Fiquei doente...
Fazia tempo que eu não dormia com febre e tinha aqueles pesadelos horríveis. Prefiria não ter lembrado.
Mudando de assunto...
Essa semana foi minha primeira vez em muitas coisas na faculdade: meu 1º "plantão" (das 19 às 23h) com meu 1º atendimento num Pronto Socorro; pela 1ª vez fui chamada de doutora e tratada como tal; 1ª vez que eu entendo um pouquinho de um ECG; e, pela 1ª vez, senti medo de ter pego uma doença de um paciente (na verdade, foi meu pai que me colocou medo, porque quando eu estava mal, com febre, ele veio me perguntar se eu tinha pego alguma doença no hospital, aí eu me lembrei que tinha atendido - ficado numa sala fechada por 40min com - um paciente com suspeita de tuberculose - mas óbvio que depois percebi que não tinha nada a ver).
É o progresso!
"O que não enfrentamos em nós mesmos encontraremos como destino." Carl Gustav Jung
domingo, 31 de agosto de 2003
quinta-feira, 28 de agosto de 2003
Peguei minha primeira recuperação...
Na verdade nem é recuperação, é prova substitutiva mas na prática acaba sendo a mesma coisa.
O que não me faz sentir mal é que não estudei direito e nem assisti às aulas.
Efim, agora é hora de enfiar a cara no livro para tirar uma notinha melhor, pelo menos para substituir o 3,7 que tirei na primeira...
Na verdade nem é recuperação, é prova substitutiva mas na prática acaba sendo a mesma coisa.
O que não me faz sentir mal é que não estudei direito e nem assisti às aulas.
Efim, agora é hora de enfiar a cara no livro para tirar uma notinha melhor, pelo menos para substituir o 3,7 que tirei na primeira...
quarta-feira, 27 de agosto de 2003
Programa quase perfeito: assistir ao filme mais lindo, embaixo das cobertas, comendo pipoca com queijo e tomando suco de manga. Só não foi perfeito porque eu estava sozinha mas foi muito bom... há tempos eu não me sentia tão em paz.
E o filme acabou rendendo algumas reflexões:
"Sabe a senhora Kenedy do 212? Ela não come. Eu vou ao quarto dela diariamente nas últimas três semanas e não consigo fazê-la comer. Eu sei tudo o que há para saber sobre Medicina, estudei sem descanso. Eu garanto: sou mais e sou melhor em diagnósticos que qualquer cirurgião desse hospital mas não consigo fazer com que ela coma."
(Ignorando o excesso de arrogância do cara.)
É isso que quero dizer quando tento explicar porque considero tão importante estabelecer relações, treinar a maneira de conversar, de lidar com as dificuldades diárias intrínsecas de qualquer ser humano normal mas que tanto atrapalham a prática médica.
Muita gente me cobra as tantas faltas que tenho nas aulas sem entender que estou aprendendo muito mais e coisas que, nesse momento considero tão mais importantes, indo para a faculdade para reuniões, para fazer reclamações, para conversar com veteranos ou indo para o hospital para visitar algum paciente com que tive contato numa aula ou ficando uma manhã inteira numa sala de espera, acompanhando minha mãe numa consulta de poucos minutos.
Não adianta um médico ter todo conhecimento teórico, conhecer cada aminoácido de cada proteína de cada canal da membrana ou cada componente e ação de todos os remédios. Se ele não souber conversar, não transmitir confiança, não conseguir estabelecer um vínculo, o paciente não vai aceitar a conduta, não vai acreditar ou não vai entender o que ele fala.
E não estou me referindo a só saber tirar a história ou fazer uma anamnese completa e perfeita. Para mim, apesar disso ser importantíssimo, não é suficiente. Estou falando em interagir verdadeiramente, se sentir parte da vida daquela pessoa, naquele momento.
