"Ateh quando voce vai aguentar ficar sem externar as suas emoções aqui no seu cantinho virtual, hein??"
Até quando, até quando...
Quem disse que algum dia eu agüentei? Sempre me doeu e muito ter deixado meu bloguinho... até tentei criar outros, escrever de um outro jeito mas nunca teve a mesma graça, nunca teve o mesmo sabor, nunca consegui escrever novamente com a mesma veracidade.
Tenho que voltar atrás e dizer que NÃO! Eu ainda não estou preparada para voar por outro horizontes assim tão longínquos. Ainda não é o momento de abandonar meu querido.
Exposição? Se eu realmente estivesse preocupada em não me expor, eu não teria me tornado representante de nada, não teria dado minha cara para bater tanto... e quanto tenho apanhado...
Desculpem aos meus leitores queridos por tê-los abandonado esses meses, desculpas maiores ainda por eu não contar a vocês tudo que me aconteceu nesse tempo. Mas já há tanto a falar sobre hoje...
Ah, meu blog querido que me "ouve" com tamanha atenção, que me faz sentir bem, querida, importante.
Esse mês têm sido extremamente difícil para mim. Como todo mês de Agosto. Meu inferno astral! Hoje tive uma crise de desespero (mais uma) e fiz algo que nunca me imaginei. Nunca fui tão sincera nem comigo mesma. Cheguei na frente de uma grande amiga, disse que precisava dizer algo muito importante a ela, para ela me olhar nos olhos e me ouvir atentamente: "Desculpa por tudo que eu tenho feito de errado e por tudo que ainda vou fazer! Eu não estou bem, não estou no meu estado normal. Estou confusa, estou sofrendo. O aniversário da minha mãe está chegando, logo é o meu e depois o aniversário de casamento dos meus pais. Penso nisso o tempo todo, me lembro disso a cada minuto e não posso evitar, não consigo parar. Sofro. E é só o começo! É bem capaz de eu piorar conforme o mês for passando. Desculpa por tudo que eu vou fazer de errado e por tudo que vou deixar de fazer." Não sei como fui capaz de olhar nos olhos dela e dizer isso (não sei como estou sendo capaz de escrever isso tudo aqui). Mas é que sinto isso tão forte. Sinto piorar a cada dia.
E não posso mais usar a desculpa da depressão. Não estou mais deprimida. Já me tratei, já melhorei. Mas estou num momento ruim.
Por um lado, estou muito feliz com tudo que estou fazendo, com o reconhecimento que estou recebendo na faculdade por tudo que eu tenho feito, pela construção, pelo aprendizado. Mas tem ainda aquela dor que nunca parou de doer e que ainda vive em mim pela perda, pela distância.
Hum, preciso contar uma história linda que vivi semana passada:
Na terça-feira, eu estava na faculdade, extremamente pressionada pelo resultado ruim de uma negociação da qual participei. Muitos estavam me criticando e cobrando. Não agüentei. Liguei para uma amiga e disse "preciso te ver, preciso sair daqui, posso ir à sua casa?". Ela me recebeu com maior amor.
Assim que cheguei, ela me deu um presente: um cachecol colorido, lindo! Ela havia pedido para mãe dela (que mora no interior) fazê-lo para mim ("eu podia ter comprado um para você, mas não!, quis que fosse feito com muito amor, como você merece") e ele havia acabado de chegar pelo correio, no mesmo dia. Passei a tarde com ela, ajudando-a em seu livro (ela está escrevendo um livro maravilhoso!)
À noite, quando eu estava indo embora, sua mãe ligou para perguntar se ela havia recebido o cachecol. Minha amiga contou a ela que eu estava lá e ela quis conversar comigo no telefone. Ela me contou que fazia duas semanas que ela estava tentando fazer o cachecol mas não conseguia, sempre dava alguma coisa errada. Até que no sábado, ela parou e falou "Bem que a mãe dela podia me ajudar a fazer esse cachecol, para que saísse lindo como ela merece." A partir daí, tudo começou a dar certo e ele saiu. Lindo e perfeito. "Foi feito à quatro mãos!"
Quantas provas de amor em um único objeto. Que tamanho tesouro!!!
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