domingo, 29 de abril de 2001

Tentando entender a raça humana

Ultimamente tenho pensado muito a respeito dos seres humanos e da atitudes que tomamos.
Tenho estado muito brava com as críticas, com a intolerância por algo diferente e principalmente com o preconceito. Mas isso não é o pior. Tenho estado muito brava, também, comigo, com minha maneira de agir.
Sou contra preconceitos, contra mentiras, contra falsidades, contra arrogância, sou defensora da liberade de expressão, da humildade, da solidariedade, entre outras coisas. Tento passar minhas idéias para as pessoas, tento fazer com que elas repensem suas atitudes e tentem mudar. No entanto, apesar de ter plena convicção de minhas idéias acabo contradizendo-as.
Sabe aquela história do "faça o que eu digo mas não faça o que eu faço"? Acho que estou começando a entrar nisso.
Essa semana fui com o pessoal do cursinho ao programa do Serginho Groisman, o Altas Horas, participei da gravação, que durou uma tarde inteira. Foi muito legal, eu estava muito feliz. Mas, apesar de estar gostando, apesar de estar feliz, pela tv parecia que eu estava chateada, parecia que eu estava odiando aquilo tudo. Teve uma hora que fiz um gesto de extrema arrogância. Quase não acreditei que aquela era eu. Depois que assisti comecei a pensar em algumas atitudes que eu tinha tomado naquela semana. Me lembrei que realmente tinha estado bastante arrogante tratando algumas pessoas como se fossem inferiores a mim, como se o que eu digo fosse a 'única verdade absoluta'.
Pois é... eu que sou uma pessoa boa, que prego a humildade, tenho atitudes bastantes mal-educadas e arrogantes, mesmo sabendo e dizendo que isso é errado. Por que um ser humano faz isso?
Não tenho idéia da resposta mas vou continuar investigando.
Os pscicólogos e os entendedores do comportamento dizem que o primeiro passo para resolver um problema é perceber que ele existe. Pelo menos isso eu acho que estou conseguindo fazer. Consegui, finalmente perceber que estava agindo errado e vou me esforçar para melhorar.
Prometo que também vou me esforçar para escrever textos melhores e mais interessantes.

sábado, 14 de abril de 2001


Assunto delicado

Muita gente talvez vai se ofender com o que vou escrever hoje, mas preciso desabafar.
No começo desse semana, no intervalo das aulas do cursinho, não sei por que raios eu e uma menina (de quem não sei nem o nome) começamos a conversar sobre religião. É um dos piores assuntos que se tem para conversar, mas eu, como uma curiosa nata, não podia deixar de ouvir a opinião dela. Ela foi batizada na Igreja Metodista, tem um namorado que quer casar na Igreja Católica mas ela não tem uma religião definida. A menina me contou que foi visitar um mosteiro, me falou sobre o que fazem lá e um pouco do dia-a-dia dos padres. Enquanto conversávamos surgiu na minha cabeça algumas questões que nunca ninguém conseguiu me responder e isso me fez voltar a pensar sobre minha religiosidade.
Eu acho muito importante que as pessoas tenham uma religião, melhor ainda acho que os pais devem ensinar os filhos a serem religiosos, mostrar um caminho e depois deixar que eles sigam seu próprio e escolham sua religião, qualquer que seja. Eu comecei a questionar sobre isso muito cedo mas o máximo que consegui até hoje foi chegar a algumas conclusões sem tanto fundamento e muitas, muitas perguntas sem respostas.

Conclusões: 1) a Bíblia é muito subjetiva e dá margens a muitas interpretações, é por isso que existem tantas religiões diferentes baseadas nela; 2) a maioria das religiões usa ou já usou seu poder para dominação, para ganhar dinheiro, ou seja, para o 'mal' e isso não é segredo para ninguém; 3) a religião Católica, apesar de ser uma das mais importantes do mundo(em número de adeptos), possui 'leis' frágeis, nem todos os padres pensam e pregam da mesma forma, isso causa contradições dentro da própria Igreja; 4) nós, seres humanos, não somos capazes de imaginar algo que nunca vimos, que não conhecemos e por isso não somos capazes de imaginar Deus. Temos uma vaga idéia de como Ele é mas não sabemos exatamente. Dando um exemplo grosseiro, se eu disser para você: 'imagine um grand jeté entournant (um passo de Ballet)', e você não conhecer bem os passos de Ballet, não conseguirá imaginar como ele é de verdade. Eu posso te dizer que esse é um salto que se faz girando, como se quisesse sair voando, posso dar todos os detalhes teóricos... Você não vai conseguir reproduzi-lo, nem saber como é exatamente. Somos muito limitados.

