sábado, 3 de dezembro de 2005

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"Onde andará o meu doutor?

Hoje acordei sentindo uma dorzinha...
Aquela dor sem explicação e uma palpitação.
Resolvi procurar um doutor... Fui divagando pelo caminho...
Lembrei daquele médico que me atendia vestido de branco
E que pra mim tinha um pouco de pai, de amigo e de anjo...
O meu doutor que curava a minha dor!
Não apenas a do meu corpo, mas da minha alma...
E que me transmitia paz e calma!
Chegando à recepção do consultório,
Fui atendida com uma pergunta:
"Qual é o seu plano?"
O meu plano?
Ah! O meu plano é viver mais feliz!
É de dar sorrisos, aquecer os que sentem frio
E preencher esse vazio
Que sinto agora!

Mas a pergunta teria que ser outra:
O "meu plano de saúde"...
Apresentei o documento do dito cujo.
Já meio suado, tanto quanto o meu bolso... E aguardei.
Quando fui chamada,
Corri apressada...
Ia ser atendida pelo doutor,
Aquele que cura qualquer tipo de dor!
Entrei e olhei... Me surpreendi...
Rosto trancado, triste e cansado...
"Será que estava adoentado?
É!...Quem sabe, talvez gripado!"
Não tinha um semblante alegre,
Certamente devido à febre...
Dei um sorriso meio de lado
E um bom dia!
Olhei o ambiente bem decorado
Sobre a mesa, à sua frente, um computador
E no seu semblante a sua dor...
O que fizeram com o doutor?
Quando ouvi a sua voz de repente:
"O que é que a senhora sente?"
Como eu gostaria de saber o que ele estava sentindo...
Parecia mais doente
Do que eu, a paciente...
"Eu? Ah! Sinto uma dorzinha na barriga e uma palpitação."
E esperei ver sua reação.
Vai me examinar, escutar a minha voz
E auscultar meu coração.
Para minha surpresa apenas me entregou uma requisição e disse:
"Peça autorização desses exames para conseguir a realização..."
Quando li, quase morri...
"Tomografia computorizada", "ressonância magnética" e "cintilografia!"
Ai, meu Deus, que agonia!!!
Eu só conhecia uma tal "abreugrafia"...
Só sabia o que era ressonar (dormir),
De "magnético", eu conhecia o olhar...
E "cintilar", só o das estrelas!
Estaria eu à beira da morte? De ir para o céu?
Iria morre assim, ao léu?

Naquele instante, timidamente, pensei em falar:
"Não teria o senhor uma amostra grátis, um calor humano
Para aquecer esse meu frio?
O que fazer com essa sensação de vazio?
Me observe, doutor.
O tal "pai da medicina", o grego Hipócrates, acreditava que
"A arte da medicina está em observar."
Olhe pra mim...
É bem verdade que o juramento está ultrapassado!
O médico não é um sacerdote...
Tem família e todos o problemas inerentes ao ser humano...
Mas, por favor, me olhe! Ouça a minha história!
Preciso que o senhor me escute e ausculte!
Me examine! Estou sentindo falta de dizer até "aquele 33"!
Não me abandone assim outra vez!
Procure os sinais da minha doença e cultive a minha esperança!
Alimente a minha mente e o meu coração...
Me dê ao menos uma explicação!
O senhor não se informou se ando descalça... Ando sim!
Gosto de pisar na areia e seguir em frente,
Deixando as minhas pegadas
Pela estrada da vida.
Estarei errada?
Ou estarei com o verme do amarelão?
Haverá umas gotinhas de solução?
Será que existe vacina contra o tédio?
Ou não terá remédio?
Que falta o senhor me faz, meu antigo doutor...
Cadê o Scott,
Aquele da emulsão?
Que tinha um gosto horrível,
Mas me deixava forte,
Que nem Sansão!
E o elixir? Paregórico ou categórico?
E o chazinho de cidreira,
Que me deixava a sorrir, sem tonteira?
Será que pensei asneira?
Ah! Meu querido e adoentado doutor!
Sinto saudades...
Dos seu ouvidos para me escutar...
De suas mãos para me examinar...
Do seu olhar compreensivo e amigo...
Do seu pensar...
Do seu sorriso que aliviava a minha dor...
Que me dava forças para lutar contra a doença...
Que estimulava a minha saúde e a minha crença...
Sairei daqui para um ataúde?
Preciso viver e ter saúde!
Oh! Meu Deus: Cuide do meu médico e de mim,
Caso contrário chegaremos ao fim...
Porque da consulta só restou uma requisição
Registrada em um computador
E o olhar vago do doutor!
Precisamos urgente dos nossos médicos amigos...
A medicina agoniza...
Ouço até os seu gemidos...
Por favor:
Tragam de volta o meu doutor!
Estamos todos doentes e sentindo dor!
E peço: Para o ser humano, uma receita de "calor"
E para a medicina,
Uma prescrição de "amor!"
Onde andará o meu doutor?"

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