sábado, 28 de fevereiro de 2004

   Tenho estado tão feliz ultimamente...
   Nem sei dizer o que está acontecendo, mas estou elétrica, com vontade de aproveitar muito a vida... mal consigo dormir e raramente me sinto cansada.
   Quinta e sexta, cheguei em casa super tarde (às 23h e às 0h respectivamente) porque fiquei na facul... mas não cheguei cansada, estava querendo fazer um monte de coisa, arrumar a casa. Dormi super pouco mas estava bem no dia seguinte (apesar que no sábado deixer de ir ao EMA atender porque fiquei dormindo, mas foi mais preguiça e um pouco de chateação por as coisas lá não estarem boas, do que propriamente por cansaço).
   É bom sentir isso. Só é ruim quando quero sair para o forró por exemplo e só consigo companhias masculinas (né, Larissa?). Não que seja ruim ir com os meninos mas é que eu queria ir para conhecer gente nova, outros garotos e num daria pra fazer isso muito bem se eu chegasse no forró cercada de marmanjos querendo cuidar de mim, né? Enfim, acabei não indo, mas com certeza essa sexta tem balada e vai ser muuuuito bom. Apesar de ser com o pessoal da facul (que costuma comentar demais certas coisas), acho que vai dar para dançar bastante e aproveitar muito a noite. (Quanta expectativa, não?)

   Então, apesar dos graves problemas financeiros (sexta-feira não pude ir à aula porque não tinha dinheiro para pagar o ônibus, acreditam?), do meu irmão ainda estar meio mal, das minhas confusões sentimentais (depois de tudo que aconteceu, depois de toda a bobeira pela qual passei essa semana, comeceia a me questionar se meu amor também não é fraternal...) e da correria da facul, estou muitíssimo feliz, com muita vontade de fazer muita coisa e querendo me divertir MUITO!.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2004

O que eu mais disse hoje:
"Como eu sou idiota! Como eu sou boba! Como pude chegar a este estado de bobeira sem controle?"

Juro que nunca me imaginei assim, mas agora que a ficha realmente caiu, a bobeira tende a passar, né? Ou não...

Nossa, hoje eu falei muuuuitas besteiras. Muitas, muitas e muitas mesmo. A pior foi agora pouco, já à noite, na presença de 4 pessoas (uma delas nem entendeu ou nem ouviu, ainda bem!), rendeu risadas absurdas... mas fiz os 3 jurarem que nunca, sob nenhuma circustância, revelariam esse meu "podre".
Ah, é, ainda tem esse detalhe, além de eu ter falado tamanha besteira, de um jeito hilário, o significado dela, o que ela quer dizer é meio que uma revelação "podre". Ridículo! Uma verdadeira PÉROLA!
Mas que foi muito engraçado, ah isso foi... essa sou eu de verdade! Que bom!
Demorou... e muito... mas minha ficha caiu.
Antes tarde do que nunca, né?
Pois é!
O problema é que agora tô com uma vontade imensa de escrever mais um capítulo de "Histórias de uma vida".
Mas acho que seria me expor ao extremo do extremo. Sei que já me exponho um tanto mas se escrevesse tudo que estou querendo hoje, talvez "cavasse minha cova". Fora que existem várias pessoas envolvidas nessa história, que não gostariam nem um pouco disso...
Enfim, vou escrever, mas não vou postar (por enquanto). Vou mandar para a Leila e depois que ela e mais algumas pessoas avaliarem os possíveis estragos, aí nós vemos...
QUAL VERDADEIRO SIGNIFICADO DA PALAVRA “TROCA”

Uma menina de 15 anos, num supermercado, parada em frente à seção de lingeries, mais especificamente, tentando escolher um sutiã...
Vem uma mulher, empurrando seu carrinho de compras:
- Você está precisando de ajuda, mocinha?
- É... preciso comprar um desses, mas... (pausa) É que minha mãe morreu e era ela que fazia isso para mim.
- É fácil, vem cá que eu te ajudo.
Juntas, a adolescente e a senhora desconhecida escolhem um novo sutiã.
- Pronto. Acho que esse vai ficar ótimo em você. (pausa) É verdade... preciso ensinar minhas filhas a fazerem essas coisas, né? Elas precisam ser mais independentes. Obrigada!
- Mas, não era eu que devia agradecer? Muito obrigada, viu? Você me ajudou muito muitão!
- Acho que nenhuma das duas precisa agradecer. Eu te ensinei uma coisa e você me ensinou outra muito importante.