É mais em busca desse algo a mais que estou nesse 1º ano (e acho que vou estar para o resto da vida) e, pelo menos nesse sentido, me considero fiel aos meus ideais. Não deixo de aprender as matérias e os conceitos que considero importantes, mas passo por cima de detalhes que acho que não são (e se depois eu descobrir que são importantes posso, com um pouco mais de dificuldade, aprendê-los no momento que fizerem mais sentido).
Desenvolver o "jeito" de interagir inclui conversar, estabelecer contato com o maior número de pessoas possível de todos os âmbitos (colegas de turma, professores, diretores, enfermeiras, funcionários da limpeza, as mal-humoradas e metidas secretárias, médicos, pacientes...). Ainda não tenho a cara-de-pau de telefonar para pessoas desconhecidas, com nº de telefones aleatórios para conversar durante 3 horas. Mas já a tenho para bater na sala do diretor da graduação para reclamar ou pedir ajuda (um grande progresso para uma exageradamente tímida).
"- Aqui, hoje, esta sala está cheia de estudantes de Medicina. Não se deixem anestesiar, não se deixem entorpecer diante do milagre da vida. Respeitem o mecanismo glorioso do corpo humano. Pensem nisso em seu estudo e não em tirar notas altas ? o que não determinará o tipo de médico que serão. Não esperem chegar ao hospital para recuperar a humanidade. Aprendam a entrevistar agora, comecem a falar com estranhos, falem com seus amigos, pelo telefone, falem com todos. Cultivem as amizades com as enfermeiras quem muito podem ensinar. Elas lidam com pessoas todos os dias. Lidam com sangue, com cocô. Elas têm riqueza de conhecimentos para passar a vocês, bem como os professores a quem respeitam, aqueles que não têm coração de pedra. Aprendam a ter compaixão e que ela seja contagiosa. Eu compartilhei das vidas de pacientes e do pessoal do hospital. Ri com eles, chorei com eles e é a isso que quero dedicar a minha vida. (...)
- Isso é tudo?
- Eu espero que não, senhor.?
Patch Adams
E o filme acabou rendendo algumas reflexões:
"Sabe a senhora Kenedy do 212? Ela não come. Eu vou ao quarto dela diariamente nas últimas três semanas e não consigo fazê-la comer. Eu sei tudo o que há para saber sobre Medicina, estudei sem descanso. Eu garanto: sou mais e sou melhor em diagnósticos que qualquer cirurgião desse hospital mas não consigo fazer com que ela coma."
(Ignorando o excesso de arrogância do cara.)
É isso que quero dizer quando tento explicar porque considero tão importante estabelecer relações, treinar a maneira de conversar, de lidar com as dificuldades diárias intrínsecas de qualquer ser humano normal mas que tanto atrapalham a prática médica.
Muita gente me cobra as tantas faltas que tenho nas aulas sem entender que estou aprendendo muito mais e coisas que, nesse momento considero tão mais importantes, indo para a faculdade para reuniões, para fazer reclamações, para conversar com veteranos ou indo para o hospital para visitar algum paciente com que tive contato numa aula ou ficando uma manhã inteira numa sala de espera, acompanhando minha mãe numa consulta de poucos minutos.
Não adianta um médico ter todo conhecimento teórico, conhecer cada aminoácido de cada proteína de cada canal da membrana ou cada componente e ação de todos os remédios. Se ele não souber conversar, não transmitir confiança, não conseguir estabelecer um vínculo, o paciente não vai aceitar a conduta, não vai acreditar ou não vai entender o que ele fala.
E não estou me referindo a só saber tirar a história ou fazer uma anamnese completa e perfeita. Para mim, apesar disso ser importantíssimo, não é suficiente. Estou falando em interagir verdadeiramente, se sentir parte da vida daquela pessoa, naquele momento.
