quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Incrível como é difícil abrir mão de uma sensação boa, de um passado rico em bons momentos...
Talvez grande parte do meu sofrimento atual seja decorrente disso, da minha dificuldade de abrir mão da oportunidade de sentir determinadas emoções em determinadas situações que já senti no passado.
Estava vendo uma entrevista de dois artistas na tv hoje e eles retrataram uma situação que iluminou meus sentimentos, traduziu uma sensação estranha, uma angústia que eu não conseguia explicar antes. Eles estão abrindo mão de algo, para poder abrir novas portas, para explorar a escuridão que aparece afrente, o desconhecido.
Momento de transição.
Que causa medo, insegurança... dá vontade de voltar atrás, escolher o caminho mais seguro e confortável e ficar ali, esperando sentir novamente e viver novamente situações do passado... que foram tão boas... mas são passado.
Simples assim.
A vida é feita de escolhas. E para escolher algo, a gente tem que abrir mão de muitas outras coisas, entre elas, tesouros, jóias que guardamos por muito tempo, venerando-as, mas que agora precisamos "nos livrar" delas para abrir espaço para novas oportunidades, para novos momentos bons, para novas sensações tão boas ou muito melhores que as anteriores.

Aquelas frases que postei dias atrás dizendo que as pessoas vão esquecer das nossas palavras, dos nossos atos mas nunca de como nós a fizemos se sentir, tem um significado para mim, nesse momento, muito muito muito maior do que teria em outros. Porque além de uma possibilidade de fazer as coisas de uma forma melhor, pensando em como as pessoas vão se sentir, essa frase me faz carregar todo um passado do qual preciso abrir mão e não consigo. Já esqueci as palavras que foram ditas, já esqueci os atos, mas não consigo esquecer (e não consigo admitir não ter mais) a sensação, o bem-estar, o prazer, a segurança, o acolhimento, o companheirismo e principalmente a sinceridade.

Preciso fazer isso. Preciso abrir mão e abrir espaço. Andar para frente, viver o presente e construir um futuro. O momento é de transição e está sendo doloroso. Mas a cada dia vejo meu progresso, a cada dia enxergo a situação de um novo ângulo, revivo situações e emoções, mudo minhas teorias loucas, construo novas possibilidades de futuro. Estou longe, muito longe de terminar meus 60 dias (não literalmente) mas a cada risco no calendário uma nova porta de possibilidades se apresenta. E no final, vou poder fazer minha escolha com a cabeça e o coração abertos.
Assim espero.

(Desculpe pelas "frases feitas" e pelos jargões, mas precisava deles hoje... ainda não consigo traduzir minhas emoções com palavras minhas, ainda não consigo me enxergar por inteiro... mas eu vou conseguir. Em breve!)

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