Essa é a minha irmã... a admiro muito por esse tipo de contato especial que ela consegue estabelecer, mesmo com desconhecidos.
Lendo os posts da Julia, me lembrei do dia em que saiu a lista da fuvest, ano passado. Depois de toda a festa no cursinho (tem um post sobre isso nos Arquivos de Fev/2003), cheguei em casa e fiquei assistindo TV com meus pais na sala.
À noite, minha mãe veio falar comigo:
- O que foi, filhinha? Você não está feliz, né? Por quê? Não era isso que você queria, passar na faculdade?
Eu não sabia explicar o que estava sentindo. Eu realmente não estava tão feliz quanto imaginava que ficaria. Eu não sentia que minha vida tinha mudado só porque me tornei estudante de medicina (essa percepção veio um pouco depois)... Eu estava com mais MEDO do que viria do que feliz...
É engra?ado, né? A gente passa anos da nossa vida lutando por um objetivo, sonhando com uma vida , quando acontece, parece que nem é tão especial assim... É como se não soubéssemos dar valor... e sentimos culpa, sentimos que poderemos ser "eternamente infelizes"... É tão estranho...
Mas passa. Pelo menos para mim passou. O começo do segundo ano é bem mais divertido (tirando as matérias, lógico!). Receber os calouros, sentir-se veterano, ver o quanto você aprendeu nesse primeiro ano que pareceu tão inútil (só porque você esqueceu o quanto você era ignorante quando entrou)...
Acho que realmente estou mais feliz agora do que quando passei.

DP, DEPENDÊNCIA, REPETÊNCIA, FAZER DE NOVO...
Neurofisiologia...


  Pois é, amarelei e, na maior covardia, liguei para a professora e disse que eu não iria fazer a prova. Disse que eu tinha tentado estudar mas que não tinha conseguido e que eu preferia fazer o curso novamente...
  TODO MUNDO me disse para eu não fazer isso, me disseram que era loucura: o Daniel (o mais enfático), a minha tutora - médica há alguns anos - ("pra quê? Esse curso não vale tanto assim, vc esquece tudo depois"), os veteranos, meu pai, meus irmãos... Mas eu não consegui nem tentar.
  Desde ano passado era isso que eu queria fazer.
  Eu queria fazer o curso de novo, era isso que meu coração me mandava fazer. Mas a razão era mais forte e me fez tentar estudar, tentar de novo e de novo, até que 1h antes da prova, quando já estava no ponto para pegar ônibus, percebi que era besteira... Nem os tópicos essenciais que o Dani me passou (descerebração, motoneurônio alfa e gama, Parkinson, coma...) eu consegui aprender... imagina se ela fizesse uma prova diferente?
  Eu tiraria 0,5 como "prêmio" de consolação, teria perdido a minha tarde toda no além-rio, não teria ficado com meu grupo para fazer o trabalho de Microbio (apesar que nem ajudei muito), não teria recebido os bons conselhos do meu amigo Xande (abafa o caso)... E teria pegado DP de qualquer jeito.
  Foi melhor assim...

  Mais uma vez me pergunto: Loucura?

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

Eternal Flame
Written by Susanna Hoffs/Billy Steinberg/Thomas Kelly

Close your eyes, give me your hand, darlin'
Do you feel my heart beating
Do you understand
Do you feel the same
Or am I only dreaming
Is this burning
An eternal flame

(Ooooh)
I believe it's meant to be, darlin' (ooooh)
I watch you when you are sleeping
You belong with me (aaaah)
Do you feel the same
Or am I only dreaming
Is this burning
An eternal flame

Say my name
Sun shines through the rain
Of all life, so lonely
And come and ease the pain
I don't wanna lose this feeling, ho-oh
(Ooh)