É mais em busca desse algo a mais que estou nesse 1º ano (e acho que vou estar para o resto da vida) e, pelo menos nesse sentido, me considero fiel aos meus ideais. Não deixo de aprender as matérias e os conceitos que considero importantes, mas passo por cima de detalhes que acho que não são (e se depois eu descobrir que são importantes posso, com um pouco mais de dificuldade, aprendê-los no momento que fizerem mais sentido).
Desenvolver o "jeito" de interagir inclui conversar, estabelecer contato com o maior número de pessoas possível de todos os âmbitos (colegas de turma, professores, diretores, enfermeiras, funcionários da limpeza, as mal-humoradas e metidas secretárias, médicos, pacientes...). Ainda não tenho a cara-de-pau de telefonar para pessoas desconhecidas, com nº de telefones aleatórios para conversar durante 3 horas. Mas já a tenho para bater na sala do diretor da graduação para reclamar ou pedir ajuda (um grande progresso para uma exageradamente tímida).
"- Aqui, hoje, esta sala está cheia de estudantes de Medicina. Não se deixem anestesiar, não se deixem entorpecer diante do milagre da vida. Respeitem o mecanismo glorioso do corpo humano. Pensem nisso em seu estudo e não em tirar notas altas ? o que não determinará o tipo de médico que serão. Não esperem chegar ao hospital para recuperar a humanidade. Aprendam a entrevistar agora, comecem a falar com estranhos, falem com seus amigos, pelo telefone, falem com todos. Cultivem as amizades com as enfermeiras quem muito podem ensinar. Elas lidam com pessoas todos os dias. Lidam com sangue, com cocô. Elas têm riqueza de conhecimentos para passar a vocês, bem como os professores a quem respeitam, aqueles que não têm coração de pedra. Aprendam a ter compaixão e que ela seja contagiosa. Eu compartilhei das vidas de pacientes e do pessoal do hospital. Ri com eles, chorei com eles e é a isso que quero dedicar a minha vida. (...)
- Isso é tudo?
- Eu espero que não, senhor.?
Patch Adams
segunda-feira, 25 de agosto de 2003
Faço questão de publicar aqui esse texto maravilhoso que a Amanda escreveu. Adorei!!!
A origem do totalitarismo e sua rápida difusão mundial pode ser resumida a uma palavra : medo.
O medo que nós, meros seres humanos temos em admitir nossa pequenez diante da vida e de nossas limitações; o medo do futuro expressado na vontade de controlar o desconhecido; medo do "ser diferente" de aceitar o que não é peculiar aos nossos costumes... Aceitação de que não somos piores ou melhores que ninguém: nós simplesmente SOMOS! E a igualdade dos povos limita-se à natureza da diferença. Ser inexplicavelmente diferente não é só ter olhos negros ou pele parda enquanto nosso irmão é xintoísta e tem cabelos cor de sol;ser diferente é ser único, é ter um pensamento incomum ainda que venhamos a ter partidários. Ninguém é igual a ninguém, assim, somos iguais.
A perseguição aos judeus é um exemplo desse nosso medo instintivo aliado à interesses político econômicos. Esse Pré-conceito é como uma semente de Eucalipto que a princípio é tímida e pequena até crescer e tornar-se uma grandiosa e onipotente árvore: é plantado discretamente no indivíduo e cresce mutilador encontrando nos meios de comunicação de massa, na doutrina da oratória e na repressão, o seu adubo. Torna-se dogma. Um regime como esse tem apenas como limitação a própria morte: "não penso, logo não existo".
A origem do totalitarismo e sua rápida difusão mundial pode ser resumida a uma palavra : medo.
O medo que nós, meros seres humanos temos em admitir nossa pequenez diante da vida e de nossas limitações; o medo do futuro expressado na vontade de controlar o desconhecido; medo do "ser diferente" de aceitar o que não é peculiar aos nossos costumes... Aceitação de que não somos piores ou melhores que ninguém: nós simplesmente SOMOS! E a igualdade dos povos limita-se à natureza da diferença. Ser inexplicavelmente diferente não é só ter olhos negros ou pele parda enquanto nosso irmão é xintoísta e tem cabelos cor de sol;ser diferente é ser único, é ter um pensamento incomum ainda que venhamos a ter partidários. Ninguém é igual a ninguém, assim, somos iguais.
