sábado, 30 de outubro de 2004

Nossa! Que fase ruim!
Depois dessas duas semanas de estresse total, me encontro aqui na faculdade, em plena sexta-feira às 23h45 da noite, trabalhando...
Tudo bem que isso que estou fazendo (tabulação de dados da minha pesquisa) é algo que eu gosto, faço por prazer, mas que é cansativo, ah, isso é, e muito!
No meio da semana, entrei em "burnout". Na quarta-feira, sai da facul super cedo - às 21h - porque já nem raciocinava mais. Cheguei em casa e dormi. Muito. Acordei às 9h do dia seguinte (fazia muito tempo que eu não dormia mais que 6h - na verdade, tive sorte nos dias em que consegui dormir durante 6h). Eu tinha aula na quinta de manhã mas não fui. Peguei toda minha roupa suja e fui lavar. Lavei tudo, direitinho, como há muito tempo não conseguia fazer.

Só saí de casa às 13h30, atrasada, correndo como sempre. Almocei voando e fui ao hospital para uma reunião como representante discente com representantes do governo. Foi interessantíssima! Só apareci na faculdade às 17h. Toda tranquila, me fazendo de desentendida. Foi ótimo!

Consegui terminar meu texto para o jornal, finalmente. Era para eu ter entregue na segunda-feira mas só mandei na quinta, quase meia noite. Eu gostei bastante do que produzi. Gostei mesmo. Apesar de achar que ficou extremamente informativo.
Porém, ao mostrar para o ex-editor do jornal, recebi uma crítica, seguida de uma cara de descontentamento horrível. Ele achou que eu não fui crítica o suficiente, que eu deveria ter "cutucado" mais, deveria ter levantado polêmica. Mas eu não sou de fazer isso. Não é minha característica de escrita. Só escrevo textos críticos e polêmicos quando eles saem naturalmente, quando estou realmente muito incomodada com alguma coisa. Mas assim...
Por que fiz essa matéria (sobre Atenção Primária): eu não pude participar da reunião onde foram definidas as pautas. A equipe definiu tudo (temas, quem ia escrever o que) e sobrou a matéria de capa (sem assunto). Vieram para mim e perguntaram se eu tinha alguma idéia de tema. Eu disse que não. Perguntaram se eu não podia escrever a matéria (sobre o tema que eu quisesse) para ir para capa (me senti lisonjeada). Insanamente eu aceitei. Decidi que queria escrever sobre Atenção Primária. Falei para a editora, ela aceitou e fui fazer minhas pesquisas. O ex-editor, que entende bastante desse assunto, devo admitir, levantou vários problemas relacionados ao assunto, esperando que eu abordasse isso na matéria (detalhe: ele não quis me ajudar a escrever). Beleza.
Deu um trabalhão desgraçado. Além de todas as obrigações que eu já tinha, fiquei extremamente sobrecarregada com esse texto. Mas fiz.
Depois de toda a dificuldade que passei, toda a luta para escrever sozinha, sem tempo, vem o cara e critica ferrenhamente... fiquei tão chateada. Fiquei mal mesmo. Me senti uma incompetente. Eu sei que a matéria está muito informativa e que em geral isso não é característica de matéria de capa, mas escrever texto crítico não é minha característica. Definitivamente, não. Se eles queriam uma matéria bombástica, que chamassem outra pessoa para escrever e não eu.
O pior é que, depois que minha chateação passou, que eu consegui entender que a culpa não era minha, volta o tal cara e fala: "Você não consertou o texto??? Pô. Eu achei que você ia mudar ele depois do que eu falei." É mole??
Quase mandei ele à merda. Só não o fiz porque a atual editora me convenceu que o cara está mal, passando por problemas pessoais e está meio descontrolado.

Fiquei tão chateada. Não pela crítica ao texto, mas pela forma com que as coisas aconteceram e pelo jeito que ele falou comigo. Ao mesmo tempo fiquei preocupada pois ando chateada demais com muita gente.
Na terça-feira, passei a manhã toda chorando com minha madrinha por causa de duas médicas que gosto muito (não são minhas médicas). Na minha opinião de pessoa magoada (que isso fique bem claro), acho que elas são "bipolar". Elas têm uma oscilação grande de humor (pelo menos comigo). Às vezes, elas são um doce, conversam bastante, são super carinhosas, me tratam bem. Outras vezes, ou são completamente ausentes ou estúpidas. Fico pensando se esse comportamento não esbarra no interesse... ou se o problema não está comigo.
Outra pessoa que tem me incomodado bastante é uma nova funcionária da faculdade. Tenho tido contato com ela por "trabalharmos" com assuntos ligados, mas sei (por fontes seguras) que ela não tem um caráter nada admirável. Desde que me conheceu, ela veio toda gentil, sorrindo, querendo me envolver no jogo dela. Um horror de pessoa. Mas tenho que aguentá-la e fingir que não percebo, fingir que não me incomoda (por motivos que tb não vêm ao caso). É péssimo. Me sinto a pior pessoa do mundo. Falsa.

