Hoje aprendi que não se pode contar nem com a própria sombra.
E que no momento em que você se expõe para defender outra pessoa, o problema passa a ser só seu e não dá pra contar com aquela pessoa pra te ajudar quando ele se complicar ainda mais.
Ou seja, hoje aprendi a não tomar as dores de ninguém. Cada um com seus problemas....
Se fosse tão fácil na prática quanto é na teoria...
"O que não enfrentamos em nós mesmos encontraremos como destino." Carl Gustav Jung
terça-feira, 14 de junho de 2011
domingo, 12 de junho de 2011
As pessoas, principalmente as mais velhas, sempre me disseram que eu tenho dificuldade de pedir ajuda. Que ninguém pode fazer tudo sozinho e que um dia eu teria que aprender a pedir ajuda.
Sempre pensei nisso e tentei melhorar.
Achava que essa minha dificuldade vinha do meu passado, tinha a ver com a relação com meus pais e irmãos... coisa psicanalítica, sei lá.
Mas, hoje, tive um momento de epifania. Tenho dificuldade de pedir ajuda porque não consigo lidar com o fato de que a pessoa se disponibilizou a te ajudar e, no momento seguinte, ela já está em outro lugar (física ou mentalmente).
Assim:
- eu peço ajuda pra uma pessoa para determinada coisa
- ela responde "claro que posso te ajudar, com prazer"
- aí eu começo a fazer o negócio e chamo a atenção daquela pessoa para aquela coisa
- e percebo que a pessoa não está muito interessada, que a partir do momento que ela se dispôs a me ajudar, ela começou a fazer outra coisa e mesmo dizendo que ainda está disposta a me ajudar, percebo claramente que estou incomodando a pessoa, estou impedindo-a de cuidar de sua própria vida como ela gostaria.
Eu tenho dificuldade de pedir ajuda às pessoas, porque elas tem dificuldade de dizer não. Elas se comprometem a ajudar, mas na verdade estão mais preocupadas consigo mesmas.
Isso é muito complicado de lidar.
Sempre pensei nisso e tentei melhorar.
Achava que essa minha dificuldade vinha do meu passado, tinha a ver com a relação com meus pais e irmãos... coisa psicanalítica, sei lá.
Mas, hoje, tive um momento de epifania. Tenho dificuldade de pedir ajuda porque não consigo lidar com o fato de que a pessoa se disponibilizou a te ajudar e, no momento seguinte, ela já está em outro lugar (física ou mentalmente).
Assim:
- eu peço ajuda pra uma pessoa para determinada coisa
- ela responde "claro que posso te ajudar, com prazer"
- aí eu começo a fazer o negócio e chamo a atenção daquela pessoa para aquela coisa
- e percebo que a pessoa não está muito interessada, que a partir do momento que ela se dispôs a me ajudar, ela começou a fazer outra coisa e mesmo dizendo que ainda está disposta a me ajudar, percebo claramente que estou incomodando a pessoa, estou impedindo-a de cuidar de sua própria vida como ela gostaria.
Eu tenho dificuldade de pedir ajuda às pessoas, porque elas tem dificuldade de dizer não. Elas se comprometem a ajudar, mas na verdade estão mais preocupadas consigo mesmas.
Isso é muito complicado de lidar.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Demora, mas a gente aprende
Quando eu estava no primeiro ano de faculdade, o centro acadêmico (do qual eu participava ativamente) organizou um abaixo-assinado pra evitar que um professor fosse demitido.
A história era a seguinte: a faculdade exigia que qualquer professor fizesse um mínimo de pesquisas científicas e tivesse publicações. Esse tal professor não tinha e portanto seria afastado de suas atividades.
Os alunos mais velhos diziam que o cara era um ótimo professor, um dos melhores da faculdade e talvez um dos motivos dele ser tão bom é que ele se dedicava muito mais ao ensino do que às pesquisas.
Ajudei a organizar o abaixo-assinado e levei pra minha sala para que os alunos do 1º ano pudessem assinar. Nenhum de nós conhecia o tal professor (que dava aulas a partir do 3º ano) e, portanto, um aluno mais velho foi em nossa sala para explicar a polêmica e tudo mais.
