terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Aconteceu...

Estava navegando por aí quando encontrei esse vídeo:


É sobre um experimento realizado e estudado inicialmente por Mary Ainsworth, criando a teoria do Apego.

Depois que assisti a esse e outros vídeos relacionados, comecei a pensar na minha família. Há um tipo de "mistério" que nos ronda, algo para o qual nunca encontrei uma explicação viável, até hoje.

Eu nasci 1 ano depois de meu irmão. Minha irmã nasceu 6 anos depois de mim.
Eu e meu irmão sempre fomos estranhos, um pouco arredios com as pessoas, introspectivos, tímidos e talvez com uma tendência à depressão.
Cada um do seu jeito, claro! Eu mais ligada a intelectualidade (estudava mais, gostava de artes), ele mais ao mundo virtual (sempre detestou estudar, vivia no computador). Mas a base era a mesma.
Já minha irmã sempre foi extrovertida, alegre, social. Ela se dá bem com todo mundo, é mais equilibrada, gosta de tudo um pouco e é mais... feliz.

Sempre tentei explicar as diferenças com a genética. Mas conhecendo minimamente dessa área, sabe-se que o genótipo por si só faz muito pouco. O meio interfere na sua manifestação. O fenótipo é extremamente importante!
Aí, pensava: mas somos da mesma família, com os mesmos pais, como podemos (eu e meu irmão) ter saído tão diferentes da minha irmã?

Assistindo aos vídeos, comecei a lembrar da minha infância e das diferenças.
Fomos criados pelos mesmos pais, mas em épocas totalmente diferentes. No primeiro ano do meu irmão, havia o estresse da gravidez. No meu, havia o estresse de 2 filhos pequenos ao mesmo tempo.

Meu pai estudava e trabalhava. Só ficava em casa das 23h30 às 5h30 - ou seja, só dormia. Minha mãe nunca gostou de ficar em casa. Meu pai não a deixava trabalhar então ela saia o dia inteiro pra academias, shoppings, casas de amigas. E nós ficávamos com uma babá/empregada. Sempre foi assim, durante toda nossa infância.

Mas há uma diferença crucial do meu nascimento para o da minha irmã: a babá/empregada. Eu e meu irmão tivemos várias. Não me lembro direito de nenhuma. Nunca tive uma ligação com nenhuma.
Minha irmã, porém, conhece apenas uma e a ama profundamente até hoje. Já faz mais de 10 anos que ela não trabalha mais lá em casa, mas viveu lá do nascimento da minha irmã até sua adolescência. E as duas se falam até hoje.
Apego.
Faz todo sentido pra mim.
Talvez foi essa relação com a babá que permitiu a minha irmã se desenvolver melhor afetiva e socialmente, talvez isso que a deu segurança.
Talvez...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

(do livro "Feliz por Nada")


O Amor que a vida trás - de Martha Medeiros

     "Você gostaria de ter um amor que fosse estável, divertido e fácil. O objeto desse amor nem precisaria ser muito bonito, nem rico. Uma pessoa bacana, que te adorasse e fosse parceira já estaria mais do que bom. Você quer um amor assim. É pedir muito? Ora, você está sendo até modesto.
      O problema é que todos imaginam um amor a seu modo, um amor cheio de pré-requisitos. Ao analisar o currículo do candidato, alguns itens de fábrica não podem faltar. O seu amor tem que gostar um pouco de cinema, nem que seja pra assistir em casa, no DVD. E seria bom que gostasse dos seus amigos.
     E precisa ter um objetivo na vida. Bom humor, sim, bom humor não pode faltar. Não é querer demais, é? Ninguém está pedindo um piloto de Fórmula 1 ou uma capa da Playboy. Basta um amor desses fabricados em série, não pode ser tão impossível.
     Aí a vida bate à sua porta e entrega um amor que não tem nada a ver com o que você queria. Será que se enganou de endereço? Não. Está tudo certinho, confira o protocolo. Esse é o amor que lhe cabe. É seu. Se não gostar, pode colocar no lixo, pode passar adiante, faça o que quiser. A entrega está feita, assine aqui, adeus.
     E agora está você aí, com esse amor que não estava nos planos. Um amor que não é a sua cara, que não lembra em nada um amor idealizado. E, por isso mesmo, um amor que deixa você em pânico e em êxtase.
    Tudo diferente do que você um dia supôs, um amor que te perturba e te exige, que não aceita as regras que você estipulou. Um amor que a cada manhã faz você pensar que de hoje não passa, mas a noite chega e esse amor perdura, um amor movido por discussões que você não esperava enfrentar e por beijos para os quais nem imaginava ter tanto fôlego.
     Um amor errado como aqueles que dizem que devemos aproveitar enquanto não encontramos o certo, e o certo era aquele outro que você havia solicitado, mas a vida, que é péssima em atender pedidos, lhe trouxe esse e conforme-se, saboreie esse presente, esse suspense, esse nonsense, esse amor que você desconfia que não lhe pertence.
     Aquele amor em formato de coração, amor com licor, amor de caixinha, não apareceu. Olhe pra você vivendo esse amor a granel, esse amor escarcéu, não era bem isso que você desejava, mas é o amor que lhe foi destinado, o amor que começou por telefone, o amor que começou pela internet, que esbarrou em você no elevador, o amor que era pra não vingar e virou compromisso, olha você tendo que explicar o que não se explica, você nunca havia se dado conta de que amor não se pede, não se especifica, não se experimenta em loja – ah, este me serviu direitinho!
    Aquele amor corretinho por você tão sonhado vai parar na porta de alguém que despreza amores corretos, repare em como a vida é astuciosa. Assim são as entregas de amor, todas como se viessem num caminhão da sorte, uma promoção de domingo, um prêmio buzinando lá fora, mesmo você nunca tendo apostado. Aquele amor que você encomendou não veio, parabéns! 
     Agradeça e aproveite o que lhe foi entregue por sorteio."