(Ooooh) Close your eyes
Give me your hand (oh yeah yeah) darlin'
Do you feel my heart beating
Do you (do you understand) understand
Do you feel the same
Or am I only dreaming (dreaming)
Or is this burning an eternal flame

terça-feira, 24 de fevereiro de 2004

Depois de tantos anos de blog, finalmente aprendi como fazer paragrafo com "os dois dedinhos"... que orgulho...
    Eu devia estar estudando Neuro... mas nao consigo... aquilo nao faz o menor sentido para mim... acho que vou pegar DP mesmo...
    Tentei fazer meu trabalho de Staphylo, mas eh tanta coisa, sao tantas doencas, tantas pessoas no grupo...
    Entao fico aqui no computador, editando o site da minha turma (Emergencia 91) (a Ju Loira vai me matar mas estou adorando a brincadeira), escrevendo no mais novo blog da minha turma (ORCA 92), respondendo os e-mails dos calouros perdidos e tentando (meio indiretamente) evitar que eles facam uma tremenda besteira com o e-groups deles...
    Estou me divertindo um tanto, mas minha consciencia pesa a cada minuto... Eu devia estar estudando, eu devia estar no hosital cuidando do Dudu...

Presentinho da Lê, minha amiga querida:

"Eu vejo a vida melhor no futuro,
Eu vejo isso por cima de um muro
De hipocrisia que insiste em nos rodear.
Eu vejo a vida mais clara e farta,
Repleta de toda satisfação que se tem direito,
Do firmamento ao chão.
Eu quero crer no amor numa boa,
Que isso valha pra qualquer pessoa,
Que realizar a força que tem uma paixão.
Eu vejo um novo começo de era,
De gente fina, elegante e sincera,
Com habilidade pra dizer mais sim do que não.
Hoje o tempo voa amor,
Escorre pelas mãos mesmo sem se sentir,
E não há tempo que volte amor,
Vamos viver tudo o que há pra viver,
Vamos nos permitir..."
(Lulu Santos)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004

O que é feriado?
Feriado, são uns dias que eu não tenho que ir para faculdade mas tenho que ficar várias horas no hospital porque alguma coisa aconteceu.
Mas você só tá no segundo ano e já tem que fazer plantão de feriado?
Pois é. Essa é minha vida de estudante de medicina com família complicada...

É feriado de carnaval.
Como todo e qualquer feriado que tive desde que entrei na faculdade, advinhem o que aconteceu...
Só ouvi de longe.
Meu pai:
- Assim não dá. Vou ter que te levar para o hospital.
15 minutos depois:
- Filha, tô saindo. Vou levar seu irmão pro hospital. Ele não tá bem.
Algumas horas depois, toca o telefone:
- Seu irmão não pára de sentir dor. Já deram um monte de remédios para ele e a dor não passa. Estão suspeitando de apendicite e acabaram de fazer uma tomo. Provavelmente ele vai ficar aqui essa noite e eu vou ter que ficar com ele.
Uma hora depois:
- Filha... Tô no Centro cirúrgico. É apendicite! Os médicos falaram que parece estar bem inflamado. É caso de urgência. Torce por ele!
No dia seguinte pela manhã:
- Apendicite grave, perfurada e necrosada. O pior é que foi difícil diagnosticar. Ele não tinha febre, estava com dores mal localizadas pelo abdômen inteiro. Tiveram que fazer milhares de exames para descobrir o que era realmente.

Nunca desejei tanto, que não existissem mais feriados. É algo inexplicável. Toda vez que tem um, acontece algo grave e eu e meu pai ficamos dias cuidando de alguém no hospital. Quando não é minha irmã, era minha mãe e agora, quem diria, meu irmão.
Por que isso tá acontecendo de novo???

sábado, 21 de fevereiro de 2004

Eh tempo de diversão!

Achei que eu tinha entrado numa nova fase: a de correr riscos. Porém, ontem, recusando um convite muito BOM, percebi que ainda não estou pronta para os riscos.

Mas, entrei mesmo numa nova fase: a de me divertir MUITO sem pensar tanto nas conseqüências. Óbvio que em algum momento eu vou me arrepender, vou querer esconder minha cabeça num buraco no chão... mas, sem me divertir, só pensando, eu já sentia isso. Só estou melhorando minha qualidade de vida.