Quase todas as pessoas da sala assinaram. Mas uma menina se recusou terminantemente. Perguntei por que ela não assinaria, expliquei novamente a questão. Ela me respondeu:
- Não vou assinar por um motivo muito simples: não conheço esse professor. Os alunos mais velhos podem falar o que eles quiserem, mas minha opinião só será formada depois que eu conhecer e tiver contato com o cara.
Argumentei com ela dizendo que talvez ela nunca teria contato com ele porque ele estava prestes a ser demitido e se não fizesse nada, ele iria embora, nós perderíamos.
Ela respondeu que não perderia nada justamente por não conhecê-lo e que se ele fosse realmente bom, haveria outras formas dele ficar sem que ela tivesse que ir contra seus princípios.
Na época, fiquei muito chateada. Eu gostava dela e não conseguia entender como uma pessoa como ela poderia ser tão egoísta.
Pois bem, no fim das contas obtivemos sucesso e o professor se manteve na faculdade.
Com o passar dos anos, fui entendendo o quanto a produção de pesquisas científicas era importante, inclusive para o ensino.
No 3º ano comecei a ter aulas com o cara. As primeiras foram boas, as seguintes, nem tanto... até que comecei a me irritar. Ele realmente é um professor didático (coisa rara na faculdade), explica bem e tal. Mas é extremamente arrogante! Chega a ser nojento de tão arrogante. Ele se acha o melhor, trata as pessoas mal...
Fiquei pensando que se ele tivesse saído naquela época anterior, talvez hoje poderíamos ter um professor melhor...
Na minha cabeça, ficou martelando por todos esses anos o ensinamento que aquela menina tinha me dado. Como pude defender tanto um cara como aquele? Como pude apoiar um cara que eu não conhecia, me guiando pela opinião dos outros (sem sequer entender de política, sem ter a menor noção do que estava por trás de tudo aquilo).
Pois bem. Os anos se passaram. Sempre me lembrei dessa história e tentei aplicá-la na minha vida.
Há alguns meses atrás, na UBS em que trabalho, estava tendo eleição para a CIPA. Havia vários candidatos, mas poucos que eu conhecia.
Votei nos que eu conhecia e ia entregar a cédula. No meio do caminho, encontrei minha enfermeira. Ela perguntou se eu tinha votado no número certo de nomes. Eu disse que não, que tinha votado em quem eu conhecia mas ainda faltava uns 3 nomes pra completar o número que eu podia votar.
Ela me sugeriu votar em um amigo dela. Disse que ele era muito bom, que é enfermeiro, que ela já tinha trabalhado com ele e tal. Pediu pra que eu votasse nele.
Confiando na opinião dela, eu votei.
E ele foi um dos que ganhou a votação.
Dois meses depois, me informaram que o gerente da nossa unidade seria trocado. A tal enfermeira veio me contar que viria aquele amigo dela. Aquele em quem eu votei. Ela estava muito feliz por poder trabalhar com ele e ficamos todos animados com a chegada daquele homem que parecia tão correto, bom, honesto, trabalhador.
No começo foram flores. Tudo muito bom, tudo muito bem.
Com o passar do tempo, a verdade apareceu. O cara é um tremendo de um mau caráter, desonesto, FDP mesmo, grosso, grita com todo mundo. Já tive diversas brigas com ele.
Ontem, fui à administração reclamar desse gerente para meu chefe direto. Ele me informou que a administração está de olho nele e que haverá mudanças. Eles querem tirá-lo mesmo.
Fiquei feliz pra caramba, achando que o cara ia ser finalmente demitido!
Mas...
Mas...
Minha felicidade não durou nem 24h. Me lembrei que o cara foi eleito pra CIPA. Eu fui uma das idiotas que votou nele. E agora ele tem ESTABILIDADE NO EMPREGO. Ele só pode ser demitido um ano depois que terminar o mandato dele.
Drama!
Talvez ele seja transferido, mudado de cargo, sei lá...
Vamos ver se dessa vez eu aprendo!
A história era a seguinte: a faculdade exigia que qualquer professor fizesse um mínimo de pesquisas científicas e tivesse publicações. Esse tal professor não tinha e portanto seria afastado de suas atividades.
Os alunos mais velhos diziam que o cara era um ótimo professor, um dos melhores da faculdade e talvez um dos motivos dele ser tão bom é que ele se dedicava muito mais ao ensino do que às pesquisas.