A perseguição aos judeus é um exemplo desse nosso medo instintivo aliado à interesses político econômicos. Esse Pré-conceito é como uma semente de Eucalipto que a princípio é tímida e pequena até crescer e tornar-se uma grandiosa e onipotente árvore: é plantado discretamente no indivíduo e cresce mutilador encontrando nos meios de comunicação de massa, na doutrina da oratória e na repressão, o seu adubo. Torna-se dogma. Um regime como esse tem apenas como limitação a própria morte: "não penso, logo não existo".
domingo, 24 de agosto de 2003
Parece que encontrei o túnel e a escadinha...
Já passou a prova de Fisio (talvez tenha que fazer a rec dia 15 mas tudo bem); a horrível semana acabou; depois da maratona de hospitais (4 em apenas 3 dias), parece que minha mãe está bem melhor; os constrangimentos que causei, principalmente com o residente da cardio, ainda existem mas acho que o tempo se encarrega de levá-los embora... consegui me decidir quanto a ser ou não candidata a representante de sala (que roubada!), depois de tantas discussões e mal-entendidos; as amizades que estavam sendo contruídas, desabaram e agora tenho que recomeçar do zero (nunca fui boa nisso mesmo...).
Enfim, agora é hora de concertar os estragos desses tempos tão ruins. Isso inclui "retomar" o bom humor e acabar com esse baixo astral que tomou conta desse blog.
Já passou a prova de Fisio (talvez tenha que fazer a rec dia 15 mas tudo bem); a horrível semana acabou; depois da maratona de hospitais (4 em apenas 3 dias), parece que minha mãe está bem melhor; os constrangimentos que causei, principalmente com o residente da cardio, ainda existem mas acho que o tempo se encarrega de levá-los embora... consegui me decidir quanto a ser ou não candidata a representante de sala (que roubada!), depois de tantas discussões e mal-entendidos; as amizades que estavam sendo contruídas, desabaram e agora tenho que recomeçar do zero (nunca fui boa nisso mesmo...).
Enfim, agora é hora de concertar os estragos desses tempos tão ruins. Isso inclui "retomar" o bom humor e acabar com esse baixo astral que tomou conta desse blog.
sexta-feira, 22 de agosto de 2003
Quando se pensa que está no fundo do poço, o chão se abre e você cai mais uns 200 metros - isso pode acontecer várias vezes... até que lá no fundo você descobre um túnel que te leva a uma escadinha e, subindo, você consegue rever a luz do sol, nem que seja como um pontinho lá longe.
É em busca desse túnel que eu estou, na esperança que ele realmente exista. O problema é que o chão continua a se abrir a cada dia e as quedas consomem minhas forças cada vez mais...
É em busca desse túnel que eu estou, na esperança que ele realmente exista. O problema é que o chão continua a se abrir a cada dia e as quedas consomem minhas forças cada vez mais...
quinta-feira, 21 de agosto de 2003
segunda-feira, 18 de agosto de 2003
Dia ruim, sentimento ruim, frio, sol (cadê as nuvens?), cheiro de formol, cabeças e pescoços cortados em várias direções, de várias formas, milhares de nomes para decorar em uma semana, para depois esquecer. Nem sabia mais da glabela...
Solidão, olhar perdido, solidão, cara virada e fechada ("porque não conseguimos mais nos falar normalmente?"), solidão...
Um misterioso olhar de longe. Lindos olhos verdes que me fazem por um segundo achar que tudo de ruim tinha passado. O olhar se desviou. Tudo voltou.
O que está acontecendo???
