Tem dias que simplesmente poderiam não acontecer, né?!
Perdi boa parte do meu dia tentando evitar tal pessoa que queria tocar em tal assunto e eu não estava nem um pouco afim. Perdi um bocado de energia e todo bom humor nessa brincadeira besta.
Não. Não adiantava falar pra criatura que eu não queria falar sobre o assunto. Se adiantasse, ele não teria me ligado o fim de semana inteiro e não teria me enchido o saco hoje o dia todo. De boa, falei umas 50 vezes que não queria. Mas é tão difícil de entender...
Depois, ainda tive que aguentar mães pentelhas que ficavam perguntando: "mas você é médica mesmo?", "mas eu queria que meu filho passasse pela Pediatra e você não é Pediatra, né?!".
E o pior... no fim do dia chegou uma barraqueira na recepção, dizendo que a filhinha dela, grávida aos 15 anos de idade, não tinha sido atendida por médico mas sim por uma estagiária, que isso era um absurdo, que a filha dela precisava de um obstetra e que ela ia chamar a imprensa porque isso era um absurodo etc etc etc.
Minha enfermeira foi tentar esclarecer a situação e descobriu que a tal menina tinha sido atendida por mim mês passado e tinha faltado na consulta com o GO após.
Ótimo, né?!
Na hora da menina transar aos 14 anos de idade, a mãe não tá lá pra fazer barraco. Aliás, com certeza a mãe não está lá há muito tempo porque se tivesse a menina nem sequer teria vida sexual e se tivesse não engravidaria.
Mas na hora de me xingar de estagiária, de me acusar de ter colocado a vida da filha dela em risco (???) a maldita mãe aparece.
Nossa!!! Minha enfermeira ficou tão brava, mas tão brava!!! Nunca tinha visto ela desse jeito. Ela quase pulou no pescoço da mulher.
E no fim das contas, é a gente que tem que se acalmar, abrir mão, aceitar o xingamento e remarcar a consulta.
FDP!!!
Fiquei com tanta raiva.
Minha sorte é que não entro em contato direto com esse povo.
Porque se entrasse, ah... se entrasse... coitada dela... e, no fim, quem sairia perdendo seria eu.
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