sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Assim sou eu...

É... definitivamente, o grande problema é que não gosto de pessoas.
Pessoas em geral.
Elas estão tão presas ao seu mundinho louco que não conseguem perceber o outro, os limites e as dificuldades do mundo do outro.
As pessoas não estão preparadas pra viver em sociedade. Elas estão preparadas pra viver num mundo onde todos a sirvam, sejam gentis e alegres com elas, sem que elas precisem ser com os outros.

É claro que isso vale pra mim também. Não sempre, mas algumas vezes.
Talvez se as pessoas se expressassem melhor, com mais sinceridade, o mundo seria melhor.
Considerando, é claro, que sinceridade não é grosseria (porque tem aquelas pessoas que dizem "não gostam de mim porque sou sincera" - mas na verdade são grosseiras).

Se um dia você me vir de mau humor, pode ter certeza: ou é porque tive que fazer faxina ou porque tive que entrar em contato com alguém que eu não queria entrar (o que, em geral, inclui todos os desconhecidos, muitos  conhecidos e alguns amigos). O que te leva a deduzir que estou de mau humor com muita frequência, considerando que não se pode viver num casulo sem interação com a sociedade.
Fato: estou quase sempre de mau humor.
Coitado do namorido que convive comigo e tem que aguentar essas agruras da minha vida.

Mas por que estou dizendo tudo isso?
Porque essa semana fui à faculdade. Ao chegar, 15min antes da aula, simplesmente não havia ninguém. O anfiteatro estava ocupado por outras pessoas. Não sabia onde ia ser a tal aula, nem sequer sabia se ia mesmo haver.
Aí, encontrei 2 conhecidos. Pessoas até que legais. Dei um tchauzinho de longe mas ficou aquela situação estranha: eles lá parados de um lado do corredor, eu do outro lado. Resolvi, educadamente, ir até lá. Cumprimentei ambos, comecei a puxar assunto... e simplesmente não rendeu. Ficou aquele clima esquisito. Chegaram outras pessoas que não conheço, resolvi sair à francesa.
Foi um esforço pra mim ir até lá puxar assunto só por educação. Mas fiz porque percebo que é isso que os outros esperam de mim - o mínimo cumprimento e simpatia. Só que pra mim, no meu mundo, isso não é educação, mas sim, esforço mesmo.

Em seguida, encontrei um amigo. Comecei a conversar com ele mas também ficou meio esquisito. Depois veio outro conhecido e mais outro. E tudo estava muito esquisito. Sentia que simplesmente não tinha mais nada em comum com aquelas pessoas. De fato, eu nem sequer gosto muito de algumas delas...

Descobri onde ia ser a aula, encontrei mais um conhecido - mas aí eu já estava muito cansada de me esforçar tanto pra ser educada e acabar mal, que nem tentei muito. Claro que mais uma vez foi uma conversa furada e vazia. Entrei no anfiteatro, sentei sozinha entre desconhecidos que não queriam falar comigo nem puxar papinho, me senti finalmente confortável e a aula começou.
No fim, saí, exausta, com a sensação de que ninguém gosta muito de mim. O que deve ser verdade considerando a provável reciprocidade. Mas me senti rejeitada. Meio triste.
Não sou simpática por natureza, mas tento ser por educação. Só que daí me esforço tanto que acabo transparecendo que na verdade não queria mesmo falar com ninguém.

Sei lá.

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