Não sei o que está acontecendo comigo. Fico sofrendo por pessoas que não merecem. Fico magoada facilmente, me sentindo menor, me sentindo tão pequena... Às vezes tenho vontade de jogar tudo isso para os ares e ir cuidar da minha vida.

(Que texto confuso, não? Péssimo: talvez para refletir melhor minha alma...)

terça-feira, 26 de outubro de 2004

De repente, toca meu celular:
- Alô?
- Oi, lembra de mim? - era minha madrinha - fazia uns 4 dias que a gente não se falava e no dia anterior eu tinha mandado 3 e-mails para ela.
- Não, não lembro, não. Quem é você?
- Ai, não faz essa pergunta porque eu não sei responder...

Agora descobri porque a gente se dá tão bem, mesmo com minha cobrança excessiva de atenção: ela é tão carente quanto eu e também exigente de atenção... a diferença é que ela sabe disfarçar melhor.

domingo, 24 de outubro de 2004

Bordado de Deus

(Autor Desconhecido)

Quando eu era pequeno, minha mãe bordava muito. Eu me sentava no
Chão, brincando perto dela, e sempre lhe perguntava o que estava
fazendo.
Respondia que estava bordando. Todo dia eram a mesma pergunta e a
resposta. Observava seu trabalho de uma posição abaixo de onde ela
se Dizia-lhe que, de onde eu olhava, o que ela fazia me parecia muito
estranho e confuso. Era um amontoado de nós e fios de cores diferentes,
compridos, curtos, uns grossos e outros finos. Eu não entendia nada. Ela
sorria, olhava para baixo e gentilmente me explicava: "Filho, saia um
pouco para brincar e quando terminar meu trabalho eu chamo você e o
coloco sentado em meu colo..
Deixarei que veja o trabalho da minha posição." Mas eu continuava
a me perguntar lá de baixo: "Por que ela usava alguns fios de cores
escuras e outros claros? Por que me pareciam tão desordenados e embaraçados?
Por que estavam cheios de pontas e nós? Por que não tinham ainda uma forma definida?
Por que demorava tanto para fazer aquilo?" Um dia, quando eu
estava brincando no quintal, ela me chamou: - "Filho, venha aqui e sente
em meu colo." Eu sentei no colo dela e me surpreendi ao ver o bordado. Não podia crer! Lá de baixo parecia tão confuso ! E de cima vi uma paisagem maravilhosa ! Então minha mãe me disse: "Filho, de baixo parecia confuso e desordenado porque você não via que na parte de cima havia um belo desenho.
Mas, agora, olhando o bordado da minha posição, você sabe o que eu
estava fazendo." Muitas vezes, ao longo dos anos, tenho olhado para o céu
e dito:
"Pai, o que estás fazendo?" Ele parece responder: "Estou bordando a
sua vida, filho." E eu continuo perguntando: "Mas está tudo tão
confuso... Pai está tudo em desordem. Há muitos nós, fatos ruins que não terminam e coisas boas que passam rápido. Os fios são tão escuros. Por que não são mais brilhantes?" O Pai parece me dizer: "Meu filho, ocupe-se com seu trabalho, descontraia-se, confie em Mim... e Eu farei o meu trabalho. Um dia, colocarei você em meu colo e então vai ver o plano da sua vida da minha posição." Muitas vezes não entendemos o que está acontecendo em nossas vidas. As coisas são confusas, não se encaixam e parece que nada dá certo. É que estamos vendo o avesso da vida! Do outro lado, Deus está bordando...

domingo, 17 de outubro de 2004

Expectativa de uma semana cheia e difícil...
De repente um acontecimento pode mudar tudo.
E eu percebo que nada era tão importante assim, tudo pode ser deixado de lado se...

Uma das esperas mais longas da minha vida. Por que o telefone não toca logo?
Um telefonema pode mudar todo meu rumo... mas ele não toca.

E a expectativa de uma semana difícil se torna uma realidade. Já começou bem difícil!
Mas a expectativa por uma semana cheia, se torna pó. Pode ser uma semana vazia... e muito vazia.

sábado, 16 de outubro de 2004

Cultive a felicidade
Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado, mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo.
Só você pode evitar que ela vá à falência.
Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você.
Ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos.
Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a cada manhã pelo milagre da vida.Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
É beijar os filhos, curtir os pais e ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós.
É ter maturidade para falar "eu errei".
É ter ousadia para dizer "me perdoe".
É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você".
É ter capacidade de dizer "eu te amo".
Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz...
E, quando você errar o caminho, recomece tudo de novo.
Pois assim você será cada vez mais apaixonado pela vida.
E descobrirá que...
Ser feliz não é ter uma vida perfeita.
Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para esculpir a serenidade.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz!
(autor desconhecido)

