Os comentários do meu post anterior me renderam boas reflexões...
1) "Se "toca" garota, se isso não é vida pra vc, acho q seu lugar não é na medicina, vai fazer outra coisa e dê lugar pra quem quer realmente aprender..."
Por que existe essa crença de que estudante de medicina tem que sofrer, tem que se matar, abrir mão de sua vida para ser um bom médico??? Se me matar de estudar não é vida para mim, então a Medicina não é vida para mim? Como assim?
Entrei na faculdade para me formar médica e não para ser uma estudante bitolada. Não acredito que formação se restrinja a aprender em detalhes toda a fisiologia e anatomia humana. Pelo contrário, acredito que uma boa formação em Medicina esteja mais próxima do contato com as pessoas, do saber ouvir, do sentir do que do conhecimento teórico (também importante, lógico, mas não único). Se para me tornar uma médica eu só precisasse me matar de estudar, não precisava entrar na faculdade. Viveria numa biblioteca estudando tudo relacionado, aprenderia e pronto. Conhecimento teórico, eu adiquiro nos livros facilmente em qualquer estágio do meu curso.
2) Sobre o equilíbrio, o "maneirar em ambos os lados" do qual a Julia falou... bem esse é o que eu busco constantemente mas é impossível nesse caso específico. Claro que posso continuar tendo uma vida social normal e, ao mesmo tempo, estudar e ir a todas as aulas. Mas não posso ver e falar com minha madrinha (uma vez por semana, que seja) e continuar indo a todas as aulas. Ela tem um horário estrito para estar na faculdade, e é exatamente o horário que eu estou em aula. Não dá mesmo! Poderíamos nos falar por telefone mas eu não tenho telefone fixo e ela está em contenção de gastos, não pode ficar ligando para meu celular. Poderíamos nos encontrar nos finais de semana, mas aí também entra a minha contenção de gastos e nossa necessidade de descanso. E-mail, ela quase não usa mais e, mesmo que usasse, não se compara a uma conversa.
Não tem jeito. Preciso dela (sim, sou dependente, apesar de ter tentado não me tornar, apesar de saber o quanto isso é ruim para mim); preciso estar envolvida nas atividades do Centro Acadêmico (que tanto consome meu tempo, minha paciência e até minha sanidade) porque amo aquele lugar; preciso estar envolvida com a Graduação, cumprir as responsabilidades que assumi, contribuir para que tenhamos um currículo melhor, ajudar nos problemas do dia-a-dia, pois aprendo muito sobre a vida, as relações humanas e políticas, porque gosto muito de fazer isso.
Conclusão (a qual finalmente chego): "Viver a vida com intensidade" significa para mim hoje não ser uma estudante séria mas uma acadêmica participativa, uma batalhadora e, paralelamente, uma pessoa feliz ao lado daqueles que amo, tendo tempo para meus amigos e sentindo que eles também tem tempo para mim.
Vou continuar no caminho que seguia, tentando estudar o necessário, aprendendo mais com a vida do que com os professores e sempre conhecendo o caminho para o aprendizado teórico, para que no dia que eu realmente precisar, conseguir encontrá-lo com facilidade, aprender e aplicá-lo.
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