Solidão, olhar perdido, solidão, cara virada e fechada ("porque não conseguimos mais nos falar normalmente?"), solidão...
Um misterioso olhar de longe. Lindos olhos verdes que me fazem por um segundo achar que tudo de ruim tinha passado. O olhar se desviou. Tudo voltou.
O que está acontecendo???
quinta-feira, 14 de agosto de 2003
U=Ri
Capacitância
Logaritmo neperiano
Q=VC
Potencial Elétrico
...
Achei que nunca mais iria precisar usar essas coisas - muito menos que precisaria fazer prova com elas. Ai, ai, ai...
E sim, matei aula de novo. Estou cansada, estressada, chateada e, prinicpalmente, precisando estudar para a maldita prova de sábado.
Mi, acho que se não fosse sua matéria e sua xerox eu iria pegar DP direto. Muitissíssimo Obrigada!!
Capacitância
Logaritmo neperiano
Q=VC
Potencial Elétrico
...
Achei que nunca mais iria precisar usar essas coisas - muito menos que precisaria fazer prova com elas. Ai, ai, ai...
E sim, matei aula de novo. Estou cansada, estressada, chateada e, prinicpalmente, precisando estudar para a maldita prova de sábado.
Mi, acho que se não fosse sua matéria e sua xerox eu iria pegar DP direto. Muitissíssimo Obrigada!!
quarta-feira, 13 de agosto de 2003
É interessante e trágico observar como as pessoas esperam certas atitudes de mim que nem sonho que elas podem estar esperando. É ainda mais trágico quando descubro que elas ficaram chateadíssimas comigo por eu não ter correspondido a tais expectativas.
Eu tenho certas estranhas frustrações que me fazem agir de uma forma, contra o considerado "normal", sou constantemente incompreendida por isso e, às vezes, considerada uma péssima amiga, uma pessoa "emocionalmente relapsa". Já ouvi de pessoas que eu adoro coisas do tipo: "se você não quer mais andar ou falar comigo, não precisa, não se sinta obrigada. Vai viver sua vida animada que eu continuo aqui, vivendo a minha vida que você deve considerar medíocre...". Que viagem. Que brisa (como diz minha irmã). As pessoas tiram esse tipo de conclusão por uma ou algumas atitudes que tomo, por eu achar que não sou tão importante para elas, por ter meu histórico de "menina rejeitada".
Ninguém me entende.
Eu tenho certas estranhas frustrações que me fazem agir de uma forma, contra o considerado "normal", sou constantemente incompreendida por isso e, às vezes, considerada uma péssima amiga, uma pessoa "emocionalmente relapsa". Já ouvi de pessoas que eu adoro coisas do tipo: "se você não quer mais andar ou falar comigo, não precisa, não se sinta obrigada. Vai viver sua vida animada que eu continuo aqui, vivendo a minha vida que você deve considerar medíocre...". Que viagem. Que brisa (como diz minha irmã). As pessoas tiram esse tipo de conclusão por uma ou algumas atitudes que tomo, por eu achar que não sou tão importante para elas, por ter meu histórico de "menina rejeitada".
Ninguém me entende.
Segunda passada, eu me encontrava num estado tão deplorável que tive que ser lembrada (a Milene me lembrou) que eu estava, naquele momento, realizando um sonho.
Eu estava na biblioteca da faculdade dos meus sonhos, estudando ao lado de uma das pessoas que mais admiro (a Mi), com um crachá de aluna pendurado no pescoço e sendo chamada de "caloura". Só quem está no terceiro ano de cursinho, prestando vestibular para Medicina pode entender exatamente o que esse acontecimento significa. No entanto, eu não dei a devida importância e o momento especial passou.
Queria saber aproveitar melhor as maravilhas da minha vida...