Perguntas: 1) como pode algumas religiões pregar que Deus é Bom, é o Bem sem admitir a existência do Diabo, do Mal, se vivemos numa sociedade tão caótica (Eu não estou dizendo que acredito na existência do Diabo); 2) algumas religiões acreditam em vida após a morte, não é? Acreditam que depois que a pessoa morre, sua alma, seu espírito ou como quiser chamar, se separa do corpo e vai para um outro lugar. Por que, então, essas mesmas pessoas vão ao cemitério, ficam conversando com o corpo do morto (ou com o que restou dele), choram sobre a terra como se a pessoa que morreu estivesse lá ouvindo? Por que essas pessoas acham um horror, às vezes um absurdo, estudar um cadáver e dizem que é como se a pessoa (o cadáver) fosse apenas um objeto de estudo? Quem sabe não era essa a missão da pessoa: se tornar um objeto de estudo depois de morta para que muitos estudantes aprendam e possam salvar outras vidas? Se a alma já se foi por que tratar o corpo de uma pessoa como uma relíquia que não pode ser tocada? Admito que deve ser um pouco nojento, principalmente pelo cheiro, mas não vejo problemas de ordem religiosa.

Acho que já chega desse assunto, não é?

:-*

domingo, 8 de abril de 2001

Que vida dura...
É engraçado o que acontece comigo e com as pessoas em geral, eu acho. No começo deste ano eu estava super animada para estudar, queria aprender tudo que pudesse, estava ansiosa para fazer vestibular e acreditava, de verdade, que em 2002 eu estaria numa faculdade.
Dois meses se passaram e agora eu me encontro num péssimo estado.
Não tenho mais aquele pique para assistir às aulas, nem para passar horas com a cara enfiada nos livros sem poder mais ir ao cinema ou a exposições, ler livos e revistas ou escrever no meu blog. Sei que deve estar pensando que eu deveria tirar algum tempo para me divertir e eu faço isso, esse é o problema. Meu tempo de 'diversão' é bastante restrito e já está definido: faço Ballet 2 vezes por semana, vou ao dentista (que diversão, eh?!) , recebo minha mãe em casa e nos finais de semana fico na casa de meus pais (a maior parte do tempo na frente do computador). Se eu quiser ir ao cinema tenho que escolher entre deixar de fazer uma dessas coisas ou deixar de estudar... acabo não indo.
E o pior é que além de deixar de fazer o que eu gostaria, ainda assim, minha matéria do cursinho está toda atrasada e já cabulei algumas aulas (o que não me arrepnedo de ter feito). Como uma pessoa pode sobreviver a isso, por dois anos, sem enlouquecer?
Esta semana pensei muito sobre o rumo que minha vida está tomando. Acho que preciso mudá-lo, mas não sei como. Gostaria de poder estudar muito todos os dias, aprender de verdade e ainda ter tempo para ir à academia mais vezes, ir ao cinema, ir à exposição de 50 anos de TV, ler minhas revistas que estão lá empilhadas há tanto tempo, ler os livros do Jung, do Drummond, comer mais, dormir mais e, principalmente, visitar meus amigos... será que é pedir muito? É, sim!!!
Algumas pessoas me dizem: "é só esse durante esse ano, no que vem vc estará na faculdade e tudo estará melhor". Será mesmo? Eu, talvez, estarei na faculdade e terei que ter novas responsabilidades, estudar em período integral, 'mexer' com gente morta, fazer provas, trabalhos, palestras e afins...
O terrível de toda essa história é que a solução para esses problemas é simples: NÃO PENSAR!!!
Eu tenho absoluta certeza de que quero ser médica e como todos os que vieram de uma família humilde, terei que traçar um caminho duro, com muitas pedras e obstáculos. Estou certa de que no final tudo valerá a pena!!! E, por outro lado, se eu não gastasse tanto tempo pensando nessas besteiras, prestaria mais atenção às aulas, estudaria com mais vigor e talvez até sobraria um tempinho para a diversão.
É isso aí:
ABAIXO O PENSAMENTO!! VIVER SEM PENSAR É O SEGREDO DA FELICIDADE.

Qualquer dia vou escrever um texto exclusivamente sobre esse assunto.
Obrigada por ficar aí me ouvindo (oops, me lendo), quem precisa de terapia quando se tem um blog???

:-*


domingo, 1 de abril de 2001


Desculpe-me por não estar atualizando meu blog ultimamente. Minha vida tem sido uma correria e os poucos momentos que tenho tido com o computador tenho usado para escrever e ler mensagens dos meus amigos. Hoje, novamente tenho poucos minutos para escrever. Mas prometo que semana que vem essa será minha prioridade.
Sei que compreenderá.
Beijinhos

:-)