E depois de longa caminhada, com muita ansiedade, entrei na sala onde havia aquele monte de aparelhos para comunicação. Eu tinha uma "carta" na mão. Uma carta moderna. Preta. Uma carta que não era para mim. Um lindo ato.
Sentei em frente à máquina e li e me vi ali e lembrei e chorei.
Aquilo me tocou de uma forma... Eu já sabia sobre o que era, eu já conhecia a história contada mas eu nunca imaginei ela escrita dessa forma, com tamanha sensibilidade, passando tanto sentimento.
E me senti impotente por não poder ajudar para o final ser feliz...
E me senti triste pela tristeza...
E me senti feliz por existir pessoas tão especiais quanto esse escritor apaixonado...
E senti medo de sofrer assim... de ter uma história triste assim, onde a razão vence o coração...
E senti esperanças de um dia ter uma história bonita assim, mesmo que eu sofra.
Porque finalmente aprendi que por mais triste que seja o fim, por mais sofrimento que ele cause, se conseguimos aproveitar o meio, tudo já vale a pena.
Como Romeu e Julieta que poderiam ter vivido até os 80 anos, se separado para casar com outras pessoas, ter tido filhos, netos... mas que nunca teriam sentido a pureza do amor, que nunca teriam vivido com tamanha intensidade, que não teriam essa história linda para ser contada.
É melhor morrer por um sonho ou por um ideal do que ser infeliz a vida toda, sentir-se frustado, derrotado.
E eu quis responder ao escritor, quis achá-lo, mas não sabia como. Passei um tempão procurando seu endereço moderno em listas e mais listas desse aparelho de comunicação mas foi uma busca inútil... eu sequer sabia o nome completo dele... E na distância e no anonimato, amei aquela alma doce e, como havia lhe dito no dia anterior, num momento de paz como nunca tinha tido antes, desejei com todas as minhas forças ser, um dia, amada assim por alguém tão especial como ele.
E as únicas coisas que me pergunto agora são: onde está o segundo ato? E como será o terceiro? E o quarto?
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