Eu estava na biblioteca da faculdade dos meus sonhos, estudando ao lado de uma das pessoas que mais admiro (a Mi), com um crachá de aluna pendurado no pescoço e sendo chamada de "caloura". Só quem está no terceiro ano de cursinho, prestando vestibular para Medicina pode entender exatamente o que esse acontecimento significa. No entanto, eu não dei a devida importância e o momento especial passou.
Queria saber aproveitar melhor as maravilhas da minha vida...
segunda-feira, 11 de agosto de 2003
Tenho muita coisa para arrumar nesse blog... Mas também tenho muita coisa pra fazer fora dele.
Por enquanto consegui escrever títulos nos primeiros blogs linkados (tá bom, só nos três primeiros mas já é alguma coisa).
É só passar o mouse em cima para ler.
Eu adorei fazer isso mas quero colocar títulos legais, que tenham a ver então não posso fazer de qualquer jeito, né? Ainda vai demorar um pouco para conseguir pôr em todos e vai demorar ainda mais para eu colocar os links dos sites aí na coluna ao lado.
Enfim, não vou conseguir fazer nada de novo porque tenho que estudar pra prova de sábado, fazer o relatório das simulações, responder os exercícios para entregar, elaborar o projeto de pesquisa, estudar para o atendimento da Liga de Pediatria...
Por enquanto consegui escrever títulos nos primeiros blogs linkados (tá bom, só nos três primeiros mas já é alguma coisa).
É só passar o mouse em cima para ler.
Eu adorei fazer isso mas quero colocar títulos legais, que tenham a ver então não posso fazer de qualquer jeito, né? Ainda vai demorar um pouco para conseguir pôr em todos e vai demorar ainda mais para eu colocar os links dos sites aí na coluna ao lado.
Enfim, não vou conseguir fazer nada de novo porque tenho que estudar pra prova de sábado, fazer o relatório das simulações, responder os exercícios para entregar, elaborar o projeto de pesquisa, estudar para o atendimento da Liga de Pediatria...
sexta-feira, 8 de agosto de 2003
Desde que entrei na faculdade, venho enfrentando um conflito interno que não sei como resolver e que se agrava a cada dia.
Logo que cheguei e vi a estrutura de tudo, tive a certeza de que estava ali para estudar, para aprender sobre a Medicina e não para ficar perdendo aulas para participar de treinos esportivos ou de assuntos do centro acadêmico. Mas depois de poucas semanas, com todas as influências que sofri, acabei me envolvendo com algumas coisas e perdi aulas para resolvê-las. Aí, passei a usar a "desculpa" de que nesse primeiro ano, que é mais básico (apesar de não ser menos difícil), eu ia aproveitar para desenvolver minhas dificuldades pessoais relacionadas a meu medo excessivo de algumas situações e a minha timidez e iria "usar" as reuniões da graduação e as atividades que me eram solicitadas para me enfrentar. Além disso, passei a ver a importância de certas atividades da faculdade, tanto em âmbito social quanto pessoal.
Sempre, realizando as tarefas dos projetos com os quais me envolvi ou não, ficava pensando se estava mesmo fazendo a coisa certa, se era realmente isso que eu queria, se achava verdadeiramente importante ou se só estava sofrendo influências de veteranos.
Constantemente me questiono e sou questionada a respeito da importância social que tem, por exemplo, a discussão do novo currículo da faculdade. Será que a mudança estrutural é realmente necessária? Será que os resultados serão positivos? Será que ela vai mesmo acontecer ou não seria apenas mais uma utopia? São perguntas importantes que me incomodam sempre pois não têm resposta. Então, qual deveria ser o parâmetro para minha escolha de realizar ou não uma atividade como esta? O que eu deveria considerar na hora de tomar uma decisão? O que exatamente é o mais importante para mim? Não sei, não sei e não sei...
