segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Acabou!
Finalmente!

Fim das porcarias de provas. Não sei como alguém acha que essas provas mal feitas podem avaliar alguém. Muito menos um médico, cujo trabalho envolve muito mais.

Mas, tendo me proposto a entrar neste processo, só posso agora comemorar que acabou. Pelo menos por hora.

Não acho que fui bem. Acho, inclusive, que não passei.

Estou agora tentando decidir se nesse ano que vem continuo a trabalhar no shopping ou se volto ao PSF. Recebi uma proposta de emprego interessante, mas não sei se é uma boa idéia voltar a me estressar com equipe e pacientes...

Estou também tentando decidir qual será meu prêmio de consolação por não ter passado, qual o destinho da viagem de fevereiro.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Acho que o grande problema, na verdade, é que tudo que estou fazendo atualmente é simplesmente pra fugir de mim mesma.

Não estou dando plantão em shopping porque adoro ficar vendo piti de gente que não quer trabalhar. Não! Faço isso unicamente porque não quero trabalhar como médica de verdade.

Não estou prestando residência porque meu grande sonho é ser Radiologista. Mas sim porque nessa área não preciso atender pacientes.


Eu simplesmente não sei o que quero da vida. Não consigo saber. Eu tento. Mas não consigo!

Às vezes quero ser mãe e ficar em casa cuidado dos meus picorruchos. Outras vezes não consigo nem me imaginar tendo filhos.
Às vezes quero ser médica. Outras vezes, quero ser engenheira automotiva.
Às vezes quero passar o dia inteiro em casa fazendo nada. Outras vezes, sinto necessidade de sair pra trabalhar (não é sair pra passear - é sair pra trabalhar mesmo!)

Por que sou assim tão confusa?
Acho que o que eu preciso mesmo é de um retiro espiritual pra tentar me encontrar...

Será!

Afinal, qual é a grande diferença entre o vestibular e a prova de residência???
Em ambos tive que me matar de estudar, ambos são concorridos, ambos são difíceis, ambos são 1 vez por ano apenas.

Ah... mas existem milhares de diferenças... pelo menos no meu caso.
- no vestibular eu queria muito passar / na prova de residência, tenho minhas dúvidas
- naquela época eu era nova, com cérebro ativo e jovem / agora sou esquecida, com um cérebro que pega meio que no tranco
- se eu não passasse no vestibular seria mais um ano de pobreza, incertezas, dor / se eu não passar na residência será mais um ano de riqueza, carro melhor, apartamento melhor, viagens...
- no vestibular, eu até que me divertia com a maioria das matérias (pelo menos as que valiam mais) / nesses estudos atuais, cada página é um tormento, um sofrimento... não gosto de quase tudo

Talvez por isso que o resultado foi tão diferente...
- no vestibular, passei numa ótima colocação / na prova de residência, estou indo para segunda fase entre as 3 PIORES notas
- depois da primeira fase do vestibular, eu continuava estudando fervorosamente / depois da primeira fase da residência, tô dando um monte de plantão, jogando muito vídeo game e já estou atualizada nas minhas 2 séries favoritas (assisti 20 capítulos em 3 dias)...

É... talvez meu nome não esteja na próxima lista de aprovados... lá em janeiro...
Não foi por falta de aviso ou consciência pesada....

O que tiver que ser, será!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Estava eu aqui quieta na minha sala, quando ouço o motorista da ambulância conversar com sua esposa no telefone.
Ele é um cara durão, nos seus quase 50 anos e sempre que fala com a mulher, muda completamente a voz. Fica doce, sorridente, trata ela com um carinho impressionante, se preocupa se ela comeu, se tomou seu remédio, diz que a ama e tudo mais.

Pensei eu aqui com os meus botões: "ele deve ter se casado há pouco tempo e ainda está naquele período da lua de mel, do andar nas nuvens".
Ou (hipótese mais macabra) ele deve ter traído ela, ou eles devem ter brigado por culpa dele e agora ele está querendo se retratar.

Se fosse a segunda hipótese, a briga tem que ter sido bem feia porque desde que o conheci (há uns 2 meses) ele fala com ela assim, com a mesma doçura.

Minha curiosidade, não me permitiu terminar o plantão sem saber. Perguntei na cara de pau.
Ele me contou que está casado há 20 anos e que não acha que muda quando fala com a mulher. Aí, ele desandou em me contar a história do casal, de como se conheceram (de que antes dela, ele nunca pensou que se casaria, tinha horror em pensar em casamento), como foram os primeiros meses de convivência, as dificuldades que passaram, como riem das suas brigas (mesmo no meio delas), como eles se apoiam mutuamente, como foi o tempo em que ele, acamado, teve que depender dela até para limpar sua bunda e como foi o tempo em que ele a limpava quando ela estava convalescente.

Foi como se eu acabasse de ver um filme romântico que termina com o casal envelhecendo juntos, felizes para sempre. Clichê. Mas real.
Um conto de fadas sendo contado pelo príncipe em pessoa (sem entrar no mérito da beleza do príncipe deixar muito a desejar e de seu cavalo branco ser na verdade uma ambulância).

Uma linda história.
Que me faz pensar: será que viverei algo assim? Ou... será que já estou vivendo?
Não gosto muito de fases de transição.
É ruim não saber o que vai estar fazendo, onde vai estar morando, com o que vai estar trabalhando. Dá uma sensação de insegurança, um pouco de vazio.

Não sei se passei na prova de residência. Fui muuuito mal. Mas todo mundo diz que a prova estava muito difícil. Então, ainda há esperança. Daqui a 3 dias sai o resultado e saberemos.

Comecei a procurar apartamento pra morar. Queria alugar perto do hospital. Mas aí fica a dúvida: vale a pena alugar algo lá, que é caro pra caramba, se eu não conseguir entrar na residência?
Por um lado vale a pena porque é um bairro ótimo, vou estar mais perto das aulas de revisão se precisar...

Sábado fizemos uma romaria pelo bairro. Só encontramos apartamentos caros e velhos. O único que gostei, recém reformado, tamanho bom, custa os olhos da cara. Fora de cogitação.

Continuo nas buscas.

Continuo na esperança.

Continuo pensando no futuro.