Ajudei a organizar o abaixo-assinado e levei pra minha sala para que os alunos do 1º ano pudessem assinar. Nenhum de nós conhecia o tal professor (que dava aulas a partir do 3º ano) e, portanto, um aluno mais velho foi em nossa sala para explicar a polêmica e tudo mais.
Quase todas as pessoas da sala assinaram. Mas uma menina se recusou terminantemente. Perguntei por que ela não assinaria, expliquei novamente a questão. Ela me respondeu:
- Não vou assinar por um motivo muito simples: não conheço esse professor. Os alunos mais velhos podem falar o que eles quiserem, mas minha opinião só será formada depois que eu conhecer e tiver contato com o cara.
Argumentei com ela dizendo que talvez ela nunca teria contato com ele porque ele estava prestes a ser demitido e se não fizesse nada, ele iria embora, nós perderíamos.
Ela respondeu que não perderia nada justamente por não conhecê-lo e que se ele fosse realmente bom, haveria outras formas dele ficar sem que ela tivesse que ir contra seus princípios.
Na época, fiquei muito chateada. Eu gostava dela e não conseguia entender como uma pessoa como ela poderia ser tão egoísta.
Pois bem, no fim das contas obtivemos sucesso e o professor se manteve na faculdade.
Com o passar dos anos, fui entendendo o quanto a produção de pesquisas científicas era importante, inclusive para o ensino.
No 3º ano comecei a ter aulas com o cara. As primeiras foram boas, as seguintes, nem tanto... até que comecei a me irritar. Ele realmente é um professor didático (coisa rara na faculdade), explica bem e tal. Mas é extremamente arrogante! Chega a ser nojento de tão arrogante. Ele se acha o melhor, trata as pessoas mal...
Fiquei pensando que se ele tivesse saído naquela época anterior, talvez hoje poderíamos ter um professor melhor...
Na minha cabeça, ficou martelando por todos esses anos o ensinamento que aquela menina tinha me dado. Como pude defender tanto um cara como aquele? Como pude apoiar um cara que eu não conhecia, me guiando pela opinião dos outros (sem sequer entender de política, sem ter a menor noção do que estava por trás de tudo aquilo).
Pois bem. Os anos se passaram. Sempre me lembrei dessa história e tentei aplicá-la na minha vida.
Há alguns meses atrás, na UBS em que trabalho, estava tendo eleição para a CIPA. Havia vários candidatos, mas poucos que eu conhecia.
Votei nos que eu conhecia e ia entregar a cédula. No meio do caminho, encontrei minha enfermeira. Ela perguntou se eu tinha votado no número certo de nomes. Eu disse que não, que tinha votado em quem eu conhecia mas ainda faltava uns 3 nomes pra completar o número que eu podia votar.
Ela me sugeriu votar em um amigo dela. Disse que ele era muito bom, que é enfermeiro, que ela já tinha trabalhado com ele e tal. Pediu pra que eu votasse nele.
Confiando na opinião dela, eu votei.
E ele foi um dos que ganhou a votação.
Dois meses depois, me informaram que o gerente da nossa unidade seria trocado. A tal enfermeira veio me contar que viria aquele amigo dela. Aquele em quem eu votei. Ela estava muito feliz por poder trabalhar com ele e ficamos todos animados com a chegada daquele homem que parecia tão correto, bom, honesto, trabalhador.
No começo foram flores. Tudo muito bom, tudo muito bem.
Com o passar do tempo, a verdade apareceu. O cara é um tremendo de um mau caráter, desonesto, FDP mesmo, grosso, grita com todo mundo. Já tive diversas brigas com ele.
Ontem, fui à administração reclamar desse gerente para meu chefe direto. Ele me informou que a administração está de olho nele e que haverá mudanças. Eles querem tirá-lo mesmo.
Fiquei feliz pra caramba, achando que o cara ia ser finalmente demitido!
Mas...
Mas...
Minha felicidade não durou nem 24h. Me lembrei que o cara foi eleito pra CIPA. Eu fui uma das idiotas que votou nele. E agora ele tem ESTABILIDADE NO EMPREGO. Ele só pode ser demitido um ano depois que terminar o mandato dele.
Drama!
Talvez ele seja transferido, mudado de cargo, sei lá...
Vamos ver se dessa vez eu aprendo!
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