Quanta coisa para um dia só...
Acordei umas 8h, no meu quartinho novo (que aliás estou adorando) e estudei mais um pouco para a prova de anato (no dia anterior eu tinha ficado até 1h da manhã estudando). Vi as peçinhas, os músculos, aprendi um montão de coisas...
Às 10h30 fui para facul para uma consulta meio séria (falei de coisas sobre as quais pouquíssimas pessoas sabem e que me angustiam um tanto), depois passei na sala da minha coordenadora preferida e ficamos conversando muito. Ela estava com problemas e me senti um tanto lisonjeada quando ela disse: "senta aí, preciso desabafar". Conversamos a beça, aprendi muito sobre a vida, sobre as relações humanas, sobre política e sobre auto-aceitação. Foi muito bom para nós duas. No meio da conversa apareceu um calouro dizendo que precisava de ajuda porque estava doente. Nós achamos o máximo ele ter ido procurá-la, um ótimo sinal (a imagem dela tá melhorando rápido), mas nisso, infelizmente ela não podia ajudar. Peguei ele pela mão e o levei à alguém que eu sabia que ajudaria prontamente. O coitadinho tava com uma GECA (gastro entereo colite aguda - não sei como se escreve)... um tanto desidratado... teve que ficar lá no hospital tomando um litro de soro.
Voltei à sala da coordenação e continamos a conversa, nossa filosofia sobre a vida, nosso aprendizado, nossa troca. Momento realmente especial.
De lá fui para outra consulta, agora com o PQ e fiquei extremamente chateada e decepcionada com certa postura que ele tomou quando contei sobre uma real preocupação minha. Ele é realmente um idiota. Há tempos que venho desconfiando disso mas hoje tive a confirmação exata. Como pode um médico, ainda mais um PQ agir daquela forma, com tal postura arrogante?
Voltei à coordenadora porque eu tinha prometido que almoçaríamos juntas mas acabamos conversando demais e tive que sair correndo (sem comer) para minha prova de Anato, no além-rio.
Fiz a maldita. Fui muuuuito mal. Eu deveria ter ficado a manhã toda estudando ao invés de conversando mas depois que vi a prova sei que não teria adiantado nada. Cheguei lá, ele pegou uma folha de papel almaço e ditou 6 perguntas... eu não sabia nenhuma por inteiro e de 2 eu não tinha a menor noção. Nunca esperei por uma prova assim. Achei que ia ter peças, questões alternativas, que seria no mínimo parecida com a prova que minha turma fez... ledo engano. Aprendi pra caramba estudando mas acho que não passei. Saí de lá com a quase certeza da DP (só não tenho certeza porque tenho esperanças que ele perceba que aquelas perguntas que ele fez não tem a menor importância para um estudante de medicina - eu respondi tudo relacionando com a prática da minha profissão mas, se considerarmos que o cara é um dentista especializado em ereção, chegamos à conclusão de que ele não me aliviará).
Saindo da prova, passei em casa (nova e linda casa) para trocar o material de Anato pelo de Fisio e fui para facul, determinada a estudar. Logo que entrei, encontrei uns calouros e começamos a conversar. Altas fofocas... foi muito bom. Depois levei alguns deles para conhecer a Casa do Estudante de Medicina (CEM) e ficamos conversando até uma 18h lá. Voltei à faculdade e encontrei minha amiguinha querida com uma carinha... começamos a conversar, começamos a chorar (dessa vez quase não deu pra disfarçar minhas lágrimas). Eu sentia claramente que tinha alguma coisa a mais que eu poderia fazer por ela mas eu não conseguia enxergar o que era. Conversamos, conversamos, pensamos e comecei a ter algumas idéias... que inicialmente não deram certo. Ela foi para o curso que ela tinha e eu fiquei “articulando” para arrumar uma solução melhor. Com a ajuda do meu anjo da guarda número 6 (ah é, esqueci de contar que arrumei mais um anjo da guarda... tão fofo), consegui pensar numa opção e, com toda a cara de pau, que eu não tinha há até muito pouco tempo, consegui uma pequena coisinha.
Foi ótimo enxergar uma luzinha a mais. Até recebi um sorriso de esperança em troca...
Ficamos conversando, bagunçando, comendo, postando até umas 21h30, quando ela foi embora.
Como me senti especial por conhecer pessoas tão boas... a coordenadora, meus amigos, meu novo anjinho (que, aliás, agora pouco ligou preocupado comigo... que graça), minha amiga tão querida mas tão cabeça dura...
Foram aprendizados e tanto...
Observando por cima, parece que fui eu que fui procurada para ajudar (a coordenadora, o calouro doente, os calouros perdidos, minha amiga), mas na verdade foram eles que me ajudaram e muito, me ensinando o valor que tenho por ser eu mesma, a importância da amizade, do companheirismo, da preocupação com o próximo, as inevitáveis diferenças entre os homens e como conviver muito bem com elas, a importância de se ter sofrido há tempos atrás, o que é sensibilidade, o que realmente é inveja, o que é intuição e, principalmente, o quanto ainda tenho para aprender.
Como há muito tempo não fazia, hoje rezei. Simplesmente sentei, juntei as mãozinhas e pedi ajuda... eu precisava de luz, de força e acho que consegui obter.
Ai, que saudades da Amanda... como queria ter falado com ela hoje também...
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