Daqui uns meses reavalio essa decisão.

Eh tempo de diversão!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004

Xiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
De repente me bateu uma tristeza. Uma vontade de ir pra casa e ficar chorando em baixo das cobertas. Uma saudade da semana passada e de quanto eu estava feliz.
Não sei o que é nem de onde veio mas tá doendo um tanto...
Não vou pra casa porque sei que vou dormir e não fazer nada de útil. Então, fico aqui, esperando a Larissa sair da Liga, tentando pesquisar a tal da S. aureus para o trabalho de Microbio, tentando conseguir forças para ir à biblioteca estudar alguma coisa, tentando esquecer o inesquecível.

Apesar que, pensando sobre o que fiz esses dias e o que fiz hoje acho que até tenho motivos para estar triste. Vamos ver se são aceitáveis (por hoje):

1) Não consigo voltar a tratá-lo normalmente. Queria pará-lo para falar "oi" quando o visse no corredor, queria conversar sobre besteiras, dançar no meio do CA só pra diversão... mas mal consigo olhar para ele e não sei por que. Será que ainda está muito recente e eu tenho que dar um tempinho para mim? Que saudades...

2) Na aula de Preventiva hoje, a professora ficou um tempão falando como se preenche uma declaração de óbito (DO). Quando peguei aquele papel na mão, veio um filme na minha cabeça: quando EU tive que ir ao cartório pegar o atestado de óbito da minha mãe, ler o DO, ler o atestado, a causa mortis. Me lembro bem que estava escrito: choque cardiogênico. E eu me perguntava por que não estava escrito Doença de Chagas. Depois, acabei descobrindo... E hoje, naquela aula, tive que ouvir umas 300 vezes: "Primeiro se coloca a causa direta da morte, 'Devido a ou como consequência de' e por último colocamos a causa básica". Eu já sabia disso. Já sabia muito bem e não queria mais ficar colocando as tais causas, de seres fictícios, em ordem de importância. É óbvio que eu nunca vou esquecer como se preenche uma DO. Não vou porque cansei de ler a da minha mãe e acabei "aprendendo" bem a tal ordem. Eu sei que os outros alunos precisam aprender aquilo, eles precisavam daquelas 300 repetições para aprender. Mas eu não. E não me perdôo por me ter feito ficar lá, ouvindo toda aquela babozeira que só estava me fazendo mal.

3) Na aula de Pato, à tarde: atrofia, hipertrofia, hiperplasia. Adivinhem só: corações com hipertrofia, cérebros com lesões devido à isquemia, "quando uma pessoa sofre um AVC e perde os movimentos...", várias coisas nas quais eu já sou praticamente especialista. E que me fazem lembrar... e lembrar...

4) Um amigo: - Acho que acabou. Vou me afastar dela (uma amiga nossa).
Eu: Calma, meu, também não é assim. Você não precisa ser tão radical.
- Ah, mas eu tô cansado dessa história. Acho que o melhor mesmo é a gente se afastar. Ela está me tratando muito estranho e...
- Mas vocês se gostam pra caramba... Agora vai querer fazer o clube do bolinha de um lado e o da luluzinha do outro? Para que ter essa quebra?
Ridículo! Cada vez mais, os melhores amigos da minha sala, mesmo se gostando, estão se afastando por mal entendidos ou pequenas besteirinhas infantis. Uma tristeza só.
Na hora do almoço, eu estava sozinha e encontrei um outro amigo que sentou na minha mesa:
Eu: - Tenho sentido que você tem se afastado de todo mundo... que ta acontecendo?
Ele: - Ah, meu, cansei dessas besteirinhas de criança, desse nhemnhemnhem. As pessoas exigem demais da gente e acham que têm muito a nos ensinar. É ridículo como esse pessoal se acha bom, se acha superior. Ultimamente, sozinho, tenho conseguido fazer muito mais coisas, tenho estudado melhor, tenho vivido melhor. Não preciso ficar grudado nesse povo... E você? Também percebi que se afastou do pessoal...
- É, pois é. Cansei de muita coisa também. Estou precisando de tempo para mim, precisando me cuidar. E certas pessoas exigem muito e não fazem o menor esforço para parar e te ouvir ou tentar te entender. Eles só querem, querem e querem. Eu fiz ótimos amigos aqui na faculdade, pessoas que eu não preciso ver nem falar todo dia para continuar tendo uma amizade incrivelmente especial. Eu percebi que não preciso ficar grudada para manter uma amizade com aqueles que são meus verdadeiros amigos. Essa até acabou sendo uma forma de eu perceber de quem eu realmente sou amiga, de quem eu sinto falta, com quem eu me preocupo e coisas assim. Estou tentando me cuidar, antes de qualquer outra coisa, dar valor a mim.
- É... a gente pode ter nossas diferenças mas concordamos de vez em quando, né? É aquela coisa: a gente quase não se fala, a gente discute pra caramba, mas eu sei que se eu precisar de você, como já precisei, posso contar a qualquer momento e você deve sentir a mesma coisa. A gente não concorda mas a gente se apóia e isso é o que importa no fim das contas...
Apesar de boa a conversa, foi triste. É ruim assistir a esse show de desentendimentos. Pior ainda é participar dele.