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Ah... não podia faltar esse.


Muito o que aprender, como sempre!


Há anos acompanho o trabalho do Dr. Isaac.
Lembro-me de, na adolescência, ficar gravando suas falas (provenientes de um programa na Rede Mulher) e transcrevendo. TODAS.
Às vezes eu nem entendia (por falta de vivência mesmo), mas sabia que um dia faria sentido pra mim.

Ainda bem que hoje temos a internet!

Fico ouvindo e tentando aprender... mas na prática é tão mais difícil... Queria poder internalizar isso, apertar um botão e ser diferente...

Mestre!!!


domingo, 19 de fevereiro de 2012

Engraçado como meus plantões são temáticos.
Tem dias em que só atendo idosos, outros dias, trauma ou crianças que prenderam o pé na escada rolante (um clássico!).

Ontem foi dia das dores de estômago.
Inclusive foi dia da minha primeira remoção.
E me dei conta de uma coisa: se qualquer acidente acontecer durante a remoção, já era! A responsabilidade por qualquer ferimento que eu tiver é unicamente minha. Não tenho seguro, não sou contratada real da empresa. Sou apenas uma médica fantasma mal remunerada.
Um absurdo!
(Que eu aceitei...)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Jane Fonda sobre o 3º ato da vida. Lindo!




Um trecho:
“Enquanto escrevia sobre isso, encontrei um livro chamado “Em busca de Sentido” de Vitor Frankl.
Vitor Frankl foi um psiquiatra alemão que passou cinco anos num campo de concentração. E ele escreveu que, enquanto estava no campo de concentração, ele poderia dizer, se eles fossem libertados, quais pessoas estaria ok e quais não estariam.
E ele escreveu isto: ‘Tudo que que você tem na vida pode ser tirado de você, exceto uma coisa: sua liberdade de escolher como você responderá à situação. Isso é o que determina a qualidade de vida que vivemos - não se fomos ricos ou pobres, famosos ou anônimos, saudáveis ou sofredores. O que determina nossa qualidade de vida é como nos relacionamos a essas realidades, que tipo de significado atribuímos a elas, que tipo de atitude mantemos sobre elas, que estado mental permitimos que elas incitem.’”

É isso! 
Só isso! 
Tudo isso!

Atualizando

Faz 2 meses que não atualizo o blog. Então, comecemos com as novidades.

1) Passei na prova de Residência. Inicio a Radiologia em março.
Não sei como consegui. Simplesmente tirei uma boa nota na prova prática. Aquela que eu mais temia foi a que me salvou.

2) Continuo na dúvida se essa escolha por Radio foi acertada. Talvez mantenha a dúvida para sempre. Mas vale a tentativa. No momento, estou mais tranquila com essa decisão. Quero tentar! Se eu vir que não é isso, não tenho medo de voltar atrás e tentar outra coisa. O objetivo principal é me encontrar. Não importa quanto tempo demore ou quantos caminhos eu tenha que percorrer.

3) Voltei à civilização. Mudei de apartamento para morar próximo ao hospital. Adoro esse bairro, adoro estar perto dos meus amigos e do comércio. Posso ir ao mercado, à padaria, ao cinema, a qualquer lugar sem ter que pegar o carro e ficar preocupada se a marginal vai estar parada.

4) Depois de algumas turbulências no "casamento", parece que as coisas estão se acertando. É difícil dividir a vida com alguém. Ao mesmo tempo que você percebe que as diferenças somam e acrescentam, uma parte de você deseja que o outro pense do mesmo jeito, faça tudo do seu jeito. É uma dualidade complicada.

Enfim, um novo ano começa (depois do carnaval, claro!).