Hoje, me encontro num questionamento ainda maior. "O cerco está se fechando." Há alguns meses minha turma (e acho que toda a faculdade) vem discutindo sobre a abertura de novos cursos de Medicina aqui em São Paulo, em faculdades particulares que não tem a menor estrutura para ministrá-los. Houve uma grande polêmica sobre o que deveríamos fazer, se adiantava ou não protestar, como poderíamos chamar atenção para nossos argumentos... Hoje o pessoal do Centro Acadêmico veio me dizer que haverá uma manifestação no domingo contra a abertura desses cursos, especialmente contra a abertura do curso na UNINOVE, cujo vestibular é nesse fim de semana. Fico pensando: qual seria a importância da minha presença nesse tipo de protesto? que resultados positivos isso poderia trazer à sociedade? será que vai adiantar um bando de alunos falando que é contra? será que seríamos ouvidos?
Por um lado, eu acho que eu deveria participar, que seremos ouvidos se formos muitos e por isso a presença de cada um se torna ainda mais importante. Além disso, acho que a manifestação é sim importante (se não for única e isolada ? deve acontecer paralela a um projeto de discussões e atos), no mínimo, é melhor do que não fazer nada. Se vamos conseguir impedir que esse curso seja ministrado podremente? Provavelmente não, mas que fique marcada nossa voz em algum lugar e que tentemos evitar que outros cursos sejam aprovados, na base da pressão.
Por outro lado, acho que deveria ouvir minha mãe que me diz para não me envolver com essas coisas e ficar quietinha em casa. Acho que posso estar gastando muito da pouco energia que tenho para algo que não vai dar resultados substanciais. E que pode até me prejudicar, me trazer mais problemas.
Que sou contra a abertura de novos cursos de Medicina em São Paulo é óbvio, mas se posso ajudar a evitar que isso aconteça... já tenho grandes dúvidas.
O fato é que, como sempre, não sei o que fazer, não sei o que é melhor para mim e muito menos o que é melhor para os outros, para a sociedade. E, por causa disso, entrei nesse grande conflito de interesses e de custo-benefício. Realmente, não sei como seguir com minha vida, como administrar minha carreira, como viver a faculdade, como contribuir para um mundo melhor...
Logo que cheguei e vi a estrutura de tudo, tive a certeza de que estava ali para estudar, para aprender sobre a Medicina e não para ficar perdendo aulas para participar de treinos esportivos ou de assuntos do centro acadêmico. Mas depois de poucas semanas, com todas as influências que sofri, acabei me envolvendo com algumas coisas e perdi aulas para resolvê-las. Aí, passei a usar a "desculpa" de que nesse primeiro ano, que é mais básico (apesar de não ser menos difícil), eu ia aproveitar para desenvolver minhas dificuldades pessoais relacionadas a meu medo excessivo de algumas situações e a minha timidez e iria "usar" as reuniões da graduação e as atividades que me eram solicitadas para me enfrentar. Além disso, passei a ver a importância de certas atividades da faculdade, tanto em âmbito social quanto pessoal.
Sempre, realizando as tarefas dos projetos com os quais me envolvi ou não, ficava pensando se estava mesmo fazendo a coisa certa, se era realmente isso que eu queria, se achava verdadeiramente importante ou se só estava sofrendo influências de veteranos.
Constantemente me questiono e sou questionada a respeito da importância social que tem, por exemplo, a discussão do novo currículo da faculdade. Será que a mudança estrutural é realmente necessária? Será que os resultados serão positivos? Será que ela vai mesmo acontecer ou não seria apenas mais uma utopia? São perguntas importantes que me incomodam sempre pois não têm resposta. Então, qual deveria ser o parâmetro para minha escolha de realizar ou não uma atividade como esta? O que eu deveria considerar na hora de tomar uma decisão? O que exatamente é o mais importante para mim? Não sei, não sei e não sei...