Eu sei que para o resto da minha vida verei pessoas brigando e se desentendendo, mesmo nenhuma (ou as duas) estando errada, para o resto da minha vida vou ouvir falar em ICC, coração hipertrofiado, AVC, reabilitação... Mas acho que ainda não estou pronta para esse "de repente", ainda preciso de uma certa preparação psicológica antes de me deparar com esses assuntos. É pedir demais? Tipo: quando eu for na Liga de ICC, já sei que vou ver pacientes com histórias muito parecidas com a da minha mãe e tal. Mas, quando é que eu poderia imaginar que numa aula de Medicina Preventiva, eu teria que ouvir 300 vezes sobre a tal ordem de causa da morte? Nunca. Aliás, eu nunca pensei que aprenderia isso numa aula. Achei que era uma coisa que a gente aprendia na prática, quando precisasse fazer...

Enfim, ainda bem que tranquei matrícula, que amanhã não tenho prova de Anato Urinário nem provinha de Microbio, posso dormir até mais tarde, me recuperar da "fossa" falando no telefone até tarde e recomeçar amanhã. A filosofia agora é: me senti mal? paro, durmo, como, penso, falo bastante, faço algo legal e logo melhoro. Tem dado certo...

domingo, 15 de fevereiro de 2004


SONETO DA MULHER


Ah! Eu ainda sou uma criança
Que ama e sonha e quer
E tem no peito a esperança
De se tornar uma grande mulher.

Uma mulher autêntica e forte
Que mergulha em si e acredita
No seu poder e não na sorte
Pois é o seu desejo que dita

O seu caminho, a sua história.
Mulher de razão e emoção
Guarda o passado na memória,

Não temendo cair no chão
Faz da vida a sua glória:
Viver é o seu lema, a sua canção.

(Ana Cristina Pozza)

sábado, 14 de fevereiro de 2004

Hoje voltei para casa do meu pai...
Ele:- Paloma, por que voce esta tomando uma dose tao alta de remedio?
Eu: - Porque o medico mandou...
- E por que o medico mandou?
- Ah... Sei la, pai... Acho que porque eu estava dormindo demais...
Depois de uns 20 minutos:
- Entao, Paloma, voce nao vai me contar por que esta tomando tanto remedio?
- Agora eu estou bem, pai.
- Agora? Entao, quer dizer que voce nao estava?
- Eh num tava. Mas agora eu estou.
Depois de uns 15 minutos:
- Tem certeza que agora voce ta bem mesmo, filha?
- To, pai. Ja disse que sim.
- Poxa, filha, eu me preocupo com voce. Voce precisa me dizer as coisas.
- Uhum... Ta. Tem comida em casa?
Silencio.
.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