terça-feira, 12 de outubro de 2004

Os comentários do meu post anterior me renderam boas reflexões...
1) "Se "toca" garota, se isso não é vida pra vc, acho q seu lugar não é na medicina, vai fazer outra coisa e dê lugar pra quem quer realmente aprender..."
Por que existe essa crença de que estudante de medicina tem que sofrer, tem que se matar, abrir mão de sua vida para ser um bom médico??? Se me matar de estudar não é vida para mim, então a Medicina não é vida para mim? Como assim?
Entrei na faculdade para me formar médica e não para ser uma estudante bitolada. Não acredito que formação se restrinja a aprender em detalhes toda a fisiologia e anatomia humana. Pelo contrário, acredito que uma boa formação em Medicina esteja mais próxima do contato com as pessoas, do saber ouvir, do sentir do que do conhecimento teórico (também importante, lógico, mas não único). Se para me tornar uma médica eu só precisasse me matar de estudar, não precisava entrar na faculdade. Viveria numa biblioteca estudando tudo relacionado, aprenderia e pronto. Conhecimento teórico, eu adiquiro nos livros facilmente em qualquer estágio do meu curso.

2) Sobre o equilíbrio, o "maneirar em ambos os lados" do qual a Julia falou... bem esse é o que eu busco constantemente mas é impossível nesse caso específico. Claro que posso continuar tendo uma vida social normal e, ao mesmo tempo, estudar e ir a todas as aulas. Mas não posso ver e falar com minha madrinha (uma vez por semana, que seja) e continuar indo a todas as aulas. Ela tem um horário estrito para estar na faculdade, e é exatamente o horário que eu estou em aula. Não dá mesmo! Poderíamos nos falar por telefone mas eu não tenho telefone fixo e ela está em contenção de gastos, não pode ficar ligando para meu celular. Poderíamos nos encontrar nos finais de semana, mas aí também entra a minha contenção de gastos e nossa necessidade de descanso. E-mail, ela quase não usa mais e, mesmo que usasse, não se compara a uma conversa.
Não tem jeito. Preciso dela (sim, sou dependente, apesar de ter tentado não me tornar, apesar de saber o quanto isso é ruim para mim); preciso estar envolvida nas atividades do Centro Acadêmico (que tanto consome meu tempo, minha paciência e até minha sanidade) porque amo aquele lugar; preciso estar envolvida com a Graduação, cumprir as responsabilidades que assumi, contribuir para que tenhamos um currículo melhor, ajudar nos problemas do dia-a-dia, pois aprendo muito sobre a vida, as relações humanas e políticas, porque gosto muito de fazer isso.

Conclusão (a qual finalmente chego): "Viver a vida com intensidade" significa para mim hoje não ser uma estudante séria mas uma acadêmica participativa, uma batalhadora e, paralelamente, uma pessoa feliz ao lado daqueles que amo, tendo tempo para meus amigos e sentindo que eles também tem tempo para mim.
Vou continuar no caminho que seguia, tentando estudar o necessário, aprendendo mais com a vida do que com os professores e sempre conhecendo o caminho para o aprendizado teórico, para que no dia que eu realmente precisar, conseguir encontrá-lo com facilidade, aprender e aplicá-lo.

terça-feira, 5 de outubro de 2004

Tenho tentado ser uma estudante séria.
Estou indo a todas as aulas, estudando várias coisas, aprendendo, tirando dúvidas... Até me sinto um pouco mais sabida.
Mas de que adianta isso se tenho que me privar de fazer certas coisas que tanto gosto??? Se me sinto tão triste por não ter mais tempo para conversar com minha madrinha tão querida...
Estou gostando de aprender, mas essa vida certinha, regrada, definitivamente, não é para mim!

Já decidi que amanhã não vou na aula prática de neuro, nem vou na discussão sobre Ref. Universitária.
Eu vou é visitar a minha madrinha para ver se conseguimos conversar um pouco mais do que os 2 minutos conturbados de hoje (foi o tempo de andarmos até o carro dela).
Antes de eu viajar, nos víamos todos os dias, conversávamos por horas a fio... agora, quando temos chance de nos vermos, ela está saindo (sempre chego tarde)... e só consigo acompanhá-la até o carro. Ô vida dura!!! Estou me sentindo como se tivesse voltado para o cursinho.
Definitivamente não é isso que quero para mim! Mesmo porque, depois, quando eu for interna e depois residente e depois médica, não vou poder escolher faltar, não vou ter várias opções.
Tenho que aproveitar agora, não é?!

sábado, 2 de outubro de 2004

Me acusam de ser utópica, de sempre sonhar com um mundo perfeito onde as pessoas são boas, têm respeito umas pelas outras, não se degladiam por dinheiro...
Dizem que lutar não vale a pena pois nunca vou alcançar essa perfeição que desejo, nunca vou chegar.
Muitas vezes já parei para pensar se vale ou não a pena, se quero ou não continuar lutando, muitas vezes abrindo mão de mim mesma, do meu momento presente...
Hoje tive a resposta definitiva: SIM, vale lutar sim, muito e sempre. "É minha utopia que me faz caminhar!".
Sonho, acredito, caminho em direção a isso. Pode ser que eu nunca chegue lá, mas com certeza, estou sempre progredindo, dando vários passos nessa direção.