perto, sem um carrinho de parada, sem uma equipe treinada, sem gazes ou ataduras.
Ninguém suportaria dedicar sua vida a ver pessoas morrerem em suas mãos, sabendo como salvá-las mas impedidos de tal feito por falta de medicações básicas.

A questão não é apenas o fato das cidades do interior serem pequenas, sem estruturas básicas de educação para suas crianças, saneamento e, por que não dizer, lazer.
A questão é ser médico no sertão unicamente pra assinar atestados de óbito e confortar os familiares daqueles que partiram.


domingo, 5 de maio de 2013

Passada a tempestade...

Entrei numa fase completamente diferente que nunca achei que ia atingir na vida: estou curtindo a solteirice.
Curtindo muito!

Não me entenda mal.
Não estou saindo por aí, pegando todos e todas.
Aliás, não vislumbro num futuro próximo nem sequer beijos na boca.
Estou curtindo o "celibato" juntamente com a solteirice.

O mais legal de ser solteira, nesse momento, está sendo a liberdade.
Liberdade para sonhar e planejar.

No meu período de solteira passado, eu planejei fazer residência de pediatria, estudar francês e inglês e ir trabalhar no Médicos Sem Fronteiras.
Quando me "casei" desisti disso tudo. 
No lugar, pensava em construir uma família, ter filhos e me dedicar ao cuidado deles. Acabei indo fazer residência de Radiologia, planejando trabalhar menos e ter melhor qualidade de vida.

Não acho que tenha sido um erro.
Na época, fazia sentido pra mim. E teria sido uma boa vida se tivesse dado certo.
Mas claramente escolhi a pessoa errada pra caminhar ao meu lado.
Tudo bem.
Passou.

E agora, fazendo novos planos, estou pensando seriamente em me mudar para a Austrália.
Na verdade, estou pensando em vários projetos, mas o que mais me atrai agora é esse.
Depois que eu terminar a residência, quero morar 6 meses na Austrália, estudar inglês, prestar o IELTS e, quem sabe, me mudar definitivamente pra lá pra seguir a carreira de ultrassonografista.

Parece um bom plano, não?

Entre meus outros planos (menos prováveis, mas igualmente viáveis) está:
- depois dos 6 meses na Austrália, ficar 6 meses no Brasil juntando dinheiro e ir morar outro 6 meses na França. A partir daí, posso seguir esse plano de 6 meses em cada país pra aprender diversas línguas. Até eu ficar cansada e escolher algum lugar para me estabelecer
- mudar pra Natal - morar à beira mar, numa cidade menor, menos estresse, ganhando menos mas também gastando menos, viajando em todos os feriados para conhecer o nordeste por completo e indo para o exterior a cada 6 meses (para passar apenas 1 semana ou 2)
- mudar para Fernando de Noronha - esse plano é difícil porque na ilha só deve ter 1 ou 2 radiologistas, mas nada que bons contatos não possam me ajudar

Ainda faltam 2 anos pra terminar a residência.
Até lá, muita coisa pode acontecer.
Mas, enquanto nenhuma colisão me tirar dessa órbita, planejarei, sonharei e mudarei de ideia quantas vezes eu quiser.
Simplesmente porque sou LIVRE!

sexta-feira, 26 de abril de 2013