EU MESMA

É engraçada a maneira como estou me sentindo. Pareço outra pessoa mas na verdade sou muito mais eu mesma do que nunca. Esses dias tropecei (literalmente) no meu Psiquiatra e começamos a conversar sobre os efeitos da depressão e sua recuperação. Ele me fez crer que estou me recuperando muito bem e que essa vontade de trabalhar, de falar sou eu realmente sem a doença.
Minha mãe sempre me disse que até os 6 anos eu era uma criança totalmente normal: ria, brincava, aprontava pra caramba (e punha culpa no meu irmão). Mas depois dessa idade (acredito que depois de alguns acontecimentos sérios e realmente traumatizantes) me tornei uma criança triste, calada, sozinha. Andei pensando e acho que foi aí que comecei a ficar doente. E isso piorou com a repetição de um desses acontecimentos quando eu tinha 11 anos. Me fechei totalmente. Não queria mais falar, não queria mais sair, não queria que ninguém me visse (eu só ia para a escola e dormia o resto do dia todo). Minha vida passou a ser realmente triste - porque eu não sabia (ou não conseguia) aproveitá-la.
Mas, em certos momentos, quando me sentia melhor, eu percebia que ser tímida não era algo da minha personalidade. Às vezes eu fazia coisas meio loucas que uma pessoa tímida nunca faria - e me sentia bem com isso. Acredito (agora mais do que nunca) que não nasci tímida, me tornei tímida.
Depois que comecei o tratamento medicamentoso, depois de acertada a dose, passei a fazer coisas que me deixam extremamente feliz mas que antes eu não faria por vergonha. Consigo raciocinar melhor em reuniões e às vezes até arrisco uma intromissão ou um "não estou entendendo nada, você pode explicar a história desde o começo", mesmo sabendo que sou a única que não a conhece.
Por outro lado, acho que tenho magoado ou assustado algumas pessoas que não estavam acostumadas a esse meu jeito. Às vezes alguns me olham meio que perguntando "quem é essa louca? Não pode ser a Paloma que eu conhecia...".
Fazendo muitas coisas ao mesmo tempo, tentando "recuperar" todos esses anos que perdi afundada na depressão, acabo não conseguindo dar toda atenção que eu gostaria aos meus amigos e eles passam a achar que não quero mais falar com eles (que grande besteira).
A Amandinha, por exemplo, tentou me ligar várias vezes na semana passada... mas, como eu estava chegando depois das 22h todos os dias, ela desistiu e deve estar se sentindo abandonada por mim. E eu com tantas saudades dela...
A Larissa, coitada, tenta se aproximar, me liga, vai me ver onde eu estiver e ainda tem que ouvir minhas reclamações do tipo "vocês não ligam mais para mim, marcam as coisas e não me chamam, vocês não estão nem aí se eu estou ou não com vocês, né?Achei que poderiam pelo menos sentir um pouquinho minha falta..." Êta excesso de carência! E lá vai ela, tão bonitinha, tentar explicar que eu estou distante, o tempo todo ocupada, que ela não esqueceu de mim, mas às vezes acha que eu quero me afastar... Sei lá! É uma mistura de sentimentos e vontades opostas em mim que fico sem saber o que fazer...
Enfim, estou muito bem, estou muito EU, mas ainda não estou equilibrada e ainda não sei viver em harmonia com tantas vontades, tantos desejos, tanta garra, tanta saudade, tantos sonhos, tanta "eletricidade"...
Estou exausta!
Fiz menos coisas do que deveria mas mais do que eu poderia... Apesar da canseira, foi bom.
Segunda-feira, a matrícula dos calouros (que eu ajudei a organizar) foi bem legal, deu tudo (mais ou menos) certo. Corri pra caramba, a manhã toda, mal tive tempo de conversar com minhas amigas (que aliás já me substituíram por outra no quesito companhia).
Às 11h tive uma reunião da Coordenadoria dos Tutores e, sem saber, me tornei representante discente da Coordenação. Gostei do cargo (pelo menos de Tutoria eu entendo um pouco e tenho bom relacionamento com os “chefes”).
Ganhei um almoço dos meus amiguinhos queridos (Dani e Dedé).
Depois, fui para a Atlética – cerveja de graça – e bebi. Bebi bem mais do que eu deveria.
Eu não gostava de nada alcoólico. Nunca tinha conseguido beber (apesar de ter tentado várias vezes) porque odiava o gosto do álcool, principalmente da cerveja. Mas ontem eu estava tão feliz, um tanto fora de mim (ou mais dentro de mim do que nunca) que bebi, mesmo tomando remédio, mesmo sabendo que eu estava errada. Só parei quando comecei a me sentir muito tonta. Não cheguei a perder noção do que eu estava fazendo mas cheguei a ficar bastante enjoada. Que grande besteira!