Hoje, me encontro num questionamento ainda maior. "O cerco está se fechando." Há alguns meses minha turma (e acho que toda a faculdade) vem discutindo sobre a abertura de novos cursos de Medicina aqui em São Paulo, em faculdades particulares que não tem a menor estrutura para ministrá-los. Houve uma grande polêmica sobre o que deveríamos fazer, se adiantava ou não protestar, como poderíamos chamar atenção para nossos argumentos... Hoje o pessoal do Centro Acadêmico veio me dizer que haverá uma manifestação no domingo contra a abertura desses cursos, especialmente contra a abertura do curso na UNINOVE, cujo vestibular é nesse fim de semana. Fico pensando: qual seria a importância da minha presença nesse tipo de protesto? que resultados positivos isso poderia trazer à sociedade? será que vai adiantar um bando de alunos falando que é contra? será que seríamos ouvidos?
Por um lado, eu acho que eu deveria participar, que seremos ouvidos se formos muitos e por isso a presença de cada um se torna ainda mais importante. Além disso, acho que a manifestação é sim importante (se não for única e isolada ? deve acontecer paralela a um projeto de discussões e atos), no mínimo, é melhor do que não fazer nada. Se vamos conseguir impedir que esse curso seja ministrado podremente? Provavelmente não, mas que fique marcada nossa voz em algum lugar e que tentemos evitar que outros cursos sejam aprovados, na base da pressão.
Por outro lado, acho que deveria ouvir minha mãe que me diz para não me envolver com essas coisas e ficar quietinha em casa. Acho que posso estar gastando muito da pouco energia que tenho para algo que não vai dar resultados substanciais. E que pode até me prejudicar, me trazer mais problemas.
Que sou contra a abertura de novos cursos de Medicina em São Paulo é óbvio, mas se posso ajudar a evitar que isso aconteça... já tenho grandes dúvidas.
O fato é que, como sempre, não sei o que fazer, não sei o que é melhor para mim e muito menos o que é melhor para os outros, para a sociedade. E, por causa disso, entrei nesse grande conflito de interesses e de custo-benefício. Realmente, não sei como seguir com minha vida, como administrar minha carreira, como viver a faculdade, como contribuir para um mundo melhor...
quinta-feira, 7 de agosto de 2003
terça-feira, 5 de agosto de 2003
Acabo de entrar no meu anual "inferno astral". Isso significa que vou brigar com muita gente, me afastar de outras pessoas sem justificativa plausível, vou escrever posts depressivos, vou estar triste sem motivo, vou passar alguns dias muda e sumida... entre outras coisas nada boas.
Ontem falei isso para uma amiga e ela me disse: "Nossa, eu achei que eu era a única idiota que tinha períodos ridículos como esse..."
É exatamente isso que esse período é: ridículo. Mas não adianta, todo ano, quando está perto de agosto eu começo a ficar mal e fazer um monte de besteiras (que não me deixem mentir os arquivos do blog) e só vou melhorar depois do meu aniversário, perto do feriado da Independência.
Eu até achei que esse ano isso não iria acontecer porque, afinal, eu já entrei na faculdade, já vou fazer 21 anos e não tenho mais tempo, nem saco, nem crédito para ficar fazendo essas coisas. Mas aí aconteceu tudo que aconteceu esses dias e de repente me vi mergulhada nesse mar de lamentações.
Ontem falei isso para uma amiga e ela me disse: "Nossa, eu achei que eu era a única idiota que tinha períodos ridículos como esse..."
É exatamente isso que esse período é: ridículo. Mas não adianta, todo ano, quando está perto de agosto eu começo a ficar mal e fazer um monte de besteiras (que não me deixem mentir os arquivos do blog) e só vou melhorar depois do meu aniversário, perto do feriado da Independência.
Eu até achei que esse ano isso não iria acontecer porque, afinal, eu já entrei na faculdade, já vou fazer 21 anos e não tenho mais tempo, nem saco, nem crédito para ficar fazendo essas coisas. Mas aí aconteceu tudo que aconteceu esses dias e de repente me vi mergulhada nesse mar de lamentações.
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