Ontem, acordei de ressaca. Lógico! Cabeça pesada, gosto ruim na boca, cansaço... Nem consegui ficar na faculdade. Milagrosamente eu estava em casa às 16h e dormi. Dormi muito, como há muito tempo não fazia. Foi ótimo.
Que semana foi essa???
Nunca corri tanto numa semana quanto na passada. Nunca fiz tantas coisas ao mesmo tempo.
Minha turma já está estressadíssima com a primeira semana do tão temido terceiro semestre. Sexta-feira, estava todo mundo exausto, querendo férias porque não agüentavam mais tantas provinhas, trabalhos, seminários e argüições. Eu, graças a minha acertada decisão, estava cansadíssima (mas bastante feliz) por todo trabalho que estou tendo com a chegada dos calouros.
Segunda-feira, fui à aula o dia todo. Eu estava morrendo de medo de voltar, achava que não ia mais conseguir ter aquele interesse pelas matérias. Mas até que me saí bem. Gostei bastante de Microbiologia e de Patologia.
Na terça-feira fui à faculdade, fiquei cuidando dos últimos detalhes do apadrinhamento dos calouros, dos folhetos do CA... Um dia calmo, como eu esperava.
Quarta-feira foi O DIA! Comecei a correr logo cedo, encontrei a Julinha para apresentar a faculdade e para ela me ajudar no meu projeto, já que agora ela é minha caloura. Fiz trocentas coisas, por várias vezes tive que atender três telefones ao mesmo tempo (os dois do CA junto com meu celular), correr, correr e correr. À noite, eu tinha duas reuniões ao mesmo tempo (uma no segundo, outra no primeiro andar), mas na hora que estava decidindo para qual iria, surgiu um problema e fui tentar resolver. Acabei chegando atrasada na reunião do segundo andar e lá, me arrumaram um outro pepino. Legal. Com quase 2 horas de atraso, entrei no finalzinho da reunião do primeiro andar e não fiquei nem 10 minutos. Saí antes dela acabar e subi. Corri, corri e corri mais um pouco. Saí da faculdade umas 22h, com os dois problemas bem encaminhados.
Na quinta-feira fui à Cidade Universitária, distribuir as camisetas do apadrinhamento. Depois fui para faculdade. Lá, comecei a receber centenas de telefonemas dizendo que a camiseta tinha vindo errada, que o tamanho é muito pequeno, que é transparente... Como se eu tivesse toda culpa. Quase fiquei louca. Depois corri um tanto para levar um documento para um doutor que o tinha solicitado e, ao mesmo tempo, eu tinha que estar no CA para pagar o fornecedor de camisetas. Fiz ele esperar, óbvio. Resolvidos mais alguns problemas cheguei exausta em casa às 22h40.
Na sexta-feira, (ô dia maldito), prefiro nem dizer tudo que aconteceu. Fiquei estressadíssima, cansadíssima, não agüentava mais tanta confusão e reclamação. Assisti a aula da manhã mas não consegui ficar na da tarde - fiquei deitada num banco em frente a sala, sozinha. Mas, à noite, tinha abertura de uma reunião da ABEM, com coquetel e tudo mais. Foi ótimo. Só que terminou mal. Minha amiga, que não tinha comido absolutamente nada naquele dia, passou muito mal. A sorte é que tinham vários médico para nos ajudar. Fiquei bastante preocupada, mas tranqüila quando ela melhorou. Quase na hora de ir embora, já umas 23h30, eu estava bastante cansada e carente... acabei ganhando um colinho muito bom. Muito bom mesmo! Ganhei também uma carona até em casa de um outro amigo muito gentil.
No sábado, estava de volta à faculdade às 8h da manhã. Parecia um zumbi de tão cansada e trabalhei feito uma camela, carregando coisas de um lado para outro, ficando horas agachada pintando cartazes (fiz um rosa e roxo que ficou maravilhoso). Sai já à noite, extremamente podre, tive que ir andando até a paulista, mas ganhei uma companhia boa e gentil de um outro amigo que não quis que eu andasse sozinha por aí. Foi bem legal.
No domingo, eu tinha que estar às 11h na Poli, pois tinha me comprometido a ser fiscal da prova do cursinho comunitário. Mas quem disse que eu conseguia levantar da cama? Minha pernas e minhas costas doíam tanto que eu mal conseguia me mover. Telefonei para uma amiga e disse que eu não iria. Não tinha como.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2004

Impossível ignorar ou tentar esquecer...
Vem bem lá de dentro, sabe?
Fazer o que, além de sentir, chorar, sorrir e rir?
Apaixonada...
Pela vida
Pela faculdade
Pelo estudo (recobrada a paixão)
Pelo Ballet (quente paixão e amor eterno)
Pela noite
Pelo sol (não muito quente)
Pelos meus amigos verdadeiros

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2004

Incrível...
Nunca imaginei que ficaria tão feliz quando visse o nome da Julia entre os aprovados no vestibular... muito menos sendo lista da Paulista.
Eu estava passando pela sala pró quando vi dois aglomerados de gente em volta de dois computadores. Como uma super hiper curiosa, me meti no meio e perguntei o que era que estava causando tamanho ibope.
- Saiu a lista da Paulista!!!
Olhei para o computador, vi a letra "L" no fim da página, fui correndo os olhos para cima e lá estava ela. Comecei a pular, empurrar o pessoal...
- Meu, a Julia passou, ela passou!!! Que legal!!!
O mico foi grande mas valeu a pena. Fiquei tão feliz.
Liguei para ela mas o telefone estava ocupado. Óbvio! Fiquei tentando, tentando, até que consegui. Foi a maior festa dentro do Centro Acadêmico. O pessoal nem conhece ela e estava lá gritando parabéns, muuuuito legal.

Sabe que hoje foi um dia muito bom...? Saldo bastante positivo!
Ontem à noite passei um pouco mal. Estava com medo de voltar à aula, sei lá. Fazia uns 5 meses que eu não assistia aula sem ter crise e agora teria que voltar. Tinha um pressentimento ruim.
Mas nada de ruim aconteceu. Fui para a aula, meio tímida e tal, mas quando comecei a rever as pessoas que gosto, foi tão bom... Depois sentamos para assistir aula, eu com minha caneta na mão e um bloco de folhas (preciso escrever para não dormir). Mais tarde fizemos aula prática, vimos umas bactériazinhas, muito divertido.
À tarde, assistimos a uma autópsia por vídeo conferência. Eu tinha sido avisada do que ia rolar na aula, então já fui preparada para o pior. Mas até que foi bastante interessante. Não nos mostraram o cadáver (nem a professora sabe por que), mas todos os seus órgãos, acompanhados da história. Fizemos hipóteses diagnósticas...
No meio da discussão percebi claramente que meu conhecimento é bem menor do que a maioria da turma. Umas coisas básicas que todo mundo já sabia, eu não tinha a menor noção e fui lá perguntar para a professora depois da aula. Mas o muito legal disso, é que poderei estudar muuuuito mais esse semestre. Ninguém tem noção do quanto isso me tranquilizou. Sabe o que é eu saber que amanhã poderei ir cedo para a facul e ficar estudando as dúvidas que tive na aula de ontem, ou ficar pesquisando algo de mais interesse? Não sei se vou ter pique para fazer isso sempre, o semestre todo, mas só de saber que eu posso, já fico bem mais sussegada... e feliz.

Não vou cansar de dizer: "Julia, parabéns, parabéns, parabéns!!!!"
Só não dou mais parabéns porque estou guardando-os para a tão esperada...


domingo, 1 de fevereiro de 2004

NOVA VIDA!
NOVO ANO!!
NOVO TEMPLATE!!!
EEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!!